domingo, maio 13, 2007

Lisboa polémica


O «barco» de Carmona afundou.
Venha outro «de igual teor» (neste caso, melhor, espera-se)
Tanta candidatura sonhada...
E tão pouca uva para espremer...

Muita parra e pouca uva: é o que apetece dizer quando se perfilam nomes e nomes e nomes para a Câmara de Lisboa, e estou apenas a referir-me aos dois partidos que se julgam em regime de rotativismo como aconteceu no Portugal do século XIX, entre 1852 e 1891 (40 anos de rotativismo).
Com o afundamentodo barco de que Carmona Rodrigues falou quando se despediu e disse que não seria o primeiro a abandonar o barco, soltaram-se os diabos. Ou seja: começou a grande corrida às eleições deste ano (terão lugar lá para fins de Junho, início de Julho).

PSD: projectos pessoais e políticos

Pelo lado do PSD, todas as baterias estão agora apontadas para Fernando Seara. Mas ele deve estar a pensar que está muito bem em Sintra, à espera ainda por cima de que lhe caia nas mãos a presidência do Benfica - o seu sonho de uma vida, segundo dizem os entendidos.
Para quê trocar então o certo (Sintra) e o quase certo seguinte (Benfica) pela incógnita chamada Lisboa e ainda por cima com agarantia de uma quase certa e mais do que previsível derrota eleitoral em terreno financeiro pedregoso como é o caso (somem-se as asneiras de Santana e equipa de Carmona + a dívida + os casos tão badalados + os compromissos de que se fala + mais aquilo que Carmona ele mesmo referiu no discurso de despedida: «os intersses que giram em tornod a Càmara de Lisboa») e veja-se o caldinho em que Seara se viria meter.
Isto, imagino, é a equação que o homem está a tentar resolver, já que também dizem que ele um dia terá também sonhado com a CM de Lisboa e que até um dia terá mesmo dito aos amigos que a sua ida para Sintra tinha derivado de um «erro de casting».

PS: CML e Governo

Do lado do PS as coisas não serão mais simples, penso. Apetece adaptar o aforisma popular. Se de um lado chove a potes, do outro troveja.
De facto, esta obsessão por António Costa, justificada nas sondagens, pelo que me dizem, sabe-se que acarreta a necessidade de remodelar o Governo à bica da Presidência Europeia. Um período em que Sócrates vai estar super-ocupado e precisa da mão hábil de Costa para os negócios nacionais. Em que os incêndios estão à porta e Costa é o esteio da credibilidade do Governo nesta matéria. Um período em que Sócrates desejará tudo menos uma convulsão de adptações: terá de remodelar outros ministros agora: é a última «chance».
Mesmo que me digam que Costa faz sombra a Sócrates no médio prazo. Agora que as sondagens baixam (por pouco que seja, mas baixam, como tem sido notado - ver, por exemplo, aqui), Sócrates já deve ter balançado a hipótese de Lisboa poder servir exactamente de trampolim para a subida de Costa. Lembremo-nos de Jorge Sampaio, por exemplo).
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Muita cosia para pensar. Um xadrez diabólico.

2 comentários:

rui disse...

apresentar costa às eleições fragiliza o governo e é, parece-me, mais do mesmo caldo que se revelou desastroso para o PS nas últimas duas eleições: apresentar uma figura sem qualquer ligação com a realidade e esperar que os eleitores votem de cruz.
Claro que isto parece perceptível para quem está de fora, as elocubrações carreiristas dos protagonistas são insondáveis...

BlogoLogoLogo disse...

Quanto ao PS, e a António Costa, ver "Manifestamente António Costa não quer ..." em :

http://blogologologo.blogspot.com/2007/05/manifestamente-antnio-costa-no-quer.html

Quanto ao PSD, pq não Marcelo Rebelo de Sousa ? Seria o momento ideal para as suas ambições políticas (se é que ainda as tem).