«Expresso» de 10 Nov 07
MUITO SE TEM FALADO, ultimamente, dos desastres e dos crimes rodoviários, a que quase todos continuam a chamar "acidentes" - uma designação tonta e desculpabilizadora, pois o que se passa nas nossas estradas e ruas pouco ou nada tem de "acidental".
Entretanto, de que é que se está à espera para internar os condutores loucos e com tendências suicidas? E para meter na cadeia os assassinos? E para explicar aos peões que a sua segurança também depende de si?
Entretanto, de que é que se está à espera para internar os condutores loucos e com tendências suicidas? E para meter na cadeia os assassinos? E para explicar aos peões que a sua segurança também depende de si?
Mas isto são desabafos, meras perguntas retóricas. Para que fossem mais do que isso, seria preciso, primeiro, empandeirar a caterva de pândegos que, ano após ano, quando confrontados com as suas (ir)responsabilidades, mais não sabem dizer do que "o assunto está a ser estudado"...
3 comentários:
Quem se recorda de ter sido anunciado com grande alarido que quem fosse apanhado a conduzir falando ao telemóvel (seguro na mão) estava tramado?
Basta olhar à nossa volta para constantemente deparar com condutores/as a fazer isso.
Quando as infracções são generalizadas, a situação torna-se incontrolável e a probabilidade de repressão efectiva é muito baixa.
Segue-se o sentimento de impunidade... e o resultado é o que se sabe.
Este post, com algumas alterações, deu origem a uma "carta para imprensa", que veio a ser publicada no PÚBLICO e no GLOBAL em 15 Nov 07:
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A "troupe" dos estudiosos
Muito se tem falado, ultimamente, dos desastres e dos crimes rodoviários, a que alguns continuam a chamar "acidentes" - uma designação tonta e desculpabilizadora, pois o que se passa nada tem de "acidental".
Ora veja-se: quando, em 1973, eu obtive a minha carta de condução, fui dado como apto a conduzir - mesmo um Ferrari! - apesar de nunca ter guiado a mais de 40km/h, nem com chuva, nem de noite, nem com piso oleoso, nem em autoestrada... - o mesmo sucedendo, trinta anos depois!, com o meu filho. Então o que é que se espera de um sistema destes, se não que despeje nas nossas estradas - e com uma arma mortífera nas mãos! - milhares de pessoas impreparadas para conduzir?
Entretanto, de que é que se está à espera para internar os condutores loucos e suicidas? E para meter na cadeia os assassinos? Claro que se trata de perguntas retóricas pois, para que isso alguma vez se fizesse, seria preciso empandeirar, primeiro, a caterva de burocratas que, ano após ano, quando confrontados com as suas responsabilidades, mais não sabem dizer do que "o assunto está a ser estudado".
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