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Ontem discutiu-se politica em Oeiras.
No Fórum Social de Oeiras discutiu-se
cidadania e como as nossas urbes se podem desenvolver, como podemos participar
na sua organização e gestão, como podemos participar no seu processo de
desenvolvimento.
Numa tarde chuvosa cerca de 80 pessoas
(contadas a dedo, da mesa) com representantes do CDS, do PCP, do PS, do BE e do
MOV na sala, uma sala interventiva, com as habituais idiossincrasias, que
conhecemos, ouviu João Seixas apresentar um quadro geral de referência para
pensar a urbe, a sua realidade e relacionamento no espaço e no tempo que também
o faz, numa intervenção calorosa e que deixou desde logo uma qualidade que
felizmente se seguiu por toda a sessão, que foi toda ela de excelência.
Seguiram-se Teresa Nogueira, que apresentou
informação da Amnistia Internacional sobre o enquadramento da pobreza e como
esta impede a participação e Alda Matos que remeteu com dados para a análise do
concelho.
Pela sessão esteve subliminar a critica ao
austerícidio em que vivemos, sem esperança, sem horizontes, sem uma réstia de
dignidade na gestão da coisa pública.
Todos somos responsáveis foi também uma ideia
que percorreu a sala.
Numa sessão que não teve intervalo, e os
organizadores terão que reequacionar o tempo desta, houve pessoas a que não
pode dar a palavra, que lamento e a quem peço aqui desculpas, também para
aproveitar a presença dos convidados, que todos eles foram restritos nos 15
minutos das suas introduções.
Seguiu-se o meu velho camarada Paulo Trigo
Pereira que foi muito incisivo na análise da economia e finanças do momento,
deixou muita gente com orelhas a arder numa exposição clara e didáctica e que
foi contra extremismos políticos, sem nexo nem realidade, e também, sobretudo,
contra as ideias nebulosas que dominam o Terreiro de Paço.
Carlos Cupeto falou de Agendas XXI, área que
partilhamos e sobre as quais temos trabalho realizado. Pena que algumas ideias
para discussão que lançou, amistosa e “provocatoriamente” politicamente "incorrectas," não se
tenham podido aprofundar.
E Carlos Gaivoto falou-nos de transportes, num
enquadramento global, mas também com referencias concretas ao espaço
metropolitano e local, que é onde nos movemos, onde construímos relacionamentos
e onde temos que tecer a rede para o futuro.
Que não existe senão com pessoas reais, a
beneficiarem do espaço digital, com este mas não diluídas neste, em busca de
relacionamentos, de sentimentos de emoções e sensações que só a vida nos dá.
E tivemos um momento diferente, que referi ser
de descompressão, não por termos tido pressão no fórum, mas porque as vozes ao
alto nos dão também a noção clara do poder do discurso, da força do colectivo,
do coro que se junta para nos trazer debaixo da teoria, como esta foram as
pedras, o que há de profundo na terra que cobrem, o CRAMOL com as suas canções
de vida e trabalho.
Já no caminho das 5 horas, depois de muito
sumo molecular, de um tempo de alta qualidade e já com as ideias em ebulição,
com expectativas para o futuro, se concluiu a sessão, que continuará a animar
Oeiras e que estará também presente no digital, que aqui trarei para
referência.
É importante saber distinguir a China do
Arizona. Á noite no deserto dos homens. E nesse procurar a sabedoria. E a
empatia para fazer sociedade.
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