Letra de: Gabriel de Oliveira
Naquela casa de esquina
Mora a Senhora do Monte
E a Providência Divina
Mora ali, quase defronte.
Por fazer bem à desgraça
Deu-lhe a desgraça também
E aquela Divina Graça
Que Nossa Senhora tem.
Senhora, tão bem-fazeja
Que a própria Virgem Maria
Não sei se está na Igreja
Se naquela moradia.
Com a mágoa que desconsola
A pobreza se conforta
Na certeza de uma esmola
Quando bate àquela porta.
O luar da lua cheia,
Ao bater-lhe na janela,
Reforça a luz da candeia
No alpendre da capela.
Vai lá muita pecadora
Que, de arrependida, chora
Mas não é Nossa Senhora
Que naquela casa mora.
Senhora tão bem-fazeja
Que a própria Virgem Maria
Não sei se está na Igreja
Se naquela moradia.
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