12 Jun 08 - [detalhes aqui]
5 Ago 08: a tinta podia arrancar-se à mão
EMBORA se possa pensar que o que sucede em Lisboa só interessa a quem lá vive ou trabalha, o facto de a autarquia ser gerida por alguém que já teve importantes funções no Governo (e poderá voltar a ter...) leva-nos a olhar com atenção para o que lá se passa. Além disso, o que aqui se refere é paradigmático, pois documenta uma determinada forma de fazer política.
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QUANDO SE CANDIDATOU à Presidência da CML, António Costa fez várias promessas, de entre as quais se destacaram três: acabar com o estacionamento em 2ª fila, limpar as ruas e pintar as passadeiras (especialmente junto às escolas); e aquando da passagem dos 6 meses de mandato, informou-nos que tinha cumprido tudo o que prometera, à excepção do que não dependia de si.
Ora, seguindo o conselho de Aristóteles (que recomendava que se abordasse um assunto de cada vez...), deixei de parte as duas primeiras promessas (cujo 'cumprimento' é por demais conhecido) e abordei apenas a terceira, tomando como exemplo o caso de uma passadeira junto à Escola do Bairo de S. Miguel.
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5 comentários:
Como se sabe, Antóno Costa não reside em Lisboa. Mudou-se para os lados de Sintra, e bem sabe porquê...
No entanto, o que me irrita nesta história das passadeiras (bem assim como nas outras) não é tanto o falhar de promessas - isso já é "normal, em política; o que me irrita solenemente é ouvi-lo dizer que as cumpriu!
Ele devia saber que o cidadão aceita muita coisa... mas não que o tomem por parvo.
Lembro-me perfeitamente de o actual presidente (letra minúscula) da cml (idem) ter denunciado o ar encardido de Lisboa e prometido que ia acabar com isso.
A única coisa que esta vereação parece apostada em demonstrar é que as anteiores não eram assim tão más...
(anteriores)
«...documenta uma determinada forma de fazer política...»
Sim, este exemplo mostra tudo:
1º-Prometer o que for preciso para ganhar eleições.
2º-Depois de as ganhar, não cumprir o que se prometeu.
3º-Caso haja problemas, dizer que a culpa é de outros.
4º-Virar-se para o lado e continuar a dormir um soninho descansado.
5º-Nas próximas eleições, contar com a fraca memória do povo e retomar o ciclo.
Eu nunca estive em nenhum outro país onde a tinta no alcatrão levasse tão pouco tempo a desaparecer e isto sempre me cheirou a poupança não-autorizada.
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