A propósito de tudo o vento ter levado...leni Riefenstahl,
Eisenstein, D. W Griffith e tantos outros deveriam na mesma ordem de
ideias ser proibidos, ou Neruda ou Celine, ou Aragon, e também Picasso, e
muitos mais ou por terem em ideias ou obras defendido as piores ditaduras.
Tudo tem que ser enquadrado e temos que
valorizar o génio, a arte, as palavras e os actos num contexto.
Nos anos 60 encontrei na biblioteca do meu avô
o Mein Kempf, que li, teria talvez 10/12 anos e encontrei particularmente mau,
o meu enquadramento era adequado. Imagine-se que era um Ventura teria ficado a
pensar com o seu único neurónio e teria
dado no que ele deu.
Lamento que estejamos a viver tempos de grande
insanidade, onde as turbas voltam a tomar espaço e tempo.
Num tempo em que proliferam os racismos, os
fascismos, os populismos e a intolerância (de que este movimento rasca faz
parte) que se retro-alimentam uns aos outros temos que levantar a voz e dizer
basta.
este é um filme brutal, colossal. Claro que reflecte os valores dominantes, ainda no tempo em que foi filmado, mas sobretudo reflecte o dos tempos da guerra civil americana.
A ideologia dominante é a ideologia da classe dominante e é um instrumento do seu domínio.
Mas se não a conhecermos, se não percebermos porque e onde a podemos contestar caímos no ciclo vicioso dos domínios sem controle.
Nada contra e sim a favor de um enquadramento, socio-temporal.
Mas nunca, nunca o Fahrenheit 451, ou melhor sempre esse para o contrariar.
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