quinta-feira, dezembro 24, 2009

No Reino do Absurdo

Descendo...
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Subindo...
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A eliminação de umas boas dezenas de lugares de estacionamento na Av. Frei Miguel Contreiras (onde ele já era escasso, mesmo para os moradores) deu lugar a um passeio com 3m de largura (numa zona onde quase não há peões) e a uma ciclovia com 2m (onde quase não há bicicletas).

Além disso, como a erva vai invadindo o empedrado (e, com a humidade, tornando-o escorregadio), os poucos peões que ali passam fazem o que qualquer pessoa com um mínimo de senso faria. Senso esse que parece estar ausente de quem projecta coisas como esta.

22 comentários:

Anónimo disse...

Habilidoso aquele do Golf, para deixar a roda assim. Deve ser para endireitar o pneu.

Anónimo disse...

Habilidosos, sim, os nossos autarcas, na sua infinita demagogia. E com o automóvel como inimigo em quem sempre é apropriado e rendoso bater. Pelas culpas que tem e pelas que não tem.

Costa

Anónimo disse...

Aqueles energúmenos daqueles peões deviam mas era apanhar uma valente multa.

Imaginem só, a passear todos regalados pela ciclovia quando dispõem ali mesmo ao lado de um magífico passeio laboriosamente empedrado e fofo!

(Anónimo) disse...

(magnífico)

Anónimo disse...

Os peões em causa fazem o que qualquer pessoa medianamente inteligente faria, sendo dotada de escolha: em lugar de brincar aos heróis, sobre o escorregadio, irregular, traiçoeiro, anacrónico (e nas zonas onde por sólidas razões estéticas e/ou históricas se justifique, muito bem; mas só aí. E devidamente mantido, já agora), empedrado, caminham - em muito maior segurança -, sobre o asfalto, ou coisa afim, demagogicamente destinado às bicicletas).

Bom Natal,
Costa

Carlos Medina Ribeiro disse...

O empedrado está cheio de erva que, com a humidade, se torna escorregadio. Para não falar na inevitável irregularidade, comparado com o piso da ciclovia sempre deserta.

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Quanto ao carro com a roda no passeio:
Onde dantes cabiam 5 carros (em espinha), cabem agora apenas 2 (e é quando um deles não se "alarga").

Os canteiros que limitam esse pequeno espaço são altos, e, com frequência, é muito difícil estacionar.

Anónimo disse...

Obviamente que o que comentei ontem às 17:34 pretendia ser irónico.

Mas o pior é que as pessoas, circulando pela ciclovia, onde o piso é evidentemente muito melhor, se arriscam a levar com um ciclista em cima.

Esta manifesta estupidez de haver ciclovias com piso muitíssimo melhor para se andar mesmo junto a passeios mal empedrados é a prova provada de quem aquilo concebeu sofre de incompetência incurável.

Carlos Medina Ribeiro disse...

Eu julgo que não se arriscam muito, pois talvez não passem ali mais do que 2 ou 3 ciclistas por dia, e os peões também não são muitos mais (as casas são TODAS do outro lado da avenida, e quem vai da Av. de Roma para a estação da Refer vai por dentro, pelo passadiço coberto e com tapetes rolantes).

Os peões que ali passam são quase só os dos poucos carros ali estacionados.

Anónimo disse...

Admito que ali não a probabilidade seja pequena, mas é maior em outros locais da cidade (e também nos arredores: por exemplo, na zona de Cascais, junto à Boca do Inferno / Guia, as pessoas andam a pé pela ciclovia, pela mesma razão, e lá passam muitos ciclistas).

(Anónimo) disse...

("ali" apenas, e não "ali não")

Anónimo disse...

Se naquela ciclovia não passam mais de 2 a 3 ciclistas por dia, quanto custará ao contribuinte a passagem por cabeça?

Ai, Zé, que falta lá fazias...

Carlos Medina Ribeiro disse...

Esta "coisa" foi feita durante o Verão passado.

Eu moro a 2 passos, passo ali perto várias vezes por dia, e até hoje, talvez tenha visto 4 ou 5 ciclistas.

Trata-se, nitidamente, de uma obra concebida por quem não conhece os verdadeiros problemas do bairro.

Anónimo disse...

Não faz mal.

A cmL é rica.

Carlos Medina Ribeiro disse...

Faz mal, faz. É que a ciclovia podia ter sido feita sem sacrificar os lugares de estacionamento existentes (em espinha). Havia espaço para tudo.

Anónimo disse...

Então e o burro do Marquês de Pombal que construiu a Av. da Liberdade com aquela largura toda e com a largura de estrada que se conhece ? Ainda por cima há 80 anos atrás por exemplo ainda só havia meia duzia de carros.

Esta gente que comentou aqui e diz que não passam lá ciclistas só vê 1 mês à frente. Ainda bem que não mandam na cidade ...

Quem me dera que fizessem uma via daquelas na minha zona.

Carlos Medina Ribeiro disse...

Ai, meu Deus!

O que é que se pode responder a alguém que nunca ouviu falar no Passeio Público?!

O que é que se pode responder a alguém que julga que foi o Marquês de Pombal quem fez a Av. da Liberdade - porventura confundindo Rosa Araújo (séc. XIX) com Manuel da Maia (séc. XVIII)?!

Anónimo disse...

Pois eu acho que Lisboa já há muitos anos que está entregue a ignorantes-chapados como o anónimo das 21:18.

Carlos Medina Ribeiro disse...

Numa cidade minimamente organizada, tem de haver espaço para todos (desde a criança que circula a pé até ao camião de transportes).
Para tal, devem existir espaços próprios, devidamente regulamentados, e adaptados às necessidades da sociedade, sem fundamentalismos tontos.

O que está aqui em causa é a desnecessária destruição de dezenas de lugares de estacionamento (especialmente para moradores).

Como muito bem sabe quem conhece a zona (o que, manifestamente não é o caso de quem projectou aquela "coisa"), teria sido possível fazer a ciclovia sem isso.

Mas o cúmulo do absurdo é o passeio (com 3 metros de largura e cheio de erva), num local onde quase não há peões (nem vai haver, pelos motivos que atrás se explicam). E mesmo os poucos peões que ali passam não o usam, pois o piso da ciclovia é muito melhor...

Ou seja: o ciclista é mais acarinhado do que o peão - genial!

Anónimo disse...

Já agora, porque será que o Zé não se decidiu a fazer uma magnífica ciclovia na Avenida da Liberdade?

Acho que é mesmo falta de visão!

Carlos Medina Ribeiro disse...

Nisto tudo, e além de incompetência pura e simples (de quem intervém num bairro sem o conhecer), deve haver também um certo ódio-chic contra o automóvel em si mesmo.

Tudo bem, mas então sejam coerentes.
É que são esses mesmos os que fecharam a Praça das Flores durante semanas (para promoção de uma marca de carros!!) e a Av. da Liberdade durante um par de dias (para promoção da Renault!!)!

E são também os que não parecem interessados em tirar os carros estacionados em cima dos passeios, nem em 2ª fila, nem têm coragem de propor portagens à entrada da cidade (o que, mais tarde ou mais cedo, terá de acontecer).

O estacionamento para os moradores deve, pelo contrário, ser acarinhado - quanto mais não seja para que eles deixem os carros à porta e usem os transportes públicos, como eu faço.

Anónimo disse...

Já agora, e talvez mal a propósito, verifiquei que, nos últimos tempos, vias estruturantes da cidade foram fechadas ene vezes aos Domingos por causa da realização de maratonas ou outras corridas.

Acho muito bem que se promova o exercício físico, eu próprio faço 2 vezes por semana a minha manutenção e frequentemente o meu footing no Sábado ou no Domingo, mas acho mal que seja invariavelmente preciso fazer passar essas provas por vias cujo encerramento faz tanto transtorno.

E ainda por cima os avisos são inexistentes, quanto muito sabe-se pelos jornais que tal prova vai acontecer.

Nos tempos que correm, aos Domingos há muita gente que trabalha e há também os que trabalham à semana e ao fim-de-semana tem a única oportunidade de sair de casa (sem ser no percurso casa-trabalho, trabalho-casa).

Mas, enfim, lá na cmL é o que temos.

Anónimo disse...

O mais ridículo é que queriam fechar um sentido de trânsito nessa Avenida, mais ou menos a meio, criando um gigantesco bico de obra de trânsito (pois muita gente sobe a Frei Miguel Contreiras para fugir à Av EUA. Iam confluir na teixeira de pascoais, onde não há espaço para o autocarro se cruzar com um automóvel ligeiro.
E fazer passar as ciclovias junto à porta dos prédios.

Tendo em conta que nunca lá vi ninguém de bicicleta (normalmente usam a estrada, até porque o trânsito não é muito e a ciclovia acaba junto ao muro da estação), foi dinheiro atirada à rua.
Tenho um mail do departamento do copofónico Sá Fernandes onde juram a pés juntos que não se eliminaram lugares de estacionamento nem passeio (o passeio junto à estação desaparece, engolido pela ciclovia), o que demonstra a seriedade desta gente.
Enfim, são 50 milhões de euros gastos em mais uma patetice.
Para compor o ramalhete, a CML acabou com uma série de lugares junto ao Teatro.