Um grande jornalista Indro Montanelli disse" O jornalista é um oceano de sabedoria com um centimetro de profundidade". Tenho muitos amigos jornalistas e outros tantos aprecio, mas tenho que dizer, novamente, que salvo raros momentos em televisão (que não tenho e vejo seleccionadamente!) onde se vê uma ou outra boa reportagem ( e também outras tantas de alta demagogia e sem critérios editoriais!), e algum, raros artigos em jornais nacionais (dominados por editorias medíocres, dependentes do mercado e da lógica sensacionalista, sem esforço nem valência e qualidade) leio só jornais internacionais e vejo alguma televisão de qualidade noutros países.
A explicação para os Bolsonaro, Trumps, Orbans, Salvinis, Dutertes, Maduros, Castros, Putins, Xis, Puiggemontes, está também, muito no jornalismo de pia que vamos tendo.
Basta ver ou ler como hoje me calhou de castigo, algum média português para ver a indigência dos mesmos e a parolice dos jornalistas ou dos editores. Tem alguma relevância que dois personagens não tenham comentado declarações suas, que morreram no acto? Tem algum interesse contar pormenores sórbidos de um crime banal? Tem algum valor dar uma notícia que já está desmentida à hora da sua publicação? Tem alguma qualidade referir a espuma e não falar da onda ( esta é figurada...)?
As fake news são promovidas a verdades e o jornalismo que temos é quase todo orientado para a venda dos produtos que o pagam, e que necessitam que a turba continue o consumo, sem grande pensamento, sem qualquer lógica de investigação e sem critérios.
Os jornalistas constróiem a realidade e depois admiram-se que lhes caia em cima aqueles personagens, que os jornais e as TVs vão caindo em audiências e tiragens e que qualquer dia não haja nem jornais, nem jornalistas ( aliás estagiários pagos a pataco já enchem as redacções em trabalho escravo) nem liberdades!
Mas é domingo e já não é Primavera!
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