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Parte das medidas anunciadas pela autarquia para a Baixa, como a criação de um museu ou o estruturar de ruas como “centros comerciais” soam um pouco saloias, pensadas “de fora” e para quem visita. Quem visita a Baixa visitará sempre porque é a Baixa. Pensar para o turismo é interessante, mas antes de desenhar museus resolva-se o básico: um piso em que não se escorregue, tropece e entorte os pés constantemente e no qual os carros não estremeçam como em caminho de cabras, ruas e não vias rápidas (não se pode parar um táxi ou um carro nas ruas da Prata e do Ouro em nome da sacrossanta “fluidez” do tráfego) livres de sacos de lixo e limpas, a classificação das lojas e o fim da sua destruição paulatina com substituição de ferros forjados por inox e de mobiliário secular por balcões de vidro à dúzia (parece que o museu que vem aí é de design – que tal manter o design na rua, hã?), garantia de lugares de estacionamento para residentes e o assegurar de estruturas básicas como um mercado semanal de frescos (tão comum na generalidade das grandes cidades europeias) e de espaços para crianças. Falo apenas de competências camarárias — a reabilitação do edificado, vital mas a depender na maioria dos casos de iniciativa privada, não se inclui nesta lista, assim como a alteração dos horários das lojas. Falo de coisas básicas, e nem todas dispendiosas. Coisas que não consigo perceber como estão ainda por fazer na zona mais simbólica da capital. Alguém me explica, por favor, porque é que tardam tanto? "
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(como se eu fosse muito burra, por Fernanda Câncio, publicado na coluna ’sermões impossíveis’ da notícias magazine de 24 de agosto)
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(como se eu fosse muito burra, por Fernanda Câncio, publicado na coluna ’sermões impossíveis’ da notícias magazine de 24 de agosto)
1 comentário:
1) O ferro forjado não é 'design'. Alguém alguma vez viu um 'designer' malhando ferro na forja?
2) A baixa não tem residentes.
3) A raça dos calceteiros foi extinta quando a calçada portuguesa começou a levar cimento para unir as pedras.
4) E a dos almeidas quando inventaram o carro vassoura. Onde não chega o carro a vassoura não perde as cerdas.
Cumpts.
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