terça-feira, outubro 23, 2007

Seriedade política, precisa-se

Já escrevi sobre este assunto no LisboaLisboa. A questão é muito séria, não pelas pessoas que envolve, mas pelo que representa de falta de princípios. É o reino do vale tudo. Escrevi e reafirmo: «Há uns dias, por causa do Clube de Tiro, houve uma inusitada batalha em torno do protagonismo e do mérito do despacho que o Presidente da CML e o Vereador dos Espaços Verdes produziram. Começo por dizer que concordo a 100% com a saída do Clube de Tiro de Monsanto, como já tantas vezes aqui se escreveu.
Neste momento, estou a escrever sobre outra diferente coisa: política, lisura, seriedade.
Injustificadamente, há quem esteja a querer os louros deste despacho exclusivamente para Sá Fernandes. Isso mesmo verifiquei num blog de apoio a Sá Fernandes, sem pudor. Abusando ao mesmo tempo de um texto da Plataforma por Monsanto. E em vários «fogachos:
1º fogacho: pólvora seca
Leio no tal blog de apoio a Sá Fernandes: «Comunicado da Plataforma por Monsanto apoia decisão do Vereador José Sá Fernandes». Mas isso é mentira. A Plataforma em lado nenhum atribui o despacho a Sá Fernandes. Nem podia fazê-lo. Eis o que a Plataforma escreveu: «A decisão tomada…» (claro que não a atribui apenas a SF, nem podia). E mais adiante: «Saudamos esta a decisão justa…» (o mesmo: não isolam o mérito, nem podiam). Tirei tudo isto do mesmo blog: ou seja: está lá tudo. De um lado, o que a Plataforma disse, do outro, as conclusões que o blog retira e que são completamente falsas. Em lado algum vejo o tal «apoio à decisão do Vereador tal ou tal». Nem podia ser. A Plataforma sabe muito bem que o despacho é conjunto: António Costa mais Sá Fernandes. Não faria qualquer sentido outro formulário para lá daquele que a Plataforma utilizou. Claro. O resto são fogachos de pólvora seca dos assessores de Sá Fernandes.
2º fogacho: segunda mentira, segundo abuso
Leio no mesmo blog: «A Plataforma por Monsanto saudou a rejeição do projecto apresentado pelo Clube de Tiro, e a coragem e dignidade da decisão do Vereador José Sá Fernandes.» Mas não é verdade: o que a Plataforma elogiou foi outra coisa, um pouco ao lado: o despacho conjunto do presidente da CML e do citado vereador. De ambos, repito; não de um determinado vereador. De facto, leio no mesmíssimo blog: «A Plataforma elogiou a "dignidade e a coragem" da decisão tomada, por despacho, pelo presidente da Câmara, e pelo vereador Sá Fernandes.»
É tudo muito abusado.
Pressinto que os assessores de António Costa (e se calhar não só eles) não devem estar a gostar nada disto.
Conclusão
É muita sede de ribalta. Isto não passa de sede de elogio público. Mas por maus caminhos, porque estão a envolver na sua trafulhice uma organização de cidadãos. É sede de reconhecimento popular. Mas essa manifestação de público aplauso individual e de protagonismo pessoal, aqui, não existe. Tudo foi forjado. É muita boa vontade, mas sem bases. Com pés de barro. Isto é de meninos aprendizes de feiticeiro (de aprendizes de como fazer política). Mas que não vão longe. Acho que não podem ir longe. Pelo menos, não por este caminho.
Seriedade política, procura-se!

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