sexta-feira, dezembro 04, 2009

Centenária Barbearia Campos, que futuro?


Em vinte e tal anos tenho-a visto ficar mais pobre: os bons barbeiros morreram todos, a clientela é já quase só turística, o fabuloso mobiliário de época tem sido vendido ou partido, os estuques enfolam e até o mais que centenário espelho gigantes (proveniente de afamado bordel do final do séc. XIX) está cada vez mais opaco.

Acresce que os donos, ao que se sabe pouco interessados em propagar o estabelecimento mas antes em fazer bom negócio, o que ajuda à "festa".

A CML pouco se interessa por este Cabeleireiro de Homens que os turistas fotografam à pressa, porque os donos não permitam fotos, a não se por "requerimento oficial".

Ultimamente, o prédio onde está esta pérola do Chiado, tem sido objecto de gula da vizinha Benetton/Ramiro Leão, que lhe pretende fazerum "take over", deitando fora, claro, a pérola aos porcos.

Em tempos esteve montado um andaime (oportunista), que fez com que todos pensássemos que seria desta que o prédio (semi-devoluto e interditado nas traseiras) seria recuperado. Mas qual quê, foi só para fazer publicidade, paga, suponho. De lá saiu e a fachada e a cobertura que se danem no meio das "n" entidades que "tutelam" a Baixa.

Há uma outra curiosidade: no site de uma tal empresa esquisita chamada Diga Lisboa está a ser promovido (não se sabe muito bem por quem e com que base já que na CML nada existe de concreto) um "novo" prédio, corrido a fachada diferente, onde consta (valha-nos isso) a Barbearia Campos, em que moldes, desconhece-se.

A credibilidade da CML também passa por esta barbearia. Vamos a isso?




Foto de Luís Pavão
(Revista do Governo Civil de Lisboa/Set.09)

1 comentário:

Anónimo disse...

Os tempos são outros. Ninguém vai a esses "estabelecimentos", onde em garoto o meu falecido Pai me levava. Lembro-me de ver lá um jornalista desportivo já há muito desaparecido, chamado Alves dos Santos.

Apostar na sua continuidade é mero idealismo e nada mais.