As políticas, para lá da política
Lisboa bateu mesmo lá em baixo, no bas-fond. Um sítio onde não há luz nem caminho. A política não funciona. As políticas também não. PSD e PS fazem contas de somar e subtrair. Marina Ferreira também.
Marques Mendes vai ter ma semana horrível. É a vez dele. Fontão e Carmona Rodrigues já tiveram as suas.
Sócrates espera mais uns degraus nesta escadaria em que a CML só tem sabido descer.
Esse é o nível complexo da política.
As políticas
Mas convinha agora reflectir também sobre as políticas, para lá da política. Ou seja: e as políticas sectoriais? Vamos às mais importantes, caso a caso.
1. Política ambiental
Pontos quentes como as árvores do Campo Pequeno, o Parque da Bela Vista (os impactos do Creamfields que aí vem), as árvores das avenidas, as zonas verdes, os jardins (esqueçam os jardins digitais do folclore pacóvio).
2. Política urbanística
Um descalabro, para lá dessas histórias escabrosas do Porto de Lisboa agora virado ao turismo e dos casos em investigação na PJ (Parque Mayer, Feira Popular, Infante Santo, Vale de Santo António etc.), há todo um vazio que incomoda: o recurso ao despacho e ao loteamento «ad hoc» em vez do plano, o caso concreto em vez do planeamento da Cidade, o Plano Director Municipal ultrapassado a cada pé de passada em razão de razões do investimento em vez de o ser em razão de razões de interesse público quando tivesse de o ser…
3. Política cultural
Umas acções desgarradas, poucas, mas que mesmo assim ainda brilham no meio deste marasmo. Mas as estruturas físicas estão tão mal tratadas que o milagre é não ruírem de vez. Bibliotecas em ruína, então, é mato (por exemplo): há cinco anos que não se investe um tostão na sua reabilitação...
4. Política desportiva
O silêncio. Piscinas fechadas, projectos abandonados, uns subsídios à clientela e pouco mais. O Pavilhão Carlos Lopes a desfazer-se...
5. Política educacional
Nem se sabe o que seja ou pudesse ser, entregue que está o pelouro a tais mãos. Mesmo as infra-estruturas, designadamente os edifícios escolares sobretudo, só não caem mais por milagre. Há escolas a fechar por falta de condições.
6. Política de mobilidade
São conhecidas as falhas deste sector, pesem embora as boas intenções anunciadas ultimamente. Ontem mesmo, com a ACA-M, a Câmara lá deu um arzinho da sua graça com as passadeiras comemorativas. Para trás ficam as restantes medidas: radares, temporização de semáforos, fiscalização de estacionamentos de forma séria…
7. Política financeira
O desastre. Mais de mil milhões e 200 mil euros de dívida global. Estará agora travada, dizem alguns. Mas a dívida de curto prazo que já irá perto dos 300 milhões é uma dor de cabeça para agora e para os próximos anos. Mas não falta dinheiro. Todos os dias a CML recebe mais de um milhão, em média. E tem crédito. O problema é a falta de cabeça ou de regras ou de bom senso.
A coisa está preta
Em suma: tudo muito complicado, nas próximas semanas. Seja Carmona, seja Marina Ferreira, seja uma Comissão Administrativa multi-partidária para preparar as agora mais do que indispensáveis eleições. Mais uma vez o recurso à política para salvar as políticas.
Hoje, a coisa está preta a vários títulos.
Grau zero. Podia ser o título do filme que está a correr Lisboa, a percorrer Lisboa, quero eu dizer.
Lisboa bateu mesmo lá em baixo, no bas-fond. Um sítio onde não há luz nem caminho. A política não funciona. As políticas também não. PSD e PS fazem contas de somar e subtrair. Marina Ferreira também.
Marques Mendes vai ter ma semana horrível. É a vez dele. Fontão e Carmona Rodrigues já tiveram as suas.
Sócrates espera mais uns degraus nesta escadaria em que a CML só tem sabido descer.
Esse é o nível complexo da política.
As políticas
Mas convinha agora reflectir também sobre as políticas, para lá da política. Ou seja: e as políticas sectoriais? Vamos às mais importantes, caso a caso.
1. Política ambiental
Pontos quentes como as árvores do Campo Pequeno, o Parque da Bela Vista (os impactos do Creamfields que aí vem), as árvores das avenidas, as zonas verdes, os jardins (esqueçam os jardins digitais do folclore pacóvio).
2. Política urbanística
Um descalabro, para lá dessas histórias escabrosas do Porto de Lisboa agora virado ao turismo e dos casos em investigação na PJ (Parque Mayer, Feira Popular, Infante Santo, Vale de Santo António etc.), há todo um vazio que incomoda: o recurso ao despacho e ao loteamento «ad hoc» em vez do plano, o caso concreto em vez do planeamento da Cidade, o Plano Director Municipal ultrapassado a cada pé de passada em razão de razões do investimento em vez de o ser em razão de razões de interesse público quando tivesse de o ser…
3. Política cultural
Umas acções desgarradas, poucas, mas que mesmo assim ainda brilham no meio deste marasmo. Mas as estruturas físicas estão tão mal tratadas que o milagre é não ruírem de vez. Bibliotecas em ruína, então, é mato (por exemplo): há cinco anos que não se investe um tostão na sua reabilitação...
4. Política desportiva
O silêncio. Piscinas fechadas, projectos abandonados, uns subsídios à clientela e pouco mais. O Pavilhão Carlos Lopes a desfazer-se...
5. Política educacional
Nem se sabe o que seja ou pudesse ser, entregue que está o pelouro a tais mãos. Mesmo as infra-estruturas, designadamente os edifícios escolares sobretudo, só não caem mais por milagre. Há escolas a fechar por falta de condições.
6. Política de mobilidade
São conhecidas as falhas deste sector, pesem embora as boas intenções anunciadas ultimamente. Ontem mesmo, com a ACA-M, a Câmara lá deu um arzinho da sua graça com as passadeiras comemorativas. Para trás ficam as restantes medidas: radares, temporização de semáforos, fiscalização de estacionamentos de forma séria…
7. Política financeira
O desastre. Mais de mil milhões e 200 mil euros de dívida global. Estará agora travada, dizem alguns. Mas a dívida de curto prazo que já irá perto dos 300 milhões é uma dor de cabeça para agora e para os próximos anos. Mas não falta dinheiro. Todos os dias a CML recebe mais de um milhão, em média. E tem crédito. O problema é a falta de cabeça ou de regras ou de bom senso.
A coisa está preta
Em suma: tudo muito complicado, nas próximas semanas. Seja Carmona, seja Marina Ferreira, seja uma Comissão Administrativa multi-partidária para preparar as agora mais do que indispensáveis eleições. Mais uma vez o recurso à política para salvar as políticas.
Hoje, a coisa está preta a vários títulos.
Grau zero. Podia ser o título do filme que está a correr Lisboa, a percorrer Lisboa, quero eu dizer.
4 comentários:
Um breve comentrário para expressar a minha estupefacção por agora volta e meia o trânsito nas principais artérias da cidade ser fechado por causa de uma prova qualquer de atletismo.
Passadas poucas semanas sobre uma prova que até fecha a ponte 25 de Abril durante mais de 4 horas e apenas 2 semanas sobre outra, ontem aconteceu o mesmo.
E tratou-se de uma coisa com tanta ou tão pouca importância que não lhe vi qualquer referência dos media (admito que não procurei com muito afinco).
Parece-me que isto é demais e não se compadece de modo nenhum com a vida dos nossos dias numa capital europeia.
(...) hei, hei, nos tempos que correm, há que ter atenção às conotações 'cromáticas', atávicas, casuais, certamente, mas que já serviram de lema de lapela a meia dúzia de energúmenos saudosistas, ou gatos pingados, digo pintados de...negro!
"a coisa está"...mas é ferrugenta, com o mesmo acento dramático das figuras que estão na praça do município, ou melhor, igualmente esbracejantes, descarnadas...pela sangria dos últimos episódios rocambulescos!
AB
Caro Sr. José Carlos Mendes,
em vez das tretas com que anda a colonizar e a entupir os diversos blogues independentes, mais valia que os seus vereadores se deixassem de cinismos e tacticismos e assumissem que sem eleições vamos ter mais dois anos e meio desta porcaria, e Lisboa cada vez pior.
Ou acha que o caminho é, à semelhança do que aventou o vosso amigo Gaioso Ribeiro, uma junta de salvação municipal em que os os pelouros sejam distribuídos por todos?
Não percebe o descrédito em que toda a oposição está a cair?
Não percebe como isto é mau para a democracia e para Lisboa?
Deixe-se de tretas.
"a coisa está"...nas ruas da amargura, no limite do desespero, como se vê, ou lê, neste "discurso", que começa e acaba na "treta" - bateu-se no fundo!
AB
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