segunda-feira, outubro 15, 2007

Sobre peões e pilaretes: o relatório (2)

Com todo o respeito que o relatório me merece (notícia abaixo) , é preocupante, do ponto de vista da ACA-M, que o mesmo sugira "(...) a instalação de pilaretes para evitar estacionamento (...)".
Este é um dos problemas da cidade e do país: instalar pilaretes para impedir o estacionamento, em vez de instalar guarda-corpos para disciplinar percursos pedonais e canalizar os peões para zonas específicas de atravessamento.
Talvez sem se aperceber, colocou a tónica sobre o veículo quando é o peão que está exposto a atropelamentos na cidade. É a favor do peão que se deve agir e não sobre o veículo. Os pilaretes nas travessias de peões constituem mais um obstáculo sobretudo para invisuais, pessoas em cadeiras de rodas, pessoas com carrinhos de criança ou com sacos de compra ou malas de viagem com rodas. A largura de toda a travessia deve, assim, estar desimpedida de quaisquer obstáculos físicos, além de que muitos deles são de baixa altura, o que podem motivar inclusivé tombo do peão.
(Isabel G)

4 comentários:

Carlos Medina Ribeiro disse...

Em teoria, a autora do post está cheia de razão.

Mas, na prática e para mim (v. o meu post, a seguir a este), essa discussão é como perguntar a alguém que, no deserto, está a morrer de sede, se quer água do Luso ou da Bela-Vista!

Neste momento, eu quero lá saber se resolvem o assunto com pilaretes, com meios-pilaretes ou sem pilaretes nenhuns!

Para já, quero é que tirem dos passeios as carripanas dessa caterva de senhoritos e senhoritas.

E - por caridade!- não me venham com a conversa-de-chacha da falta de meios, que se estão a falar de esferográficas e blocos, eu ofereço!

Anónimo disse...

Eu sei que tenho razão Medina Ribeiro :)
Um Parecer rebate-se com outro parecer.
ISABEL

E - por caridade!- não me venham com a conversa-de-chacha da falta de meios, que se estão a falar de esferográficas e blocos, eu ofereço!
CLARO!


Para já, quero é que tirem dos passeios as carripanas dessa caterva de senhoritos e senhoritas.
Caro Medina: "a sua luta é aminha luta" :)

Carlos Medina Ribeiro disse...

O problema tem dois aspectos, ambos piores do que os pilaretes - pois é deles que depende a eficácia da "luta":

O primeiro é quantitativo:
Se, dos 500 mil carros que Lisboa tem (entre 2.ª e 6.ª feira), houver apenas 10% mal estacionados... estamos a falar de 50 mil.
Ou seja: está em causa a impossibilidade completa de fazer o que se prometeu.
Quando era possível, não se quis; agora pode querer-se... e não se consegue.

O segundo é qualitiativo:
Veja-se o que António Costa, como MAI, fez nesse aspecto - em Lisboa e na maior parte do país, onde as autoridades não mexem uma palha.
A avaliar por isso, a sua sensibilidade para o problema do estacionamento ilegal deve oscilar ente ZERO e ZERO-VÍRGULA-ZERO.

Anónimo disse...

Isabel está cheia de razão e acrescento mais: Os innomináveis pilaretes a "proteger" garagens, implantados a meio do passeio. Para além dos invisuais, há muitas pessoas que sofrem de perda gradual de visão (retnopatias) e para quem estes (e muitos outros!!) obstáculos são um pesadelo. Já sugeri noutro blog: O levantamento e estudo sistemático da qualidade dos passeios (largura, piso, remoção de obstáculos, etc). Por exemplo, se os passeios tiverem largura suficiente, a implantação de floreiras em vasos rectagulares ao longo dos limites do passeio, não só é mais agradável, como evita o estacionamento ilegal e proporciona um obstáculo continuo, mais fácil de distinguir, que os malvados pilaretes (que muitas nódoas negras em causado). Já agora, quando se fala em transporte público, o passeio faz parte desse sistema também.