quarta-feira, novembro 25, 2020
terça-feira, novembro 24, 2020
Aqui para ver melhor e com as ligações a posta anterior. E inscrevam-se!
https://obseribericoenergia.pt/index.php/arquivo/ultimo-envio
quinta-feira, novembro 19, 2020
É uma pena que o LEFFEST esteja a ser atropelado por as idiotices pandémicas, sem sentido nem lógica sanitária.
Hoje vi um filme do ciclo dedicado ao Paul Thomas Anderson:
https://www.imdb.com/title/tt1560747/
The Master, um filme que encaixa que nem uma luva nas novas ideologias o coronavirismo, o vacinismo, o confinismo, e as ideias que sem substracto vão alimentando a massa. E que vão dando cabo da empatia base das nossas sociedades civilizadas, ou da cidadania.
terça-feira, novembro 17, 2020
Escrevi a pedido de um velho amigo, suponho que para ser publicado na Gazeta de Caldas, este texto:
#
Continuamos a caminhar, amigo Gonçalo
Ainda com os olhos húmidos penso, penso nos vários momentos que passámos. Quando depois de testemunhares sobre as desgraças que se estavam a fazer em Caldas, no nosso julgamento me agarras no braço e me dizes à orelha, “António, não sei se menti”, eu disse-lhe “então Gonçalo? “ “Pois disse que te conhecia de sempre...” pois... e era verdade, o sempre é a idade do conhecimento, lembro-me bem na Gulbenkian, em 1979 quando o Luís Coimbra nos apresentou, a propósito da nuclear e do Alqueva, duas das muitas, muitas lutas que nos uniriam para sempre.
Depois quando te assessorei no Parlamento onde apresentámos vários requerimentos, ou te substituía na Vereação, e recordo, a propósito outra tua quando me contas: ”ontem o Rui Godinho (da vereação do PCP) veio fazer-me queixa tua, -disse-me que bastou uma substituição e já apoiamos o Abecassis”, depois dele me explicar disse-lhe –“ O António fez muito bem, eu teria feito o mesmo!” Era a propósito da limpeza das paredes de Lisboa! das pintadas revolucionárias).
A penúltima vez que nos vimos foi no Parque de Caldas, onde te trouxe várias vezes, e onde temos testemunhos teus inolvidáveis sobre a construção da cidade e da sua lógica e aí falámos dos nossos, da nossa velha guarda, alguns já em memória, outros a continuar a tua, as nossas lutas.
Ainda estivemos juntos num almoço há 3 anos, no teu aniversário (o 95?) onde recordo o teu olho sempre vivo e a atenção que nos dedicaste e a amizade do fundo da alma. Despedimo-nos com dois ósculos que nos tinham passado a ser habituais.
Escrevo e os olhos voltam a estar húmidos, a alma grata pelos momentos e até as zangas, poucas que tivemos e até escrevemos (no Diário de Notícias) na mesma página, em colunas opostas, opostos também no tema, mas irmanados na civilidade, tu contra a Interrupção Voluntária da Gravidez.... eu a favor ou quando em tua casa me pedes para apreciar o prefácio que escreveste para o meu livro “Planetas Vivos são Difíceis de Encontrar” e eu algo temeroso, desse, pois embora em tudo o resto o nosso acordo fosse total, tinha um capítulo a defender a regulamentação de todas as drogas.... que nem sequer te preocupou, mas pois não os outros, todos os outros.
O teu pensamento querido “tio” e amigo Gonçalo vinha de traz, vinha do fundo do conhecimento da natureza e do tempo desta e do que o homem com eles faz.
A memória são os momentos em que o pensamento se continua. Vamos continuar.
#que como facilmente se entende foi escrito na comoção e na hora.
segunda-feira, novembro 16, 2020
A legalização da Maria está iminente. Quase todos os Estados da União tem legislação que autoriza de alguma forma esta.
https://www.theguardian.com/us-news/2020/nov/14/marijuana-legalization-us-elections-2020
o passo seguinte é federal.
sexta-feira, novembro 13, 2020
O vírus existe, mas foi mal tratado desde o inicio e agora voltamos à consequências sem diagnóstico. O vacinismo, nova trave da ideologia que nos vendem não irá resolver nada, só dará mais milhões ás multinacionais e seus arautos. A sequênciação genómica do vírus teria sido onde se deveria ter investido mas como essa não dá lucros astronómicos ficou marginal. Este é um vírus que como outros ataca organismos debilitados ou com falhas no sistema e o reforço das valências destes isso sim seria terapêutico, mas outra vez, nada. E olhar para fora do sistema é coisa que também não chega aos telejornais, onde as vozes alternativas são abafadas.
Bom vamos continuar, agora mais controlados (nunca vi tantas operações stop.... e outras coisas...)agora com menos vida.... na vida. É a bio-política que nos confina.
quarta-feira, novembro 11, 2020
terça-feira, novembro 10, 2020
Não estava pedrado mas hoje ouvi mais uns médicos ou especialistas disso referir que havia que acrescentar meia dúzia de sintomas aos que no post anterior referi: unhas encravadas, prisão de ventre, dor de cabeça (novamente?) comichão (em geral) e toca de meter o pauzinho (no nariz). A loucura desenvolve-se.....à velocidade da expansão do inútil vacinismo.
Hoje fumei umas brocas( e tive umas tosses....) e li a sempre excelente:
adquirida em Zafra, onde fiz compras em várias lojas, bebi umas cañas acompanhadas com tapas.
O mundo pode continuar (como dizia o Rúben) à minha procura....
segunda-feira, novembro 09, 2020
Hoje a D.G.S., que cada vez mais faz lembrar outra de sinistra memória, além de insistir em nos amolar as cabeças com conferências de imprensa ( ao menos deixam os jornalistas fazer perguntas!) onde uma senhora que já há muito deveria ter deixado, por completa falta de credibilidade a função, a sra Graça Freitas, que deveria ser substituida por alguém com empatia e dotes de envolvência na comunicação, pois hoje a D.G.S. divulgou (amanhã será substituida por outro, não tenham a menos dúvida) um manual como ver se estamos com Covid.
É de morrer, a rir, a rir mesmo. Onde foram buscar uma tolice daquelas?
Vejam bem este naco:
#A DGS atualizou a definição de caso de infeção por SARS-CoV2/COVID-19:
Critérios clínicos - Qualquer pessoa que apresente, pelo
menos, um dos seguintes critérios:
- Tosse de novo ou agravamento do
padrão habitual;
- Febre (temperatura corporal ≥
38,0ºC) sem outra causa atribuível;
- Dispneia / dificuldade respiratória sem outra
causa atribuível;
- Anosmia de início súbito;
- Disgeusia ou ageusia de início
súbito (distorção transitória ou permanente do paladar).#
não sei se tossa, outra vez, se inspire, se deguste, se vá à casinha...
estamos cercados por bandos de idiotas e locutores que também o são... as televisões, os noticiários são as principais fontes do anedotário. Infelizmente não há ninguém que desmascare estes trumps de pacotilha.
sábado, novembro 07, 2020
sexta-feira, novembro 06, 2020
quarta-feira, novembro 04, 2020
segunda-feira, novembro 02, 2020
Mais umas burocracias a tratar e mais uns textos a cuidar:
https://obseribericoenergia.pt/index.php
e outra leitura iniciada:
domingo, novembro 01, 2020
Lembrou-me os ignorantes do Ministério da Educação que não sabiam que tínhamos domesticado as plantas, e muito, muito mais boçalidade naquelas cabeças tinham....
Millás é um escritor correctissimo e Arsuaga é um dos mais notáveis paleontologos do nosso tempo.
Seria um livro a merecer tradução e difusão nas escolas, tal como o Jeremias, que o M.E. devia adquirir.
O livro, para mim, não tem nada de novo, assim como o Jeremias, a não ser a pedagogia e o carácter simples e informal como está escrito.
Este não irei oferecer de prendas!!!!
no meu C.V., que volto a fazer circular, dado que estou completamente desempregado! menciono que sou coleccionador de paisagens, que Arsuaga também refere que têm que ser lidas.... como o corpo humano.
E também é uma velha discussão, que se deve ter no quadro do equílibrio alimentar, mas sem iludirmos o passado e sem ignorar que há povos que necessitam de comer carne para a manutenção dos ecossistemas, e a sua produtividade. Outra coisa, claro, é a produção industrial de carne, peixe, legumes, fruta, etc....
para bom entendedor.... e isto sem mencionar os rituais ligados à ruralidade, que são essenciais para a sua manutenção e continuidade.sábado, outubro 31, 2020
sexta-feira, outubro 30, 2020
Era um grande homem, estive com ele em convergências e divergências na U.E.D.S. e estive já depois com ele em Castanheira de Pêra, sempre com grande cordialidade e sentido.
Marcou o sindicalismo e a política portuguesa pela sua integridade e ética. É uma referência, que hoje e bem Francisco Louçã recordou no seu excelente comentário político.
Recordo-o com menos 30 anos mas aqui uma bela fotografia da Câmara Municipal da sua terra de adopção:
Kalidás BarretoHoje, no dia de mais uma tontada do governo, e basta falar com algumas pessoas para perceber o disparate, fui ver um filme "Work or to Whom Does the World Belong", que me conduz ao fim do proletariado, já escrito há muito e à passagem do eleitor comunista (ou no caso dos States só de esquerda) directamente para o fascismo (ou o Trump).
A classe operária, seja isso o que seja é a base do pensamento mais troglodita e reaccionário dos tempos actuais, os sectores operários americanos votam 80% no Trump, na Europa o eleitorado comunista em França é sugado pela Le Pen, em Itália pelo Salvini, em Espanha o Vox começa a montá-lo e em Portugal com o fim do PCP irá todo, já circula para o Chega, as bases estão lançadas.
No comboio leio um livro curioso, na linha de outro que mais sério que estou a ler.
A cerveja, o álcool, como fonte da evolução. Curioso. Claro que o autor ignora o papel de outras drogas, a cannabis e os cogumelos....
mas somos, de facto, todos macacos, bêbedos.quarta-feira, outubro 28, 2020
"Os comunistas turineses devem manifestar a sua firme oposição a qualquer nova restrição aduaneira e exigir que a economia nacional se baseie nos caminhos da liberdade"
" o povo de que tanto falais é uma abstracção sociológica"
ao ler estes contos do que penso é o sardo mais notável olho com o maior desprezo para outros comunistas, que usam a língua de pau sem sequer saber do que estão a falar.
Os trabalhadores e o povo, conceitos abstractos que substituiram a classe operária e o campesinato, que se desvaneceram no quadro de uma economia que alterou as lógicas de produção e as contradições entre forças produtivas e relações de produção.Infelizmente nunca tivemos ninguém no movimento comunista português com a estatura intelectual e humana de Antonio Gramsci....que nesta recolha de artigos de juventude e de jornal se revela como um percursor de novos pensamentos.
terça-feira, outubro 27, 2020
Sou a favor de um chumbo do Orçamento.
Infelizmente, embora, nos últimos dias de tal se tenha falado este Orçamento é mais que números e contas, sendo que as habilidades e matreirices em relação a essas (de facto este atribui menos, muito menos guito ao S.N.S. que o do ano passado, acrescentando o suplementar) que não me cativam (as cativações são a espada em cima deste, também).
Mas um Orçamento não é só números, e eles lá estão, disfarçados para o BES/ Novo Banco, e bem à vista para o ourtro poço sem fundo que é a TAP, que devia fechar, com um plano e dando nascimento a outra mais pequena e racional. E também lá estão investimentos píblicos sem sentido ou lógica, e nem sequer estopu a referi o aeroporto do Montijo, paz à sua alma, mas o TGV Lisboa/ Porto, quando a prioridade é Lisbo Madrid e ligação por Evora a Badajoz/Sines. Construir de raiz uma linha Lisboa/Porto é não ter a mínima sobre o nosso país. O investimento necessário é (infelizmente deita-se $ à rua a melhoria (já lá vão 10 anos de obras!) do Lisboa Porto, sem outro.
O Orçamento, e saúdo o BE com quem tenho muitas críticas e divergências, por este passo corajoso a romper com o servilismo e o agachar de outros e a dar um muro na mesa.
Embora
lamente que oiça cada vez mais língua de pau nos seus dirigentes, além
da simpática picareta eléctrica, que não sabem explicar-se e não são
capazes de um discurso de ruptura. Continuam a abanar o rabo à espera do
osso, perdoem a comparação canina, mas este também é um partido que tem
o seu pior no animalismo, outra ilusão para ganhar nada e coisa
nenhuma, contra o ambiente e o bom senso.
quarta-feira, outubro 21, 2020
Um artigo deveras interessante e que poderá desaparecer da face da Terra se....
https://www.commondreams.org/views/2020/10/21/scott-atlas-trumps-doctor-death
uma estória fascinante que mostra como a realidade ultrapassa, em muito, a pior, pior ficção.
terça-feira, outubro 20, 2020
Um professor de grande, grande qualidade, que hoje já o posso confessar, seria o representante do então M.I.A. (extinto, embora me digam que tentou ressuscitar, com "outra" gente) se a visita ao Armazém Temporário de Individualizado (de armazenamento resíduos nucleares) tivesse sido séria e com um elemento independente. O Manuel, hoje um expoente das energias renováveis e solares, de formação é... nuclear. Por isso....
segunda-feira, outubro 19, 2020
Vemos toneladas de revistas nas tabacarias, as chamadas caras e cús, então abundam sem sequer servir o propósito de limpar o dito, vivemos de facto os tempos da necro-política....
destas, assim com tantas outras de qualidade, nem rastos...mas a 10 kms da fronteira temos uma escolha de alta qualidade:
não que me pareça feliz a escolha do texugo de capa, mas esta, neste número menos, é sempre uma revista de interesse
além das sementes, sempre uma expectativa, esta tem sempre notícias de grande actualidade sobre todo o mundo da Planta, e estórias que se não existissem tinham que ser inventadas, ou o são mesmo.
E muita meditação....
sexta-feira, outubro 16, 2020
Este panfleto, de uma colecção de panfletos da Gallimard " a nossa liberdade de pensar não se pode exercer exterior à nossa vontade de compreender" ou só "vivemos as palavras quando são justas", mas será uma palavra justa (ou justement un mot!?), é irrelevante, e com um título enganador, mas teve o mérito de me levar à escrita de um novo livro, que começo a estruturar.
#Porque razão não há movimento ecologista independente em Portugal?
Das origens à actualidade a história da captação, cooptação do associativismo pelo Estado, ou por interesses, das estruturas associativas.#
Quem, como eu desde 1975, com alguns desvios anteriores, está imerso no pensamento da ecologia e sociologia política, conheceu alguns dos principais protagonistas mundiais do movimento ecologista e todos, todos os nacionais, dos piores aos melhores, e tem acompanhado todo o movimento tem muito, muito a dizer....
quinta-feira, outubro 15, 2020
Sou um dos 8 ou 9 milhões de portugueses que não instalou, nem tenciono instalar a app (aliás não instalo nenhuma app, no meu telemóvel!) do covid. E essa nem obrigado.
Duvido que se essa lei passar no Parlamento passe no Constitucional, para já não falar do chumbo liminar da Comissão de Protecção de Dados.
E cito Ana Isabel Sá Lopes:
#Imaginemos que esta obrigação era constitucional, o que não deverá ser. Está o Orçamento do Estado preparado para financiar a compra de smartphones para os tais segmentos da população que o executivo identifica? Ou o Governo acha que toda a gente tem smartphones compatíveis com a dita app? Comprar um telemóvel com memória suficiente passa também a ser obrigatório, como descontar para a Segurança Social, pagar o imposto automóvel e as portagens?#
claro que aproveitar esta pandemia e o medo que novamente se agiganta, convenientemente manipulado, para instalar um, mais um controle sobre a vida do zé povinho não é para desprezar.
Mas instalar (haverá mais umas centenas de milhar...a fazé-lo) é uma coisa, mas dar os dados sobre .... é outra, outra bem diferente.
Mais um tiro onde estava o pé do governo, onde estava o pé.....
terça-feira, outubro 13, 2020
Encontrei por mero acaso:
Quando don Benito, nel capitolo XII, cita l’esempio del disastro di Longarone che fece, con la rottura della diga, più di duemila vittime, sottolinea infatti: «Duemila persone: quante i Raganà che prosperano qui ne liquidano in dieci anni […]» Raganà è «uno di quei delinquenti incensurati, rispettati, intoccabili» che accompagna l’onorevole Abello, con il quale Rosello intrattiene rapporti di amicizia e quasi certamente anche di affari.
mas é um pequeno conto policial ou não estupendo!
que entra no âmago das relações e do poder, na Sícilia, em todo o lado
segunda-feira, outubro 12, 2020
Sigo a: https://www.greenpeace.org/brasil/
que merece apoio e carinho.
Hoje enviam-me esta foto deliciosa. Lá parece que é dia da criança (esta tudo trocado).
domingo, outubro 11, 2020
sábado, outubro 10, 2020
Desligo da covid, não que não continue a ouvir tudo e o seu contrário e sobretudo os propagandstas do medo e da ignorância, que palram sobretudo nas Tvs.
E conversas nos cafés onde se vê como a ideologia do trump vai penetrando ajudada pelo dito.
E ninguém, aparentemente sabe do que está a falar, tudo e o seu contrário. E a memória.
este esteve quase, quase extinto, hoje continua em grande risco, mas já há algumas, algumas dezenas por aí. Mas.... se continuarmos a dar cabo da base, dos seus habitats, não vale de nada gastarmos milhoes, muitos, em centros de reprodução. Se o bitcho não se reproduz no natural.... alguma coisa não passa.
sexta-feira, outubro 09, 2020
Hoje:
https://www.publico.pt/2020/10/09/opiniao/opiniao/palavras-vazias-letras-maiusculas-1934285
importante!
Dado queixas de alguns que não podem abrir, aqui envio o texto:
http://signos.blogspot.com/search/label/nuclear
quinta-feira, outubro 08, 2020
Implanta-se a três quartos defronte do espelho, oculta a orelha sinistra, e lança ao mundo a suspeita de que, ele também, a terá cortado, possesso do etílico ciúme do génio comum. De olhos esbugalhados no pavor da fala, refugia-se na arrogância do perseguido, do anómalo, e do indecifrável. Pudesse a coragem ampará-lo, optaria pela fuga, de pernas e braços ensarilhados, insecto derrubado, e incapaz de se levantar. Na exiguidade do atelier defende-se do frio que nasce de dentro, e que ele enfrenta com sucessivos abastecimentos de ripas à salamandra.
Vigia o fogo com tanta frequência que a fuligem lhe impregna a camisola, ora verde, ora marron, consoante a intensidade da luz da tardinha. Com um pedaço amachucado do Diário de Notícias improvisa a mecha para reacender o cachimbo, instrumento que lhe atenua a raiva, lhe desfaz a confusão, e lhe elimina a cefaleia.
As paredes apertam-no num abraço letal, movidas pelo ronco do cláxon dos automóveis, pelo assobio do vento nas tílias, e pelo frigir da telefonia do vizinho do terceiro direito. Quem como ele não consegue reunir a maquia bastante, e tirar do prego a ensebada gabardine, compensa a vergonha com o contorno rigoroso dos lábios. Mas ao atribuir-se a seriedade do adolescente bem comportado, e ainda não despedido da criança mimalha, cristaliza na mirada que lhe atraiçoa o propósito, e que o traz sob a ameaça do presídio, ou do manicómio.
Não conta com a solidariedade do irmão, nem com a estima do amigo. Admiram-lhe o talento de que duvidam, e festejam-lhe a excentricidade de que troçam, recusando subsidiá-lo por receio da fraude que os desautorize. A esclerótica de uma das vistas, mais patente do que a da outra, se não lhe denunciar o excessivo estrabismo, acusará a noite mal dormida, a ceia de açorda sem jaquinzinhos, ou a aturada frequência da girl do Parque Mayer. Quando a manhã desperta a pequena tela, expondo valores que ele próprio não considerara, a corda do pesadelo apaga-se-lhe da lembrança, e apercebe-se do cachecol colorido, tricotado pela assistente da galeria de Berlim.
O auto-retrato quase completo dissocia-se das imagens da mulher e do filho, afastados na impossibilidade de arrostar com o homem da casa. Exauridas as economias que as amesquinham, acabou-se-lhes o acesso aos luxos pelintras, um par de meias de vidro, ou uma bandolete doirada, coisas que as reconciliam com o galão antes de se deitarem.
Sem emprego para a sua negra energia, e pressentindo a inexplicável certeza da conclusão da obra, consente-se o devaneio da escuta da Singer da rapariga do rés-do-chão, uma perliquitetes que se ri dele, sempre que o encontra no átrio, constrangido no fato gasto, e largando o cheirinho da água-de-Colónia favorecida pelos chulos, e pelos inscritos na Legião Portuguesa. Internam-no no Hospital do Telhal, trémulo diante de facas e torniquetes, máscaras e relógios, e agulhas hipodérmicas. Procura às apalpadelas o cachimbo que deixou, de fornilho atascado de tabaco ardido, no peitoril da janela.
quarta-feira, outubro 07, 2020
Continuamos afogados em notícias de treta e em conversas de chacha.
A questão da regulamentação das drogas e nomeadamente da Maria, aparentemente desapareceu, também temos os partidos que temos e o seu espelho que é a sua repercussão.
Hoje embrenhei-me na leitura deste, excepcional livro, ainda que muito sobre o institucional:
o desafio do cannabis, da maria, da maconha, do haxe, da pedra, da merda, da erva, sei lá quantas designações encontramos para a formosa planta.
Coordenado por Araceli Majón-Cabeza, autora de um livro notável sobre o proibicionismo, que aqui já devo ter comentado " A legalização das drogas, a solução" Ed. Debate (Espanha) e aqui com uma vasta e excelente equipa que nos conta diversos casos.
Infelizmente temos os partidos que temos e a comunicação social que os alimenta e os comentadores que temos e, e, e,
segunda-feira, outubro 05, 2020
Viva a República, mas atenção quando se usam palavras com maiúscula,
temos que ter cuidado com elas. A URSS era uma República, o Estado Novo também, até Itália do Mussolini o era (Republica de Saló). Usar a maiúscula não quer dizer nada, como nos diz Simone Weil, o que conta é a existência do Estado de Direito, as liberdades cívicas e políticas, a democracia efectiva, a separação de poderes. República, pois claro!
O texto acima é de Simone Weil!
sábado, outubro 03, 2020
quinta-feira, outubro 01, 2020
Nos anos 70, em Paris e por toda a França, o Libé não tinha distribuição em quiosque. Era vendido militantemente ( o próprio Sartre o fazia!) pelos cantos, por ex-68s e outros.
Meti conversa com alguns deles e cheguei a ter a esperança de assinar nele.
E sou Charlie, desde 1974, pelo menos....
ainda guardo alguns exemplares históricos do Libé, e claro muitos Charlies....
Fico feliz com este número, histórico, que guardarei!
quarta-feira, setembro 30, 2020
segunda-feira, setembro 28, 2020
É um livro de citações, citações espanholas, sobre o Tajo, com fotos de boa qualidade a entremearem, citações de fino trato, e algumas verdadeiras pérolas, num livro que não deixa a militância e os empenhos, pois todos os escribas escrevem sobre um rio vivo, que infelizmente, erros meus, má fortuna e o que sabemos a ganância sem fundo, tem vindo a ser destruído.
Seria interessante (is anyone ut there?) que algum editor português (tenho que dizer que faria uma "coisa" com a mesma ou mais qualidade! gráfica e só com escritores lusos) se propusesse a fazer uma edição sobre a nossa parte do Tejo.....
Retive estas duas entradas, por gostar muito da escrita de Unamuno, que se resgatou no final de vida, e por ter apreciado especialmente o enquadramento sobre o famigerado transvase (temos que pôr fim aquilo!)
Mas o livro faz-nos descobrir trechos fantásticos que nos mostram que temos capacidades enormes de continuar o belo.
e
domingo, setembro 27, 2020
Sou a favor de todos os direitos e da liberdade de expressão irrestrita. Incluindo o direito à blasfémia.
Atenção que a ofensa pessoal, díficil de definir também nas suas fronteiras, mas que é certamente a manipulação e a mentira, descarada ou não, deve ser em sede própria sancionada.
Aliás o que é blasfémia, em relação a quê, e onde começa e onde acaba? e como se quantifica?
inche, inche Allah !!
sábado, setembro 26, 2020
Hoje no:https://pt.restaurantguru.com/Quintal-da-Festa-Nisa
passei uma tarde espectacular, um almoço tradicional, de alta confecção.
Um local memorável!
este era, foi o feijão da festa..... que com uns papa-ratos e umas carnes grelhadas por mão de mestre fizeram o dia, vão fazendo.
sexta-feira, setembro 25, 2020
200 talvez até 300 pessoas, sobretudo jovens desceram hoje a Av. da Liberdade para defender o clima.
Aqui antes de começar a descida:
e aqui:
uma boa iniciativa, mas mal, muito, muito mal divulgada. Aliás não houve divulgação nenhuma, mesmo nenhuma.E embora os jovens tivessem todos e todas muito boa energia e excelente capacidade de iniciativa e até organizativa, os "discursos" megafónicos, alguns muito subliminares, eram desastrosos, sobretudo as palavras de ordem com ranço "anti-capitalista" e de ultra esquerda (havia um pequeno grupinho que embora aparentemente fosse anódino era de onde partiam provavelmente essas).
A luta contra as alterações climáticas tem que ter estratégias claras que não passam por leninismos teóricos ou organizativos mas sim por objectivos transparentes e democracia de organização e defesa do Estado de Direito, todo.
Não me cada perorar , mas não sinto que deva calar este sentimento.
Tenho que dizer que acho lamentável, mas obviamente não se podem pôr fora, que tenham aparecido bandeiras partidárias, mas tal atitude fica com quem procura instrumentalizar, também as palavras de ordem.
Bem estiveram as jovens que ouvi (3) no final da acção, claras e objectivas, infelizmente há quem procure outros ganhos.
Falámos sobre a nuclear, e troquei impressões com a delegação da Zero, até carreguei a faixa dessa, que como referi ao F.F. me merece a maior estima.
E marcámos a nossa posição.
quinta-feira, setembro 24, 2020
É um quadro fabuloso:
é claro que quando se fala de comida cada qual tem a sua opinião, e há muitas invenções.
Mas no geral artigos, sem novidade, que não iludem quem procura boa alimentação, com passado.
E de Espanha também veio na algibeira mais um:
sempre interessante!
terça-feira, setembro 22, 2020
Estive hoje na Extremadura espanhola. Por aqui anda tudo a fingir que anda de mascara. É uma inacreditável negação da liberdade e dos direitos de cidadania a obrigação de andar de máscara em todo o lado, ao ar livre!
Mas alguém estará a ganhar com o ganhócio como me dizia o meu fornecedor de materiais diversos, de leitura e de espírito.
E
aqui não se perde tempo, Picasso, Van Gogh, Modigliani já estão nas ditas.
Outras parecem cuecas.....
segunda-feira, setembro 21, 2020
Faz falta um livro destes sobre os nossos excelentes, ainda que bastas vezes mal cuidados, jardins botânicos, e herbários onde temos uma pletora notável de espécies:
Este conta, também uma história, que é a estória do processo cientifico da classificação e recolha, assim como dos grandes personagens que desta tiveram responsabilidades.
Claro que pensamos nos nossos, e mais uma vez sonhamos com um livro envolvente e documentado, até com pequenas histórias, anedotas que nos mantém entusiasmados.
Um livro direccionado para os nossos jardineiros e botânicos, mas que pode, deve ser lido por todos os que gostam de árvores, do continuo destas, e dos jardins.