No cômputo geral, trata-se, portanto e como haveria de dizer certo astronauta da missão Apolo 11, de um pequeno passo para o homem, mas um grande passo para a humanidade. Ou seja, vamos no bom sentido. E neste particular a CML está de parabéns. Contudo, nestas coisas há sempre um “mas”. Como anuncia a própria CML: “o sucesso da implementação do sistema de recolha selectiva porta a porta pressupõe um grande envolvimento dos munícipes”. Ou seja: estamos dependentes dos vizinhos do lado.
E, no que me toca em particular, estou curiosíssimo em ver até que ponto o porco de um dos prédios ao lado está disposto a contemporizar com a União Europeia e a sua mania em querer ensinar-lhe boas maneiras, fazê-lo respirar ar mais puro, impedi-lo de conviver com o lixo tempo demasiado, desanuviar-lhe as vistas, enfim, dar-lhe um pouco mais de qualidade de vida. E quem diz um porco diz uma vara deles.
Estou curioso em verificar se aqueles viciados em lixo vão deixar de esperar por que a camioneta do lixo passe ao final de noite para, pé ante pé, depositarem os presentes que, sob a forma de saquinhos de plástico com logo de supermercado e lixo “indiscriminado”, ou não, costumam depositar anónima e sub-repticiamente na caldeira da árvore mais próxima de si, ou na porta dos seus vizinhos mais asseados, ainda por cima, sacos rasgados depois por fiéis amigos de outrem. Tenho quase a certeza que eles pertencerão àquela franja do eleitorado (como gostam de referir os politólogos) de 9% a 27% que, segundo os dados publicados no sítio da CML, não praticam a separação dos resíduos nos bairros onde já foi implementado este sistema de recolha do lixo. Aposto!
NB: Faz oito dias, a crónica “Cada cavadela, sua minhoca” foi escrita antes de ser conhecida a revisão final do PDM aprovada na véspera em sessão de CML. Felizmente, e até ver, claro.
1 comentário:
Fiasco garantido!
O que Lisboa necessita urgentemente é uma reciclagem humana. Porque enquanto este pessoal do saquinho encostado a algo não desaparecer....
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