O problema dos Portugueses e das poucas personalidades políticas de referência que respeitem, gostem ou não delas, pura e simplesmente pelo exemplo que são e pela consistência da sua actuação, acentua-se de dia para dia. Todo o País se assemelha a um lamaçal onde nos afundamos e poucos políticos tratam de limpar a lama e de enfrentar a crise.
O Presidente da República, já o escrevi, é uma delas. Com o Primeiro-Ministro sucede cada vez mais o contrário. Sócrates sai a perder muito mais do que parece na resposta que deu a uma intervenção do Presidente: na forma e no conteúdo. Na forma, porque está longe de ser elegante, no conteúdo, porque não tem nenhum. E vir agora esclarecer que a resposta se dirigia à Oposição não convence ninguém.
Pese a pouca polida resposta a um alerta consistente, não acabará a cooperação institucional, pela simples razão de que o Presidente é um institucional, põe as Instituições bem à frente destas coisinhas pequeninas que a politiquice tem e ignora-as olimpicamente, bem sabendo que todos os esforços se devem concentrar em soluções para as dificuldades e não em trocas de galhardetes que para além de não servirem para nada também não lhe vão ao feitio.
Mesmo na entrevista de terça-feira, no que verdadeiramente importa, o Primeiro-Ministro não só nada adiantou como tornou clara a inconsistência do Governo. Afirmou aliás algo de verdadeiramente extraordinário, por demonstrativo da total ausência de um programa integral para combater a crise: anunciou a disponibilidade para em qualquer altura adoptar novas medidas. Disponibilidade? Então temos um Governo disponível? Em qualquer altura? Então não era tempo para existir já um programa estrutural e em execução? Novas medidas? Mas não era suposto as novas medidas estarem já pensadas, planificadas?
O Governo não tem aprovadas soluções nenhumas para sectores estratégicos, num momento em que da economia ao social nada ficará na mesma. E isso mete medo, por todos nós e, em particular, pelas gerações mais novas. O Governo não interiorizou ainda que vamos empobrecer décadas? Não o explica aos Portugueses? Não entende que a planificação é urgente e que as campanhas eleitorais que se avizinham não podem sobrepor-se a respostas necessárias à coesão social e a uma sustentabilidade mínima para o País?
Afinal andamos à deriva, foi esta a confissão do Primeiro-Ministro. Poucos ouviram.
1 comentário:
Ora! Hoje mesmo leio num jornal a história de um magistrado que em contravenção viária e interpelado por um polícia, recusa o pagamento da multa, enche o dito com um chorrilho de insultos,(mais o «vai ouvir falar de mim»), e no tribunal, é absolvido porque o juiz considera os insultos «DESABAFOS». O 1º entrega testes por email, documentos desaparecem dos notários, a CGD compra títulos por 42 milhões de euros acima do valor, o tal gestor público que ganha mais 100 mil euros que o seu similar nos EUA, etc, etc, etc, e os outros eteceteras todos que TODA A GENTE sabe. Ora!
Enviar um comentário