sábado, maio 26, 2007

Negrão contradiz-se em Lisboa


Carmona e Roseta não são independentes, diz ele

Diz Negrão, em pré-campanha, que a candidatura de Carmona «foi uma cisão zangada» do PSD. Mas fala também da de Roseta. Eis a frase: «Não há candidaturas independentes, são cisões zangadas de partidos políticos. A candidatura de Carmona Rodrigues é uma cisão zangada relativamente ao PSD». Ou seja: na primeira parte da frase, Negrão está claramente a pronunciar-se sobre o PS e a zanga de Helena Roseta também. Ok: sabemos que Roseta há apenas 15 dias era militante destacada do PS e queria ser sua candidata.
Mais: Negrão diz que o PSD não é tido nem achado na queda da CML: “«O executivo camarário caiu e houve responsáveis. Mas não foi o PSD», afirmou, lamentando que nos últimos dois anos a Câmara de Lisboa não tenha tido liderança.”

Tele-liderança, e não é a do Bispo Tadeu!

Mas isto não é completamente contraditório? Então se isto não é uma candidatura independente (eu não sei se o é: estou apenas a seguir o raciocínio de Negrão), se isto é uma candidatura de um PSD zangado, como se pode concluir que a queda da CML se deve não ao PSD (mesmo que de um PSD zangado) mas sim à acção de um eleito (independente? e) sem liderança?
Mais: então e aquilo que de facto iniciou a queda formal (as políticas vêm desde 2002, é certo), ali mesmo à nossa frente naquela sessão da CML em que Marques Mendes, ao telefone, manda retirar Pedro Portugal Gaspar da lista que está a ser votada para o CA da SRU da Baixa? Se isso não é liderança, então o que é liderança? É liderança, sim. Errada, mas liderança. Mais: é tele-liderança da pior espécie. Disso não tenho qualquer dúvida. Factos destes sucederam-se à minha frente vezes repetidas. Isso, que ninguém mo negue…
Não esquecer: foi nessa hora que Maria José Nogueira Pinto (hoje tentada pelo PSD mas cuja tentação é o PS – e mantenho que a Baixa e a Frente Ribeirinha são a sua atracção), então vereadora do CDS em coligação pós-eleitoral com o PSD (ou com o PSD zangado de Carmona, na expressão de Negrão?) anunciou que terminaria ali mesmo essa coligação. E terminou: umas horas depois, em conferência de imprensa, rebentaram as águas e nasceu um CDS em liquefacção e um PSD em declínio.


Razões formais e razões políticas para uma queda


Repito: foi ali que se iniciou a queda da CML, em termos formais. A minha leitura é mais relativa às políticas, decisões erradas, decisões ilegais, negócios duvidosos e tal, acabando tudo por fazer da Judiciária um dos mais importantes departamentos da CML: a frequência e o à-vontade dos inspectores naqueles corredores fazem da PJ um serviço da Câmara como tantos outros.

(A talhe de foice: há no entanto quem diga que a Judiciária não sabe onde procurar e que não é nos computadores das chefias que as coisas estão, mas sim nos dos funcionários. E que não é só no Urbanismo: também nos departamentos e divisões de Finanças. Sei lá. Ninguém quer dar-se ao trabalho de esclarecer isso de forma cabal, mesmo que anonimamente – que eu enviaria de imediato para a Gomes Freire…)

3 comentários:

Mar Arável disse...

Negrão vereador sem expressão na ^
câmara de setúbal sabe o que o espera em Lisboa mas sempre ficará na pequena história como um mártir
do falido Marques Mendes - para um dia recordar

José Carlos Mendes disse...

Olá, Eufrázio.
Finalmente na blogosfera!!!!!

Abração.
JCM.

Mar Arável disse...

Alguem disse que Carmona tinha deixado a Câmara sem papel higiénico - entretanto o que me preocupa para o futuro é a ausência de utentes - mas admito estar a exagerar.