Todos aguardamos o essencial: saber que Governo, com quem e para fazer o quê, já que nada disso nos foi dito em campanha eleitoral, como seria suposto. Basta da espuma dos dias, vamos ao que é importante, coisa de que, aliás, poucos gostam.
Há que saber que Governo: saber se temos um PS só ou em coligação é essencial, seja essa coligação formalizada ou não, embora seja muito relevante que tudo se processe de forma muitíssimo transparente. O pior que nos podia acontecer seria a existência de uma coligação de bastidores acompanhada de contrapartidas não públicas.
Seria bom para o País o entendimento mais amplo possível em termos de leque partidário sobre os grandes problemas do País. Com responsabilidades, sem partidarites agudas, que estamos muito perto do ingovernável. E, objectivamente, o que ficou claro nas urnas foi a penalização dos chamados partidos de poder (o PS perdeu a maioria absoluta e o PSD foi fortemente penalizado).
Depois é preciso saber com quem. Chega de governantes frágeis, incapazes, sem preparação alguma e dispostos a pactuar com a partidarização das instituições públicas e os ‘favores’ que minam as nossas estruturas de Governo e da Sociedade.
Finalmente, o programa é absolutamente essencial. Com a situação económico-financeira em que nos encontramos, profundamente endividados, com as contas públicas desequilibradas, com um amplo leque de prestações sociais a satisfazer, é necessário um modelo de desenvolvimento económico que garanta o estado social. Está a tornar-se cada vez mais difícil. Saber o que produzir nos sectores primário, secundário, sendo que o nosso terciário está inundado de problemas, já que dos restantes não se pode propriamente dizer que os tenhamos. E o aumento da carga fiscal impede o investimento. O caminho é cada vez mais estreito.
Saber reorganizar o Estado, as autarquias, tantas, mas tantas instituições públicas, apostar definitivamente na Educação, restituir à Justiça a sua dignidade e liberdade plenas.
É preciso recusar a funcionalização, a subordinação e o controlo do público e do privado, sob pena de deslizarmos para um regime que de democrático só tem o nome.
Pôr termo ao hábito que se instalou, desde as Descobertas, do direito à manjedoura pública.
E se for possível combater a cultura da irresponsabilidade, a demissão e indiferença que vai crescendo. Mas para isso é preciso exemplo e ter por que.
1 comentário:
Não parece nada que um governo frágil e a prazo consiga mais que navegar à vista.
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