"Lisboa: técnica dos «quatro piscas» para fintar «tolerância zero» (Portugal Diário)
Apesar da campanha «tolerância zero» contra o estacionamento em segunda fila em Lisboa, carros parados na via com recurso aos quatro piscas continuam a fazer parte da paisagem de Lisboa, da Baixa às Avenidas Novas.
Um ano depois do início da campanha de «tolerância zero» ao estacionamento ilegal movida pela Câmara Municipal de Lisboa, «as piores alturas são de manhã e à tarde», disse à Agência Lusa José Quaresma, que trabalha há quinze anos numa loja na avenida 5 de Outubro.
Reconhecendo que a fiscalização existe «os homens da EMEL (Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa) andam sempre aí, às vezes nem passam cinco minutos e vêm logo rondar os carros», José Quaresma atribui a «epidemia» do estacionamento em segunda fila à escassez de lugares legais.
«Em Agosto, estaciona-se bem, mas normalmente, quem anda por aí não consegue apanhar lugar», afirma, apontando o carro estacionado na zona de cargas e descargas em frente da sua loja.
«É claro que isto nos prejudica sempre, porque um cliente que queira estacionar para vir à loja não consegue ou tem que andar a procurar», refere.
EMEL assusta
Mohammed, dono de um quiosque nas Avenidas Novas, tem uma percepção diferente, afirmando que «ultimamente, as pessoas já não estacionam tanto [em segunda fila], têm medo por causa dos bloqueadores», mas aponta que «a PSP e a EMEL andam mais a multar quem estaciona nas zonas de cargas e descargas".
Num stand de automóveis por perto, o problema só não é maior devido à proximidade permanente da polícia junto ao Ministério da Educação, afirmou uma funcionária.
«Como temos aqui ao pé a polícia, não acontece tanto», acrescenta, reiterando que o início da manhã e o início da tarde são as alturas mais críticas, com carros que impedem os clientes de estacionar.
Um percurso pelo centro da cidade é praticamente impossível de fazer sem apanhar vários carros estacionados em segunda fila, muitos dos quais param a fazer descargas em estabelecimentos comerciais, muitas vezes praticamente em cima de semáforos.
«Ligam-se os quatro piscas e já está»
A manobra é conhecida de qualquer automobilista que circule regularmente em Lisboa: ligam-se os quatro piscas para indicar que se trata de uma paragem relativamente breve e já está a rua «entupida» em uma das faixas.
«As pessoas ao princípio tiveram mais algum respeito [com a campanha «tolerância zero aplicada pela autarquia há um ano no centro da cidade] mas já se sabe, escapa-se uma vez, escapa-se duas e volta tudo ao mesmo», referiu um morador da rua de São José, uma artéria estreita paralela à Avenida da Liberdade.
«Quando não há lugar e têm que parar, não importa estarem a tapar a passagem aos outros, a pessoa quando tem que parar, pára mesmo», acrescenta.
Na avenida Augusto de Aguiar, um condutor que preferiu não ser identificado e acabado de parar em segunda fila afirmou que aquele expediente é «forçado, porque há horas em que é impossível encontrar lugar».
«Eu até percebo que irrite muitas pessoas, eu também conduzo e muitas vezes tenho que me desviar dos carros mal parados, mas que é que se há-de fazer? Temos todos que viver com isto», argumenta."
Apesar da campanha «tolerância zero» contra o estacionamento em segunda fila em Lisboa, carros parados na via com recurso aos quatro piscas continuam a fazer parte da paisagem de Lisboa, da Baixa às Avenidas Novas.
Um ano depois do início da campanha de «tolerância zero» ao estacionamento ilegal movida pela Câmara Municipal de Lisboa, «as piores alturas são de manhã e à tarde», disse à Agência Lusa José Quaresma, que trabalha há quinze anos numa loja na avenida 5 de Outubro.
Reconhecendo que a fiscalização existe «os homens da EMEL (Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa) andam sempre aí, às vezes nem passam cinco minutos e vêm logo rondar os carros», José Quaresma atribui a «epidemia» do estacionamento em segunda fila à escassez de lugares legais.
«Em Agosto, estaciona-se bem, mas normalmente, quem anda por aí não consegue apanhar lugar», afirma, apontando o carro estacionado na zona de cargas e descargas em frente da sua loja.
«É claro que isto nos prejudica sempre, porque um cliente que queira estacionar para vir à loja não consegue ou tem que andar a procurar», refere.
EMEL assusta
Mohammed, dono de um quiosque nas Avenidas Novas, tem uma percepção diferente, afirmando que «ultimamente, as pessoas já não estacionam tanto [em segunda fila], têm medo por causa dos bloqueadores», mas aponta que «a PSP e a EMEL andam mais a multar quem estaciona nas zonas de cargas e descargas".
Num stand de automóveis por perto, o problema só não é maior devido à proximidade permanente da polícia junto ao Ministério da Educação, afirmou uma funcionária.
«Como temos aqui ao pé a polícia, não acontece tanto», acrescenta, reiterando que o início da manhã e o início da tarde são as alturas mais críticas, com carros que impedem os clientes de estacionar.
Um percurso pelo centro da cidade é praticamente impossível de fazer sem apanhar vários carros estacionados em segunda fila, muitos dos quais param a fazer descargas em estabelecimentos comerciais, muitas vezes praticamente em cima de semáforos.
«Ligam-se os quatro piscas e já está»
A manobra é conhecida de qualquer automobilista que circule regularmente em Lisboa: ligam-se os quatro piscas para indicar que se trata de uma paragem relativamente breve e já está a rua «entupida» em uma das faixas.
«As pessoas ao princípio tiveram mais algum respeito [com a campanha «tolerância zero aplicada pela autarquia há um ano no centro da cidade] mas já se sabe, escapa-se uma vez, escapa-se duas e volta tudo ao mesmo», referiu um morador da rua de São José, uma artéria estreita paralela à Avenida da Liberdade.
«Quando não há lugar e têm que parar, não importa estarem a tapar a passagem aos outros, a pessoa quando tem que parar, pára mesmo», acrescenta.
Na avenida Augusto de Aguiar, um condutor que preferiu não ser identificado e acabado de parar em segunda fila afirmou que aquele expediente é «forçado, porque há horas em que é impossível encontrar lugar».
«Eu até percebo que irrite muitas pessoas, eu também conduzo e muitas vezes tenho que me desviar dos carros mal parados, mas que é que se há-de fazer? Temos todos que viver com isto», argumenta."
3 comentários:
Em Genebra, um carro mal parado e que tenha os 4 piscas a funcionar tem duas multas: uma por estar mal parado, outra por uso inadequado de equipamento de emergência. Podemos dizer tudo o que quisermos do rigor calvinista, mas não há dúvida que às vezes faz sentido.
Há dias, na Rua da Escola Politécnica, vi 4 pessoas sairem de dois carros que estacionaram na paragem de autocarro. Ligaram os piscas.
Entraram no café onde eu estava, e pediram... uns bitoques para jantar!.. e por lá ficaram os popós.
Aposto, caro Miguel, que é defronte à escadaria da Politécnica para irem à Cister. Técnica habitual. Aliás, presenciei igual cena com conhecido escriba e opinador político e técnico da nossa TV, he, he, he. Coisas;-)
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