Alguém (penso que um algoritmo!) com pouco juízo e menos discernimento fez um comentário pouco cuidado e ordinário num post que fiz onde responsabilizo grande parte da comunicação social pelo alarmismo, pânico e desinformação sobre o vírus. Aliás também pela anestesia actual e dormência social que se lhe irá seguir, ou não fosse esse, inquestionavelmente o programa das estrelas. Chama-se bio-política.
Tenho difundido muitas notícias pelo meu canal de informação sobre as causas do surgimento desse, e da sua disseminação, o vírus existe e deve ser referido que devido ao maltrato que damos à natureza e não questiono, embora haja alternativas (ver Suécia) a quarentena social, mas sim o isolamento.
Deveria ser enquadrado. O vírus até agora (30/3) infectou só 0,05% dos portugueses e 0, 2 % dos espanhóis.* Não matará, previsivelmente, senão um numero nessa linha. Menos de 1/4 do que mata a tuberculose por ano em Portugal, e muitos dos que morrerão com esse morreriam com aquela. Factos.
Mas há gente que gosta de cuspir para o ar.
Fala-se em 200.000 americanos. Sabiam que esse é menos que o número que morre anualmente por obesidade e doenças co-relacionadas.
Os nossos televisivos e até os jornais de referência deixaram-se arrastar pela onda.
https://obseribericoenergia.pt/index.php
acima a melhor informação, seleccionada pelo crivo. É que a há embora cada vez mais limitada, mas é isso que pretendem....atirar palpites sem analisar os dados, viver nas redes sociais conduz ao trumpismo. É contagioso.
E contra o pensamento, responsável.
*
Os sistemas de saúde não estão preparados para isto. Mas nenhuma doença, contaminação em escala (pequena) os encontram capacitados, mas aí também ver os estagiários enviados para as conferências de imprensa são umas sanguessugas, e dos apresentadores dos telejornais... não há palavras.
Só agora comprei o El Pais de ontem:
https://elpais.com/elpais/2020/03/24/eps/1585060539_880446.html
nem mais!
segunda-feira, março 30, 2020
domingo, março 29, 2020
Ed Yong: Grilos suicidas, baratas zumbis e outras histórias de parasitas
Nestes tempos perigosos que vivemos uma conversa "inspiradora".
sábado, março 28, 2020
Gosto de todos os povos, tive 2 namoradas alemãs, uma a minha primeira paixão, o meu melhor amigo era africano, infelizmente morreu, José Januário e ainda hoje o choro, e namorei também asiáticas. Tenho amigos por todo o lado.
Declaração de interesses, fui fundador da Amnistia Internacional em Portugal, que abandonei este ano por se ter transformado numa agência de empregos, e de diversas organizações cívicas e ambientais.
Sou intransigentemente adversário da Ideologia Alemã (não a mesma que Marx referia mas o nazionalismo e a superiorismo) e da Ideologia Chinesa (o maoismo que bebe o leite do confucionismo e de Sun Tzu).
Desprezo discursos que racificam/racializam qualquer desses povos. A Ideologia Chinesa está no Bolsa, Duterte ou no Trump e a Alemã está no tal repugnante, e no Salvini, na Le Pen ou em tantos outros por esse mundo fora.
Tema que talvez venha a desenvolver nestes tempos que convidam a juntar palavras.
Este livro que leio, do fundo do arquivo morto, é curioso, datado mas ajuda a perceber a tal ideologia com detalhes até ao fundo:
A Terra é só uma, mas temos que combater estas ideologias, antes que acabem connosco.
Declaração de interesses, fui fundador da Amnistia Internacional em Portugal, que abandonei este ano por se ter transformado numa agência de empregos, e de diversas organizações cívicas e ambientais.
Sou intransigentemente adversário da Ideologia Alemã (não a mesma que Marx referia mas o nazionalismo e a superiorismo) e da Ideologia Chinesa (o maoismo que bebe o leite do confucionismo e de Sun Tzu).
Desprezo discursos que racificam/racializam qualquer desses povos. A Ideologia Chinesa está no Bolsa, Duterte ou no Trump e a Alemã está no tal repugnante, e no Salvini, na Le Pen ou em tantos outros por esse mundo fora.
Tema que talvez venha a desenvolver nestes tempos que convidam a juntar palavras.
Este livro que leio, do fundo do arquivo morto, é curioso, datado mas ajuda a perceber a tal ideologia com detalhes até ao fundo:
A Terra é só uma, mas temos que combater estas ideologias, antes que acabem connosco.
sexta-feira, março 27, 2020
quinta-feira, março 26, 2020
Lindo, lindo!
https://coneixelriu.museudelter.cat/en/birds.php
um documento fantástico!
E carregar em cada ave para ouvir-lhe o som!
https://coneixelriu.museudelter.cat/en/birds.php
um documento fantástico!
E carregar em cada ave para ouvir-lhe o som!
quarta-feira, março 25, 2020
O espírito depende do espaço e do tempo. Agora limitados no espaço o tempo altera-se, e com ele a realidade que começa a moldar-se a este espaço limitado.
Recordo que vou tentando dar uma saída desse, 5 dias por semana, com notícias que saem do dominante, aliás totalizante dos nossos média:
https://obseribericoenergia.pt/index.php
vale a pena subscrever.....
Estes queriduchos estão com olho no O.I.E.
Recordo que vou tentando dar uma saída desse, 5 dias por semana, com notícias que saem do dominante, aliás totalizante dos nossos média:
https://obseribericoenergia.pt/index.php
vale a pena subscrever.....
Estes queriduchos estão com olho no O.I.E.
segunda-feira, março 23, 2020
Passei se bem me recordo 2 semanas em Milão, esta é uma das mais bonitas catedrais que visitei.
Hoje, aqui, como em todo o lado é o vazio, a ausência, a angústia e o desespero.
hoje, com uma muito querida amiga Cristina M. trocámos tempos e memórias, que sempre surgem com esse, e contei-lhe que os meus sonhos agora, antes nunca me lembrava do que constavam, são cheios de remakes de passados.
Noutro dia acordei a discutir, em Bolonha, com Marco Pannella, sobre a Cicciolina, marionette que ele tinha produzido, e que foi uma das discordâncias que tive com ele, também o Gandhi.... o foi.
E cada vez mais passo, no sono por tempos e os refaço.
Talvez a depressão, releio a Peste, de Camus, e sinto-a nos neurónios.
Nada voltará. O mundo terá que mudar, esta pandemia fomos nós que a fizemos, para não a, as continuarmos vamos ter, mesmo, que mudar a nossa relação.
Hoje, aqui, como em todo o lado é o vazio, a ausência, a angústia e o desespero.
hoje, com uma muito querida amiga Cristina M. trocámos tempos e memórias, que sempre surgem com esse, e contei-lhe que os meus sonhos agora, antes nunca me lembrava do que constavam, são cheios de remakes de passados.
Noutro dia acordei a discutir, em Bolonha, com Marco Pannella, sobre a Cicciolina, marionette que ele tinha produzido, e que foi uma das discordâncias que tive com ele, também o Gandhi.... o foi.
E cada vez mais passo, no sono por tempos e os refaço.
Talvez a depressão, releio a Peste, de Camus, e sinto-a nos neurónios.
Nada voltará. O mundo terá que mudar, esta pandemia fomos nós que a fizemos, para não a, as continuarmos vamos ter, mesmo, que mudar a nossa relação.
domingo, março 22, 2020
A maluqueira do papel higiénico mostrou o estado de demência de uma grande parte dos portugueses.
E aparentemente não só por cá mas, por todo o lado, essa loucura, que permitiu avultada facturação à RENOVA, que julgo poderá ter estado por detrás desse boato, da falta do mesmo e do pânico de não termos com que limpar o dito (e o bidé, e a torneira, felizmente nos países do sul essa campanha não teria qualquer sucesso) essa loucura fez ondas.
Ver aqui:
http://signos.blogspot.com/search/label/bio-pol%C3%ADtica
e também há quem aproveite:
E aparentemente não só por cá mas, por todo o lado, essa loucura, que permitiu avultada facturação à RENOVA, que julgo poderá ter estado por detrás desse boato, da falta do mesmo e do pânico de não termos com que limpar o dito (e o bidé, e a torneira, felizmente nos países do sul essa campanha não teria qualquer sucesso) essa loucura fez ondas.
Ver aqui:
http://signos.blogspot.com/search/label/bio-pol%C3%ADtica
e também há quem aproveite:
sexta-feira, março 20, 2020
quinta-feira, março 19, 2020
Isto, não nos deve fazer esquecer a vida, que continua, as batalhas que enfrentámos e que ganhámos, ou algumas perdemos.
Esta é memorável:
a casa veiu abaixo, mas a actual Junta de Freguesia, que tem feito um trabalho notável na recuperação da memória que nos faz e ainda mais, muito mais os ferralejos, recriou no novo edíficio, assim como tem recuperado memórias e estórias que põem Ferrel no mapa, incontornável marco de lutas ecologistas, sociais e anti-nucleares.
Esta é memorável:
a casa veiu abaixo, mas a actual Junta de Freguesia, que tem feito um trabalho notável na recuperação da memória que nos faz e ainda mais, muito mais os ferralejos, recriou no novo edíficio, assim como tem recuperado memórias e estórias que põem Ferrel no mapa, incontornável marco de lutas ecologistas, sociais e anti-nucleares.
terça-feira, março 17, 2020
Pedro Barroso - Viva quem canta
Um grande músico e um poeta exímio. Cruzei-me com ele, e divergimos, sem deixar de o apreciar.
Pedro Barrroso, um grande homem.
segunda-feira, março 16, 2020
Um artigo de grande qualidade:
http://www.mientrastanto.org/boletin-188/de-otras-fuentes/un-fantasma-recorre-europa
de facto além do vírus, os discursos totalitários e as práticas que lhes estão ligadas são as patologias que vão erosionando as nossas sociedades de direito e democráticas, tempos para pensarmos.
http://www.mientrastanto.org/boletin-188/de-otras-fuentes/un-fantasma-recorre-europa
de facto além do vírus, os discursos totalitários e as práticas que lhes estão ligadas são as patologias que vão erosionando as nossas sociedades de direito e democráticas, tempos para pensarmos.
domingo, março 15, 2020
Para quando em Lisboa:
Acima, um hotel em Viena!
E aqui:
https://elpais.com/elpais/2020/03/12/eps/1584017873_633364.html
Acima, um hotel em Viena!
E aqui:
https://elpais.com/elpais/2020/03/12/eps/1584017873_633364.html
sábado, março 14, 2020
Vai começar um tempo de leituras, espero que um desses substantivos só dure enquanto tiver abastecimento....
Tenho neste momento em leitura este excelente, manual e tudo sobre drogas:
um livro espesso e caro literáriamente, com excelentes fotos e bonecos.
Mas sendo esse pesado contrabalanço-o com este leve, que se vai ler de um trago de Elvira Lindo:
leitura leve, estória ao correr da pena, Para passar o tempo.
Tenho neste momento em leitura este excelente, manual e tudo sobre drogas:
um livro espesso e caro literáriamente, com excelentes fotos e bonecos.
Mas sendo esse pesado contrabalanço-o com este leve, que se vai ler de um trago de Elvira Lindo:
leitura leve, estória ao correr da pena, Para passar o tempo.
sexta-feira, março 13, 2020
As fake news não começaram agora...
esta tem alguns buracos, mas muitas inverdades passam por esta Armada....
https://elpais.com/cultura/2020-03-12/una-fake-news-derroto-a-la-armada-invencible.html
assim como estórias mal contadas por este corona vírus....
esta tem alguns buracos, mas muitas inverdades passam por esta Armada....
https://elpais.com/cultura/2020-03-12/una-fake-news-derroto-a-la-armada-invencible.html
assim como estórias mal contadas por este corona vírus....
quarta-feira, março 11, 2020
Não há que escamotear o problema. O vírus existe, mas....
é, em grande parte, uma criação dos média, sequiosos de sangue, sequiosos de vítimas e mortes.Vamos lá a ver, até agora, em três meses, a nível mundial morreram menos pessoas que num ano em Portugal de....pneumonia. A nível mundial morrem cada ano 100 vezes mais pessoas com malária do que as cerca de 4.000 que faleceram com o vírus ( e muitas outra coisas!).
Mas a nossa imprensa, aliás toda a imprensa pensa que é com o medo que vende.... mais medo.
é, em grande parte, uma criação dos média, sequiosos de sangue, sequiosos de vítimas e mortes.Vamos lá a ver, até agora, em três meses, a nível mundial morreram menos pessoas que num ano em Portugal de....pneumonia. A nível mundial morrem cada ano 100 vezes mais pessoas com malária do que as cerca de 4.000 que faleceram com o vírus ( e muitas outra coisas!).
Mas a nossa imprensa, aliás toda a imprensa pensa que é com o medo que vende.... mais medo.
terça-feira, março 10, 2020
segunda-feira, março 09, 2020
Dia 11 de Março é um dia registado, não só em Portugal, mas a nível mundial.
Nesse dia rebentaram, rebentaram mesmo 3 reactores nucleares no Japão, em Fukushima, em 2011.
Nada pode continuar, mesmo que haja amanhã:
https://www.cuatro.com/cuarto-milenio/central-nuclear-vandellos-accidente-chernobil_18_2903520111.html
conforme nos diz um bombeiro, de outro acidente, gravissimo, aqui ao pé!
Estivemos em Navalmoral de la Mata, perto de Almaraz (que tem, tem mesmo, que fechar, antes que seja tarde!)
Com a Adenex e os nossos amigos, cerca de 30 plantámos um ciruelo (ameixoeira) num local onde já estão plantados outros, um por cada ano,
E depois estivemos no teatro, mencionado em posta anterior, onde vimos o filme A Fuga, de Eduardo Soto sobre a evacuação (ficção) de Cuenca depois de um acidente no depósito de resíduos nucleares....
Depois tivemos uma conversa, com o Eduardo, que tem um filme de que nos dará notícias sobre a história da nuclear em Espanha....
Recordar, manter as memórias e os empenhos é fundamental para criar bases para acção e mais pensamento.
não vamos parar hasta cerrar Almaraz e todas las démas!
Nesse dia rebentaram, rebentaram mesmo 3 reactores nucleares no Japão, em Fukushima, em 2011.
Nada pode continuar, mesmo que haja amanhã:
https://www.cuatro.com/cuarto-milenio/central-nuclear-vandellos-accidente-chernobil_18_2903520111.html
conforme nos diz um bombeiro, de outro acidente, gravissimo, aqui ao pé!
Estivemos em Navalmoral de la Mata, perto de Almaraz (que tem, tem mesmo, que fechar, antes que seja tarde!)
Com a Adenex e os nossos amigos, cerca de 30 plantámos um ciruelo (ameixoeira) num local onde já estão plantados outros, um por cada ano,
E depois estivemos no teatro, mencionado em posta anterior, onde vimos o filme A Fuga, de Eduardo Soto sobre a evacuação (ficção) de Cuenca depois de um acidente no depósito de resíduos nucleares....
Depois tivemos uma conversa, com o Eduardo, que tem um filme de que nos dará notícias sobre a história da nuclear em Espanha....
Recordar, manter as memórias e os empenhos é fundamental para criar bases para acção e mais pensamento.
não vamos parar hasta cerrar Almaraz e todas las démas!
Etiquetas:
Almaraz,
Fukushima,
Lixo nuclear,
Nuclear
Sábado, em Navalmoral de la Mata, perto de Almaraz assisti a um monologo de um "machote".
uma peça de teatro que se resume a boas intenções contra a violência da sociedade patriarcal e de género....
Mas já nos dizia o enorme poeta Lorca:
"Horta em Março
A minha macieira
tem sombra e pássaros."
As palavras têm que significar mais do que aquilo que parece que querem dizer.
Hoje e sempre.
uma peça de teatro que se resume a boas intenções contra a violência da sociedade patriarcal e de género....
Mas já nos dizia o enorme poeta Lorca:
"Horta em Março
A minha macieira
tem sombra e pássaros."
As palavras têm que significar mais do que aquilo que parece que querem dizer.
Hoje e sempre.
Etiquetas:
Lorca,
Violência género,
violência patriarcal
quarta-feira, março 04, 2020
E continuamos, hoje um texto cuja redacção foi do Acácio Pires, que saúdo pela meticulosidade, elaboração e ligações com que abrilhantou o pensamento, que partilhamos!
1 - Mais
turistas não quer dizer melhor turismo ou mais receitas turisticas.
https://www.e-unwto.org/doi/pdf/10.18111/9789284419876
pag 15
pode ver-se que com quase o dobro do número de turistas Portugal tem o mesmo
volume de receitas turísticas da Suiça.
Para
diversificar e qualificar a oferta turística, reduzir o índice de sazonalidade
e aumentar o período médio de estadia o país não precisa de mais capacidade
aeroportuária, deve antes investir na qualidade ambiental das suas áreas
protegidas e da paisagem, na conservação do seu património histórico ou na
produção cultural e artística de qualidade.
Existe um
longo caminho a percorrer sem ser necessário aumentar substancialmente o número
de turistas.
2 - A
excessiva dependência do turismo torna o país mais vulnerável a oscilações
neste sector, Deve aproveitar-se o actual bom momento para diversificar e
qualificar os destinos turísticos portugueses de modo a torná-los mais
resilientes em relação a choques externos.
3 - 'Não
há planeta B!' não pode ser apenas de um slogan.
As
viagens aéreas tem estado, em grande medida, fora dos inventários nacionais de
emissões.
Na
recente declaração de emergência climática tanto a aviação como o transporte
marítimo internacional foram incluídos nos esforços que todas as áreas da
economia têm que fazer.
O
crescimento do consumo de jet fuel e e de fuel para barcos tem crescido muito
acima de todos os outros tipos de combustíveis fósseis e o seu volume atinge
aproximadamente 15% do total combustiveis fósseis consumidos em portugal.
http://www.dgeg.gov.pt/ (Combustíveis
Fósseis - Estatísticas Rápidas – dezembro 2019)
pág 4, 9
e 10
4 - A
política fiscal portuguesa está desajustada da realidade europeia e favorece de
forma totalmente anacrónica o transporte aéreo.
Neste
momento portugal é o país europeu onde a aviação paga menos impostos em termos
relativos. Muito menos do que em países como a Grécia ou a Estónia (países
ainda mais periféricos do que Portugal.
Esta
realidade não se poderá manter muito mais tempo face à emergência de políticas
europeias fortes quanto ao combate às alterações climáticas.
https://www.transportenvironment.org/sites/te/files/publications/EC_report_Taxes_in_field_of_aviation_and_their_impact_web.pdf
(relatório
da comissão europeia sobre as políticas fiscais em relação à aviação - pág 14
5 -
Existem formas muito mais rápidas e eficazes de reduzir a pressão sobre a
Portela de imediato sem perda impacto no emprego e no PIB.
Como
demonstra o relatório referido no ponto 4 o Estado Português perde todos os
anos mais de 600 Milhões de euros em receitas fiscais devido às isenções
fiscais com que beneficia a aviação.
O
referido relatório também demonstra que o fim das isenções tem efeitos neutros
no emprego e no produto desde que as receitas obtidas sejam reinvestidas
em alternativas produtivas, como por exemplo na qualificação e diversificação
da oferta turística e na promoção de ligações ferroviárias à Europa.
6 - No
imediato, a penalização dos vôos internos entre Lisboa, Porto e Faro, pode no
limite eliminar, no limite 6-7% dos movimentos da Portela, libertando espaço
para rotas mais relevantes para as ligações internacionais, isto desde que o
produto das receitas de impostos sobre este tipo de vôos fosse utilizado na
promoção de alternativas rodoferroviárias num prazo.
muito
curto. Após a conclusão das ligações a Madrid, via Badajoz, e a Medina del
campo, via Salamanca, o tráfego aéreo poderá reduzir-se até, no limite, 15% -
ligações aéreas entre Lisboa e outras cidades ibéricas continentais representa
cerca de 15% dos movimentos.
Assiste-se
lentamente ao recrudescimento dos comboios nocturnos que, se forem modernos e
confortáveis poderão transformar viagens de até 12h00 de comboio em viagens que
na prática não chegam a 3-4h.
https://theicct.org/sites/default/files/publications/ICCT_CO2-commercl-aviation-2018_20190918.pdf
Como
podemos ver na pág 8, cerca de metade das emissões com origem na aviação
comercial são devidas a viagens cuja distância percorrida não ultrapassa os 2500km.
Se tivermos comboios nocturnos modernos a circular em linhas que permitam
velocidades médias de 200km, e uma política fiscal alinhada com o cumprimento
do acordo de paris, teremos a possibilidade teórica ver cerca de 40-50% dos
actuais utilizadores de avião a migrar para o comboio. No caso de Lisboa isto
significaria viajar de comboio, durante a noite e sem perder um dia de viagem,
para cidades como Londres, Paris, Bruxelas, Amesterdão, Marselha, Lyon, Milão,
Genebra, Frankfurt ou Dusseldorf.
A recente
sentença sobre a construção da terceira pista de Heathrow e a crescente pressão
que se fará sentir para fazer avançar a agenda de combate às alterações
climáticas faz-nos crer que o transporte aéreo enfrentará fortes restrições no
futuro o que favorecerá meios alternativos de transporte, como o ferroviário.
7. Como
se pode observar no parecer da ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável,
muitos aeroportos europeus entre 2008-2018, aumentaram o número de passageiros
transportados apesar de terem reduzido o número de movimentos aéreos.
https://zero.ong/wp-content/uploads/2019/09/Parecer_ZERO_AeroportoMontijo-vfinal.pdf
pag1 e
AnexoI
Isto quer
dizer que a actual infraestrutura comporta ainda o crescimento do número de
passageiros apesar de em certos períodos do ano e em certos períodos do dia
estar saturada.
Este é o
dado final que demonstra a inexistência de uma urgência económica em relação ao
aumento da capacidade do aeroporto da Portela e/ou da construção do aeroporto
do Montijo.
O governo
alega que o país perde 600 milhões de euros por ano em receitas turísticas sem
apresentar qualquer estudo que possa ser discutido publicamente, o que fragiliza
qualquer posição séria sobre este tema.
8. Desde
que existe legislação europeia relativa á protecção de habitats, nenhum
aeroporto de 10 milhões de passageiros foi construido junto a grandes estuários
europeus. Mesmo os que já tinham sido construidos antes da existência da
directiva habitats, não possuem cones de aproximação simultaneamente
perpendiculares e próximas às zonas de alimentação da avifauna - zonas entre
marés.
Não por
acaso no plano de ordenamento da reserva natural do estuário do Tejo estas
áreas são consideradas da máxima importância para a integridade territorial do
ecossistema.
A
segurança aeronáutica não foi avaliada com precisão e existem as maiores
dúvidas de que a ANAC certifique o aeroporto por razões de segurança, dadas as
circunstâncias anteriormente referidas. Nunca é demais lembrar que o Thames
Estury Airport foi liminarmente rejeitado pelas autoridades britânicas entre
outras matérias pelo elevado risco de colisão com aves.
https://assets.publishing.service.gov.uk/government/uploads/system/uploads/attachment_data/file/349518/decision-and-summary.pdf
Pág 5,
12(2.8), 26, 27, 28.
Conclusão:
A decisão de 2011 foi tomada num contexto económico, social e político
completamente diferente do actual pelo que o olhar sobre as infraestruturas
aeroportuárias, nomeadamente em Lisboa, deve ser revisto à luz de critérios que
ganharam entretanto uma importância que não tinham na altura, como sejam:
1.
Impacto no aumento de GEE
2.
Impacto sobre a saúde pública
3. O
impacto muito significativo e irreversível sobre ecossistemas de importância
europeia e euro-africana
terça-feira, março 03, 2020
Subscrever:
Mensagens (Atom)