Eis algumas das fotos da construção da mais fabulosa das vivendas do Restelo, na Rua da Alcolena, nº 28 (mesmo por baixo da divina Capela de São Jerónimo), da autoria do Arq. Varela e de Almada Negreiros. Acaba de entrar um pedido de construção nova para ali (125/EDI/2009, de uma tal Soindol-Sociedade de Investimentos Dominais, Lda).
Eu pergunto: estes ministros todos da cultura e das educações, respectivos secretários e secretárias, adjuntos e demais prole, mais os escribas do regime, será que de entre todos esses iluminados não há ninguém que evite que se dê mais este atentado ao património de Lisboa e do país?
Uma casa modernista destas, em qualquer cidade que se preze pela sua memória e pela riqueza (pouca) do seu património, já devia estar restaurada, ter sido divulgada e utilizada como casa-atelier de arquitectos e artistas plásticos. Já o ministério e o município teriam elaborado um roteiro de qualquer um dos seus autores. Mas aqui é esta triste sina, usando-se os poucos dinheiros públicos (mais os que caem do céu, aliás, do casino) para coisa idiotas. Até quando?
3 comentários:
(...) dir-se-ia que se trata de um modernismo muito ecléctico e uma obra bastante personalizada, cuja relação c/ o Almada bem pode justificar alguns dos devaneios presentes, lembrando-me certos exemplos construídos no ultramar (um termo equivalente ;)
A pergunta que se põe é: como é que isso é possível, será que não existe nenhuma figura legal que impeça a sua perda? nem um inventário que contemple as obras singulares? teremos assim tanto património que nos damos a esse (e outros mais) luxos? ou será simplesmente indiferença, à mistura c/o habitual desleixo e incúria...
AB
Gostaria apenas de rectificar que as imagens a preto e branco aqui apresentadas não são do Arquivo Municipal, mas sim reproduções feitas por Paulo Cintra, a partir de fotografias originais de um álbum familiar do arquitecto António Varela (autor do projecto desta residência).
Paulo Cintra
Obrigado. Foram retiradas do site do Arquivo Municipal da CML.
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