Esse País vivia tempos muito difíceis e precisava dos seus melhores: aproximavam-se actos eleitorais muito importantes e era preciso unir esforços e procurar dirigentes de referência.
De facto o País estava mesmo muito mal, ensarilhado numa crise económica internacional e interna; numa crise social e de credibilidade das instituições. Até já se viam, pelo cair da noite, muito mais pessoas a procurar nos caixotes do lixo restos que lhes pudessem minorar a miséria.
Fossem quais fossem as suas divergências, os responsáveis políticos tinham, na sua diversidade, de congregar esforços, reclamar valores e princípios e lançar mãos à obra.
Partidos havia que tinham particulares responsabilidades, pois vinham-se transformando em centros de "trabalho temporário" para alguns, à custa da militância e do esforço generoso de muitos. Aliás, também por uma questão da inteligência, esses partidos (sob pena de morte anunciada) tinham forçosamente de regenerar os respectivos códigos de conduta.
Apesar de triste, descrente, desanimado, cansado e desorientado, esse País esperava, ainda assim, um esforço dos seus dirigentes.
Quando se aproximaram os actos eleitorais começaram a ser anunciadas as candidaturas a dirigentes. Esse País assistiu estupefacto a partidos andarem a pescar à linha pessoas que com eles nem se identificavam, só para ver se ganhavam mais votos, mesmo que essas pessoas tivessem dito mal desses partidos e fossem profissionais da política. Esses partidos aproveitaram para fazer purgas internas e escolher amigos e desempregados políticos de vários quadrantes. Confundiram política com questões pessoais.
Estranhas urdiduras internas se fizeram entre antigos inimigos que dividiram lugares entre eles, para excluir outros.
Com poucas excepções.
Esqueceram-se das ideologias, dos valores e das pessoas.
Vieram as eleições e esse País ficou ingovernável.
E os filhos e os netos desse País empobreceram. Muito longe daqui.
3 comentários:
Segundo o Dr. Medina Carreira, ontem, na SIC Notícias, parece que esse país não é muito longe daqui.
Não deve ser nada animador viver num país que pode vir a ser ingovernável. E quando esta possibilidade é anunciada por alguém envolvido na política, deixa pouca esperança aos que simplesmente esperam que alguém os governe.
Já se dizia na Roma Antiga que lá para o extremo da Ibéria vivia um povo que nem se governa nem see deixa governar, eram os tais lusitanos, hoje encerrados no bota-abaixismo mediocre, na ausência de ideias, na falta de pontualidade com tudo o que isso acarreta, e na mais grosseira boçalidade, que aliás se vai espalhando por todo o lado.
Tudo isso junto e o atavismo intriseco ao monarquismo que existe em cada português e as perspectivas não são brilhantes.
Mas é melhor procurar remar contra aa corrente que dar expressão a ideias Nulas e completamente absurdas, sem qualquer sentido dee realidade e condenadas a improdutividade absoluta.
Há cromos para tudo, mas para o rigor, o bom senso, a transparência é preciso coluna vetebral.
António
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