Diante da falta de vontade do Engº Sócrates e dos seus acólitos em dizerem o que realmente pretendem, encomendaram um estudo – espero que tenha sido o partido apagar e não uma qualquer instância académica– a um grupo de universitários, convencidos de que a coisa pareceria “científica”. Como é evidente, os meus colegas não agiram enquanto sociólogos, mas enquanto políticos. Foi isso queA ndré Freire reconheceu, em entrevista ao DN, de 6 de Novembro último, na qual afirma ter-lhe o PS pedido para “não incluirmos círculos uninominais no estudo”. Depois de terem analisado 30 sistemas eleitorais, André Freire, ManuelMeirinho Martins e Diogo Moreira cozinharam uma coisa híbrida, segundo a qual, no momento devoto, seremos confrontados com dois boletins de voto: num, votaremos num partido (círculo nacional); no outro, num candidato(círculo local). Mas não poderei ter o “meu”deputado, visto que, emLisboa - cidade, onde resido, haverá oito, concedendo-me o PS apenas o favor de os poder ordenar, de acordo com a minha preferência.
A acusação mais frequente contra os círculos uninominais consiste em que gerariam uma rede de cacique por esse país fora. A afirmação não me impressiona, pela simples razão de que, pelo menos, um cacique tem de procurar resolver alguns dos meus problemas, ao passo que os actuais deputados-burocratas apenas se preocupam em agradar ao chefe. Ora, quanto mais poder têm os secretários-gerais, menos poder temos nós. É isto que os partidos desejam e que, através da nossa apatia, consentimos. Um dia, “eles” vão-se arrepender; e “nós” também. Pressinto que será tarde demais.
1 comentário:
Informa-se os apreciadores das crónicas de MFM que as mais antigas começaram hoje a ser afixadas no Sorumbático (http://sorumbatico.blogspot.com) onde aparecerão, regularmente, às sextas-feiras.
Já se lá pode ler «Os Taxistas», de Fevereiro de 2006, e que, infelizmente, continua bem actual...
Enviar um comentário