Mas não faltaram nem festa, nem luzes, ou não se tratasse de dia importante da carreira política do Senhor Primeiro-Ministro, segundo o próprio admitiu. Melhor mesmo (para esta forma de fazer política), era impossível. Dia importante para o Primeiro-Ministro é para ser levado muito a sério, com tudo o que o marketing pode produzir.
O problema é mesmo a substância das coisas, mas quem se importa com isso em dia de festa? Ele há sempre quem goste de estragar a festa e denunciar tanto exibicionismo ministerial. Até porque a crise da democracia, o deficit excessivo, o desemprego que grassa pela Europa fora, a possibilidade de default da dívida soberana de vários países, não vão à festa e a decomposição política da nossa sociedade também não: ficam à porta.
A festa em torno da entrada em vigor do Tratado da União demonstrou que a Europa está doente e que, ao contrário do que afirmam os seus actuais protagonistas, está a ignorar o Mundo. Com honrosas excepções, os actuais dirigentes europeus renderam-se ao dinheiro e persistem em não entender que a Europa perdeu importância política e económica e mais, perdeu cidadania. Ao compararem as Descobertas portuguesas com o actual momento, parecem ter esquecido que as tais descobertas tiveram a génese na fome, na pobreza e na necessidade de encontrar alternativas económicas. Aí, acertaram.
Sem comentários:
Enviar um comentário