O Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa vai manter-se em Palhavã, não saindo de Lisboa, como chegou a ser equacionado. As instalações serão alvo de obras de melhoramento no valor de 45 milhões de euros, menos de metade que os 100 milhões anunciados pelo anterior ministro da Saúde como necessários para manter a instituição no mesmo sítio.
Mudança de sítio do IPO começou a ser equacionada em 2006 (Malte Jaeger (arquivo))
A decisão da tutela de manter o IPO de Lisboa no mesmo local levou em conta os “prós e os contras” da mudança. A centralidade do local onde o hospital se encontra - junto a um dos principais eixos viários de Lisboa e em terrenos de elevado valor imobiliário - é o motivo que mais agrada aos doentes, familiares e profissionais.
O dirigente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Vítor Veloso, considera que esta foi uma decisão “sensata”, numa altura em que “o país não dispõe, nem deve dispor, de verbas para construir um novo centro de oncologia e, consequentemente, vão tentar melhorar o existente”. O responsável lamenta apenas que o Governo tenha demorado tanto tempo a decidir.
Vítor Veloso recorda que a manutenção do IPO de Lisboa no mesmo sítio permite que este funcione num local que “é central e de fácil acessibilidade”.
Se a decisão tivesse sido tomada há mais tempo, “já existiriam melhorias substanciais e a remodelação de alguns serviços que certamente precisam de obras e melhorias de equipamento”, afirma Vítor Veloso, citado pela Lusa.
Fonte do gabinete da ministra da Saúde, Ana Jorge, disse que as obras são “prioritárias” e irão abranger duas áreas: obras estruturais e equipamento pesado.
Para as obras estruturais, o Governo conta gastar 30 milhões de euros e investir 15 milhões de euros em equipamento pesado.
A decisão do Ministério da Saúde encerra uma polémica que começou em 2006, quando o então ministro da Saúde, Correia de Campos, anunciou que o IPO ia mudar de local. Na altura, o governante garantiu que se o edifício não fosse transferido, teria de receber obras de pelo menos 100 milhões de euros.
Nos meses seguintes foram desenvolvidos contactos entre o Ministério da Saúde e várias autarquias, como Lisboa e Oeiras, com vista à localização do novo edifício, tendo a Câmara Municipal de Lisboa (CML) destinado um espaço no Parque da Bela Vista.
Contactada pela Agência Lusa, fonte da CML confirmou que a autarquia “reservou uma área para a respectiva localização, no âmbito do Plano Director Municipal (PDM) e iniciou um Plano de Pormenor onde se equacionou a respectiva localização”.
Em 2009, o IPO de Lisboa realizou 203 380 consultas e 6427 cirurgias programadas.
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