segunda-feira, abril 23, 2007

Câmara de Lisboa falhou coordenação com o Metro e agora a Cidade é que as paga...




Metro não adianta o seu calendário

Carmona Rodrigues vai abrir o Túnel do Marquês esta semana. Melhor: vai abrir um troço do Túnel do Marquês. O outro troço fica para depois, diz o Presidente da CML que nem se sabe bem para quando, pois depende do reforço da galeria do metropolitano. Leu-se no site da RTP há uns dias: «Questionado sobre a obra de reforço da galeria da Linha Amarela do Metro sob a Avenida Fontes Pereira de Melo, Carmona Rodrigues disse desconhecer quando está prevista esta intervenção, a realizar pelo Metropolitano de Lisboa.
"Tenho indicação de que a obra ainda não foi adjudicada e já deveria ter sido há mais de um ano", afirmou, adiantando desconhecer a razão do atraso».

Ora aqui é que bate o ponto. A CML e especialmente o seu Presidente não podem dizer que não sabem. Não podem dizer que ignoram – pelo menos aquilo que é público. Têm de conhecer pelo menos os dados que o ministério das Obras Públicas e o Metro vêm divulgando publicamente.
E que é o seguinte (veja, por exemplo, o que editei em Fevereiro, aqui):

1
Não fomos nós que começámos uma obra sem saber se podia ir até ao fim. Ou seja: a CML no tempo de Santana não se coordenou com o Metropolitano de Lisboa (ML), agora aguente-se.

2
A obra de reforço desta galeria da Linha Amarela não será antecipada por causa da obra do Túnel do Marquês.

3
O concurso foi lançado, as propostas apresentadas e abertas e há umas semanas encontravam-se em análise na Comissão competente.

4
Aquelas duas entidades (MOPCT e ML) têm dado a entender que no início deste Verão arranca a obra.

5
Têm dito que a obra durará qualquer coisa como um a dois meses. Ponha lá três a quatro meses, com a habitual derrapagem (!). Isso pode significar que, na melhor das hipóteses, lá para Setembro, Outubro deste ano acaba a obra de reforço das galerias da Linha Amarela.

Concluindo:
Há uma grande dose de má vontade do Metro e do ministério para com Lisboa. E não houve a mínima intenção de deixar entender outra coisa nem de facilitar o andamento das coisas. Houve aqui mesmo uma certa arrogância do ministro – vi eu com estes dois o que foi dito por ele e em que circunstâncias e com que semblante…
Talvez daqui por um ano seja possível inaugurar o troço restante do Túnel do Marquês.
Tudo porque no início do processo, em 2002/2003, não houve da parte da CML o discernimento de se entender com o Metro…
Bonito trabalho.
O resultado agora está aí à vista.

4 comentários:

Miguel Carvalho disse...

Só tenho pena que a seguir ao Metro não haja mais problemas técnicos ou legais... A abertura desta auto-estrada que acaba no centro de Lisboa bem poderia ser adiada ad eternum

Anónimo disse...

bem, mas afinal o túnel já chegou aos Restauradores!? à Baixa?

é que, mesmo com a CRIL fechada, a funcionar em pleno, é daquelas coisas que será sempre de louvar...se a auto-estrada desemboca nas Amoreiras...

apesar das muitas trapalhadas, lembremo-nos, e...quem quiser que enfie a capapuça ;)

e, faltando pouco mais de um dia...o CMR bem que poderia (agora que a coisa parece ser certa ;) colocar um contador electrónico, um desses relógios ao estilo dos Polis!

AB

Miguel Carvalho disse...

Bem, se o Marquês e a Av. Fontes Pereira de Melo não são centro da cidade, presumo que só mesmo o Rossio merece essa designação. Vá, é a prça central da aldeia.
Ainda agora Carmona Rodrigues insistiu em dizer que o túnel estava no centro da cidade.

Anónimo disse...

(...) talvez se referisse ao...Central Business District!

- agora, já só falta a 'passagem' para o Saldanha...

AB