terça-feira, janeiro 23, 2007

Vade retro, Bragaparques!

E não é que a empresa de estacionamentos mais badalada dos últimos anos (pelas piores razões) tem o descaramento de andar a publicitar junto da CML uma proposta de estacionamento subterrâneo para a Avenida da Igreja?!

Por sinal uma proposta que é má ... e velha, pois vem do tempo de João Soares, e foi acarinhada (primeiro, e mal) e enterrada (depois, e bem) pelo executivo de Santana Lopes ... e foi enterrada porque os moradores (*) e comerciantes se revoltaram na altura (2003) contra o abate das árvores da Avenida da Igreja, aquelas entradas e saídas aberrantes, os prazos intermináveis, e o mistério que era a "escolha automática" da Bragaparques para a empreitada, e a não utilização do terreno camarário ao lado do Mercado de Alvalade para esse fim, em vez da Avenida.

Reza assim o "atirar o barro à parede":

«Lisboa, 18 de Dezembro de 2006
Assunto: Estac. Av.Igreja/apresentação de proposta da Bragaparques

Ex.mo Sr.Vereador

No âmbito da prevista construção de um parque de estacionamento no Bairro de Alvalade, desenvolveu a Bragaparques um projecto de parque ao longo da Avenida da Igreja.
(...)

No âmbito da divulgação dessa nossa proposta, elaborámos um documento de apresentação que vimos trazer ao vosso conhecimento

Contando que, com o empenho de V.Exa, num futuro próximo essa proposta se venha a tornar realidade.

José Santa Clara Gomes
»

(*) Se for necessário, voltarão à rua! Pois não querem a Avenida da Igreja transformada em Rua Mousinho da Silveira II

6 comentários:

cidadao disse...

com a PJ na Camara hoje cada vez mais este executivo deveria pedir ou ser demitido

André Bernardes disse...

ora, ora, convém saber separar as simples especulações (tipo exercício gehry gate ; ) ou as suspeições de negócios ilícitos, com os gradientes que vão da escuta do assédio para uma comezaina ao santíssimo envelope do 'terço'!!?? da real conivência, ou da culpabilidade efectiva dos visados - porque, de insinuações ou de acusações torpes ninguém se livra! principalmente, justamente, quem está em lugares de poder e não encaixa no sistema, ou incomoda e não deixa a engrenagem funcionar...

Carlos Medina Ribeiro disse...

Neste "post" há dois assuntos completamente diferentes:

Um são os negócios da CML com a Bragaparques, algo de que não faz mal nenhum desconfiar, tanto mais que, segundo foi divulgado, o "artista" disse a Sá Fernandes que não é virgem nessas coisas de subornos.

Outro é a construção (ou não) de um parque de estacionamento subterrâneo (independentemente de quem o construir). Mas este é um assunto a abordar em "post" próprio e não em "Comentário".

jseixas disse...

Exactamente, são dois assuntos completamente diferentes, a Bragaparques e os parques para Lisboa. Em estudo publicado pela própria câmara, os quatro estudos de caso de Lisboa (2004) - incluindo Alvalade - é claramente defendida a opção do estacionamento no largo do mercado (após análise de especialistas e diversas entevistas locais).

Paulo Ferrero disse...

Caro João, tens toda a razão, mas, simplesmente, nem aí devia ser construído. Devia ser sim construído no terreno ao lado do mercado, onde se podia esventrar o terreno para 2-3 andares com estacionamento, o terreno é camarário mas, possivelmente, andam à espera de o rentabilizar sabe-se lá com o quê.

As pessoas estão fartas de tanto negócio disfarçado de boa acção em prol do estacionamento...

Nesse estudo sugere-se a construção de 3 parques: um ao longo da Avenida, outro defronte à Igreja de São João de Brito e um terceiro no largo a poente do mercado (a explorar pelos moradores da Rua José Duro ... à semelhança daquelas coisas que já permitiram defronte ao Pingo Doce da Av.E.U.A, e na Avenida do Uruguai e que, ao fim e ao cabo são apenas negócios pois colocam à venda os lugares por alguns milhares de contos).

De qualquer forma, a CML recusou-se sempre a explicar uma coisa simples: porque preferia a solução de esventrar a Avenida e o Largo, em vez de o fazer no seu próprio terreno? ... que, recorde-se, já serve até de estacionamento à superfície.

Com esta pseudo-proposta da Bragaparques, em que se afirma que há um défice de estacionamento naquela zona do Bº de Alvalade de cerca de 1.800 lugares, pretende-se fazer passar a ideia que com os 3 parques se resolve o problema (P1-480, P2-461 e P3-407) ... simplesmente, a meu ver, o problema resolve-se da seguinte maneira:

1. Trânsito condicionado nas paralelas e perpendiculares da Avenida da Igreja, com fecho mesmo nos "T" defronte ao Liceu Raínha Dona Leonor. E respectivo reperfilamento dos passeios com vista a permitir um estacionamento mais disciplinado.

2. Cumprimento da lei das cargas e descargas.

3. Punição exemplar ao estacionamento em segunda linha, bem como ao estacionamento nas passadeiras e a todos os veículos que não tenham dístico de morador ou talão de estacionamento.

Não é preciso transformarem a Avenida da Igreja naquele deserto em que ficou o troço sul da Rua Mousinho da Silveira, que ficou sem árvores raríssimas, que teve prédios com rachas e abatimentos por todo o lado (a começar pela Fundação Medeiros) e em que o parque continua às moscas ... que o diga o Sporting, que o explora. No resto, o estacionamento à volta da Mousinho da Silveira continua a ser selvagem.

Voltando ao largo da José Duro, só para dizer que o que ali devia ser feito era o fecho da circulação automóvel de modo a ficar uma praça estanque desde a placa central até ao mercado (com saída do parque do terreno ao lado, claro, para a José Duro e Avenida da Igreja) e converter essa zona em jardim e local de esplanadas. Aliás, o mercado devida ter abertas a sul, e não a norte, os seus cafés e esplanadas. Primeiro as pessoas, depois os carros.

André Bernardes disse...

bem,'desconfiar' no sentido de função da oposição ou de exercício de cidadania, parece-me perfeitamente legítimo e até necessário; agora, não nos devemos precipitar e julgar quem quer que seja, até porque sabemos que essa 'tentação' tem servido de arma de arremesso para muita gente, muitas vezes por mera conveniência, e até verdadeira culpabilidade; quanto a saber quem é mais 'artista', com trunfos numa modalidade singular, por não perder uma oportunidade para se fazer de 'virgem ofendida', 'vir a lume' e poder aparecer nos escaparates. creio que é mesmo, e num papel de primeiríssmo gabarito, o Ex.mº Sr. Vereador Sá Fernandes...lembram-se quando ele teve o desplante, o descaramento absoluto de, num desses debates sobre LX, acusar o executivo de...(até custa dizê-lo!?) as obras do túnel do Marquês não estarem ainda prontas!? o público, nem sempre estúpido ou adestrado, respondeu bem, espontaneamente(!), às gargalhadas...