terça-feira, dezembro 22, 2009

Tudo o que não cabe naquela maquete virtual de escritórios cheios de gente jovem, elegante e saudável.

A morte é um embaraço*
Publicado por Helena Matos no Blasfémias - 21 Dezembro, 2009

E em Lisboa não se lhe arranja lugar. A autarquia lisboeta indeferiu novamente um projecto que visava a construção de um complexo funerário. As razões foram mudando consoante o promotor ia respondendo às questões levantadas pela autarquia, o que desde logo não abona nada em favor da transparência e da equidade dos processos de licenciamento. Afinal quais são os investidores que podem não só esperar anos e anos por um licenciamento como ter capacidade para responder com sucessivos estudos às exigências que a autarquia apresenta “às bochechas”, para usar a expressão visualmente eficaz do presidente do Supremo Tribunal de Justiça?
(...)
Em Lisboa o caso é mais grave pois não só faltam capelas funerárias como cemitérios,
já que o cemitério tipo relvado inglês que a autarquia construiu em Carnide, nos anos 80 do século XX, não só custou o dobro dos cinco milhões de euros inicialmente previstos como acabou por revelar-se inútil já que os sete mil cadáveres ali enterrados nunca chegaram a decompor-se. E assim, de cemitério de humanos se viu transformado em necrópole de automóveis para abate. (Deste erro clamoroso na escolha do terreno não se conseguiu até agora que a Câmara Municipal de Lisboa prestasse qualquer esclarecimento.)(...)
*PÚBLICO
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NOTA PESSOAL
Seria de esperar que os responsáveis pela construção, estudo, projecto, aprovação, etc. da vergonha que é o cemitério de Carnide não continuassem a andar por aí. Mas sabendo que nesta bendita terrra não há responsabilização pessoal nem política, desconfiam andam sim, por todo o lado...

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