No passado dia 4, a vereadora Rosália Vargas deu uma entrevista ao Público, na qual despudoradamente afirma que a falha em obter os ditos fundos não tem importância. Vamos a factos. A “requalificação” da rede de educação pré-escolar e do 1º ciclo do ensino básico, que envolve a reconstrução de algumas escolas e a construção de uma nova, ficou parada, porque, depois de terem recebido o parecer do Ministério da Educação, as técnicas da Câmara se esqueceram de mandar o dossier, no prazo devido, para o organismo que gere os fundos europeus, o QREN. Resultado: o dinheiro não virá.
A Drª Rosália Vargas não só tentou desdramatizar o que aconteceu, como, o que ainda é mais feio, atirou a culpa para cima dos técnicos: estes teriam pensado que haviam formalizado todos os “procedimentos”, quando lhes faltava uma operação. Eu quero lá saber o que pensam os técnicos da Câmara: deles espero tão só que mandem a papelada a tempo para o endereço certo. E que os responsáveis sejam … responsáveis. Mas não foi isto que sucedeu. A srª vereadora sacudiu a água do capote com o argumento de que haveria uma segunda fase. Não, não há. Ou antes, há, mas como, por cada concurso, só se podem apresentar três projectos, e não seis, só metade dos previstos poderão ser concretizados.
Conhecendo a burocracia estatal, nada disto me espanta. O que o faz é ninguém se demitir – a própria ou, na eventualidade de o não fazer – ser-lhe o pelouro retirado por quem de direito. Em Portugal, a negligência fica sempre impune. Até porque os pobres que frequentam estas escolas não têm voz e a União Europeia quer lá saber.
Maria Filomena Mónica
4 comentários:
Muito bem.
Acrescentaria à negligência a incompetência.
Está em causa a desresponsabilização constante por parte dos responsáveis últimos.
António Costa no início do seu mandato afirmou perante os directores de serviço e demais responsáveis do município que pretendia tão somente que cumprissem e fizessem cumprir a legislação ... foi o burburinho geral!!
A Sra. Vereadora só tem é que demitir-se.
Cara Maria Filomena Mónica
Só uma chamada de atenção: essa notícia foi, em primeiro lugar, publicada no Jornal de Lisboa, distribuído dia 1 de Setembro passado.
Esta senhora só entrou numa escola pública de Lisboa do 1.º ciclo, depois de ter tomado posse como vereadora.Aposto! Por isso, ficou tão espantada com o estado de degradação das escolas e achou que a culpa devia ser da Directora do Departamento de Educação da CML... Vai daí, demitiu-a.
Agora, parece que não tem ninguém com experiência para preparar as candidaturas! Mas isso que importa?
Algum Vereador tem filhos nas escolas da rede pública do 1.º ciclo? Não? Então não há crise!...
Não me admira nada esta "falha", veja-se e investigue-se o que se passa também na área das bibliotecas municipais, com os técnicos mais próximos das chefias (vereação e divisão)a "lixarem" (permitam-me esta expressão, porque é mesmo assim!)os colegas que trabalham. Está rodeada de uma máfia de acessores técnicos incompetentes que não tem interesse nenhum nas mudanças necessárias. Deixa-me entrar (e sair) às horas que quero, entretanto vou tomar um cafézinho, mas também vou àquela loja que tem lá uma roupita interessante e a bom preço e já aí venho trabalhar... se não me for embora, porque está na minha hora, que ainda quero ir ao cabeleireiro antes de ir para casa!!! O quê tu cumpres horários? Não queres ir às compras connosco? Eh! Pá! É melhor mandá-lo embora antes que nos "faça sombra"!!!
Pois é este o estado de sítio das bilbliotecas municipais, extremamente bem chefiadas e coordenadas...
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