domingo, maio 24, 2009

Hotéis de charme

Um mercado com potencial... mas não agora -
Responsável dos Hotéis Heritage diz que toda a Baixa é interessante
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-24.05.2009, Alexandra Prado Coelho-PUBLICO
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O mercado dos hotéis de charme em Lisboa tem potencial para crescer, mas dificilmente isto acontecerá neste momento de crise. Esta é a convicção de Luís Alves de Sousa, dos Hotéis Heritage, que conhece bem esse segmento de mercado pela experiência dos cinco hotéis desse tipo que tem em Lisboa, nomeadamente o Solar do Castelo, instalado numa mansão do século XVIII dentro das muralhas do Castelo de São Jorge.
Olhando para os cinco imóveis históricos que a Câmara de Lisboa pretende vender, Alves de Sousa avisa que não basta um palacete para fazer um hotel de charme. "Há palácios fantásticos mas em sítios onde não faz sentido nenhum ter um hotel de charme." Da lista da câmara, um exemplo disso é o Palácio Benagazil, junto ao aeroporto, ou ainda o Pancas Palha, em Santa Apolónia, que "está em cima da estrada, numa zona com barulho, pouco central". Não se consegue "vender um produto bom mas que está fora do sítio", diz.
Quanto ao Tribunal da Boa Hora, apesar de achar que "toda a Baixa é interessante", tem algumas dúvidas sobre o sucesso da ideia (já abandonada) de transformar em hotel um edifício que, apesar de "ter boas condições para ser adaptado, está encaixado num sítio um pouco sombrio". Não é a melhor localização, sobretudo tendo em conta outros locais que existem em Lisboa - "o Quartel do Carmo, por exemplo, que está num sítio magnífico". Depois há o problema do tamanho. "Explorar um hotel com menos de vinte quartos é muito difícil." Este é um tipo de negócio que, acredita Alves de Sousa, pode interessar mais a pequenas empresas familiares do que a grandes grupos hoteleiros.
Mas, por outro lado, esse pequenos negócios de exploração familiar "não conseguem ter visibilidade internacional e fazer a promoção, que é também a promoção da cidade", lembra Alves de Sousa. O essencial, contudo, é que a câmara aposte na recuperação (limpeza, obras nos edifícios degradados), sobretudo entre Santa Apolónia e a Av. de 24 de Julho, e até ao Parque Eduardo VII. "Só assim teremos condições para chamar mais turismo". Porque Lisboa "tem um charme natural, mas tem problemas que ainda afastam os turistas". É uma cidade que "tem que ser mais valorizada em termos internacionais, tem subir de categoria".
A.P.C.

3 comentários:

Anónimo disse...

Já que Lisboa ser Capital do Charme levanta esses problemas todos, Lisboa Capital da Javardice era tiro e queda.

É que nem era preciso nada, só talvez uns anúncios nos jornais gratuitos, coisa baratucha.

Anónimo disse...

Portugal e Lisboa, em particular, mostram assim que estamos muito à frente das nações cultas e civilizadas. Como disse o Vereador da CML, o produto da venda do Palácio Braamcamp servirá para asfaltar as ruas, pintar as passadeiras, etc... Muito bem! Qual é o país ou a autarquia que troca o seu património cultural por alcatrão e tinta?? Hotéis de charme é que tá a dar! Gandas otários...

Anónimo disse...

Parece que o conceito de hotel de charme nao esta bem interiorizado pelos portugueses.Na Europa um hotel de charme costuma ser uma unidade pequena, normalmente gerida por empresa familiar,localizada em area historica e em edificio de caracter,normalmente antigo.O ambiente criado,quer pela envolvente,quer pelo empenho colocado na decoracao dos quartos e das areas comuns,nao tem necessariamente a ver com luxo,mas sim com o criar de ambientes unicos e originais.Normalmente cada quarto tem mobiliario e decoracao diferentes,sendo muito comum o utilizar de mobiliario antigo e em segunda mao.De facto, em muitos aspectos um hotel de charme esta mais proximo de uma pensao tradicional do que um Radisson ou um Ritz...