Os nossos governantes (e não só os actuais) ainda não perceberam uma coisa muito simples:
A bases de um Estado são a Segurança e a Justiça.
Quando as autoridades se demitem dessa sua função (mesmo em coisas tão simples como meter o estacionamento na ordem) estão a dar o pior sinal possível à sociedade.
O sentimento geral de impunidade, que começa em coisas tão simples como estas (ou como os grafitos), leva depois àquilo que se sabe.
Caro Carlos, concordo absolutamente. O sentimento de impunidade é do pior que há para um Estado de direito. Mas neste caso, eu acho que o problema vai mais longe. Nem as próprias autoridades responsáveis pelo controlo percebem bem o porquê da lei. O grafitti é feito às escondidas, todos concordam que é algo ilegal. Mas estacionar ali...
COnfesso que já estou farta de tanta impunidade. Isto desgasta e corrói uma sociedade, além de que é profundamente injusto para os cumpridores. Msa não há ninguém que mande ali , naquele far west sem dignidade nem respeito?
Que os portugueses(as) são pessoas com uma noção muito ténue do que seja civismo, já não é novidade. A coisa começa muito antes da fase de conduzir (e conduzir não apenas automóveis, com carta de "amador"; não faltam "profissionais" cujo comportamente arrepia) e a mudança de comportamento só se fará, certamente, com um processo educacional que toma gerações e que como tal não tem qualquer interesse político, nem será iniciado, manifestamente, com os homens e mulheres "de Estado" que por cá temos.
O resto é o habitual: uma senhora "jornalista" que conduz a sua reportagem no sentido de diabolizar apriorística e absolutamente os automobilistas; uma "cidade universitária" construída em época em que ter carro era coisa rara (e a população universitária uma ínfima fracção do que é hoje) e que foi sendo ampliada sempre em descarado e arrogante desprezo pelo automóvel. Ou seja, um magnífico exemplo do criminoso "urbanismo" que ao longo de décadas tem colocado Lisboa na situação de cancro incurável. Criminoso, mas absolutamente impune e empenhadamente incentivado.
"Lixa-se" sempre o do costume: o condutor. Culpado de tudo e sistematicamente nivelado por baixo, como um prevaricador sem escrúpulo, antes mesmo de se conhecerem as suas razões.
É um brilhante exemplo da inversão do princípio da inocência e do ónus da prova. Perversões aliás muito em voga, muito politicamente correctas, neste Portugal moderno e das novas tecnologias. E, isso sim, é uma lástima que seja perpetrado à porta de uma Faculdade de Direito.
criminoso urbanismo que tem um arrogante desprezo pelo automóvel?! Você está a comparar com que urbanismo? Eu não conheço cidades onde o automóvel seja tão bem tratado com em Lisboa! Vá, Brasília.. mas isso é urbanismo mais que ultrapassado.
Quanto à inocência, quem é senão o condutor que causa o problema do estacionamento? Quem chega a pé, mota, bicicleta, metro, autocarro ocupa ZERO de espaço (vá a mota e a bicicleta, um bocadinho). Se todos reclamassem o direito a serem condutores ali, a cidade universitária seria um parque de estacionamento! Vá ao Google Maps e veja como grande parte da zona já é estacionamento. A culpa de não haver espaço disponível é de quem? De quem chega de autocarro, da jornalista?
Ficaríamos para aqui horas a argumentar, apenas para acabar tão separados, nas nossas convicções, como começaríamos. Invoco, ainda assim, e a meu favor, o facto de eu não achar os automobilistas santos-mártires (pois que os há - condutores - verdadeiramente intoleráveis), enquanto, do "vosso lado", parece-me evidente a sua incriminação generalizada, aproprística e sem apelo.
Adiante. Diga-me lá o que acha de uma "Cidade Universitária" (só o nome, aplicado àquilo, aflige) onde os espaços de parqueamento são o que são? Urbanismo escorreito, responsável, pensado para o futuro?
Continuo sem perceber onde está a "incriminação generalizada". Pode dar um exemplo?
Eu conheço varios campos universitários em vários países, e digo-lhe que este é dos que mais estacionamento tem. Por isso, não acho escorreito, mas pelas razões opostas às suas. E até lhe dou 2 exemplos: junto à Fac Direito foi destruido em tempos um campo de futebol, para dar lugar a estacionamento. Junto à cantina foi destruida uma mata onde havia muita gente a praticar desporto, para dar lugar a estacionamento.
Quanto ao futuro, como escrevi, a tendência internacional consensual é há muitos anos de redução das condições para o transporte privado.
8 comentários:
a pouco e pouco percebe-se que é o carro que atrapalha tudo...
Os nossos governantes (e não só os actuais) ainda não perceberam uma coisa muito simples:
A bases de um Estado são a Segurança e a Justiça.
Quando as autoridades se demitem dessa sua função (mesmo em coisas tão simples como meter o estacionamento na ordem) estão a dar o pior sinal possível à sociedade.
O sentimento geral de impunidade, que começa em coisas tão simples como estas (ou como os grafitos), leva depois àquilo que se sabe.
Caro Carlos,
concordo absolutamente. O sentimento de impunidade é do pior que há para um Estado de direito.
Mas neste caso, eu acho que o problema vai mais longe. Nem as próprias autoridades responsáveis pelo controlo percebem bem o porquê da lei. O grafitti é feito às escondidas, todos concordam que é algo ilegal. Mas estacionar ali...
COnfesso que já estou farta de tanta impunidade. Isto desgasta e corrói uma sociedade, além de que é profundamente injusto para os cumpridores.
Msa não há ninguém que mande ali , naquele far west sem dignidade nem respeito?
Que os portugueses(as) são pessoas com uma noção muito ténue do que seja civismo, já não é novidade. A coisa começa muito antes da fase de conduzir (e conduzir não apenas automóveis, com carta de "amador"; não faltam "profissionais" cujo comportamente arrepia) e a mudança de comportamento só se fará, certamente, com um processo educacional que toma gerações e que como tal não tem qualquer interesse político, nem será iniciado, manifestamente, com os homens e mulheres "de Estado" que por cá temos.
O resto é o habitual: uma senhora "jornalista" que conduz a sua reportagem no sentido de diabolizar apriorística e absolutamente os automobilistas; uma "cidade universitária" construída em época em que ter carro era coisa rara (e a população universitária uma ínfima fracção do que é hoje) e que foi sendo ampliada sempre em descarado e arrogante desprezo pelo automóvel. Ou seja, um magnífico exemplo do criminoso "urbanismo" que ao longo de décadas tem colocado Lisboa na situação de cancro incurável. Criminoso, mas absolutamente impune e empenhadamente incentivado.
"Lixa-se" sempre o do costume: o condutor. Culpado de tudo e sistematicamente nivelado por baixo, como um prevaricador sem escrúpulo, antes mesmo de se conhecerem as suas razões.
É um brilhante exemplo da inversão do princípio da inocência e do ónus da prova. Perversões aliás muito em voga, muito politicamente correctas, neste Portugal moderno e das novas tecnologias. E, isso sim, é uma lástima que seja perpetrado à porta de uma Faculdade de Direito.
Costa
Oh Costa,
criminoso urbanismo que tem um arrogante desprezo pelo automóvel?!
Você está a comparar com que urbanismo? Eu não conheço cidades onde o automóvel seja tão bem tratado com em Lisboa! Vá, Brasília.. mas isso é urbanismo mais que ultrapassado.
Quanto à inocência, quem é senão o condutor que causa o problema do estacionamento? Quem chega a pé, mota, bicicleta, metro, autocarro ocupa ZERO de espaço (vá a mota e a bicicleta, um bocadinho). Se todos reclamassem o direito a serem condutores ali, a cidade universitária seria um parque de estacionamento! Vá ao Google Maps e veja como grande parte da zona já é estacionamento. A culpa de não haver espaço disponível é de quem? De quem chega de autocarro, da jornalista?
Carvalho
Prezado Carvalho,
Ficaríamos para aqui horas a argumentar, apenas para acabar tão separados, nas nossas convicções, como começaríamos. Invoco, ainda assim, e a meu favor, o facto de eu não achar os automobilistas santos-mártires (pois que os há - condutores - verdadeiramente intoleráveis), enquanto, do "vosso lado", parece-me evidente a sua incriminação generalizada, aproprística e sem apelo.
Adiante. Diga-me lá o que acha de uma "Cidade Universitária" (só o nome, aplicado àquilo, aflige) onde os espaços de parqueamento são o que são? Urbanismo escorreito, responsável, pensado para o futuro?
Costa
Continuo sem perceber onde está a "incriminação generalizada". Pode dar um exemplo?
Eu conheço varios campos universitários em vários países, e digo-lhe que este é dos que mais estacionamento tem. Por isso, não acho escorreito, mas pelas razões opostas às suas. E até lhe dou 2 exemplos: junto à Fac Direito foi destruido em tempos um campo de futebol, para dar lugar a estacionamento. Junto à cantina foi destruida uma mata onde havia muita gente a praticar desporto, para dar lugar a estacionamento.
Quanto ao futuro, como escrevi, a tendência internacional consensual é há muitos anos de redução das condições para o transporte privado.
Carvalho
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