quinta-feira, maio 31, 2007

Quem foi que falou em Sociedade da Informação?

As duas imagens que em baixo se vêem são da mesma maquineta - trata-se da que está no Edifício do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (o Nº 1 da Avenida de Roma, em Lisboa), e dá para a rua, para gozo dos passantes.
A imagem da esquerda mostra-a quando estava ao serviço (?) da Imprensa Nacional Casa da Moeda; a da direita mostra-a como está há uns 8 ou 9 meses, ao serviço (?) do Infocid.

Pois bem. Quem, até ao dia 31 de Dezembro de 2007, me mostrar esta maquineta a funcionar durante 1 minuto (e desloco-me para ir confirmar, pois moro perto) ganha, de imediato, um molhinho de cartões PMB e NetPost - ainda têm saldo e, mesmo que não se consigam usar em lado nenhum (como sucede comigo), são óptimos para usar como calços de mesas e camas.

Talvez tenha funcionado

No dia da inauguração;

Depois, deve ter-se cansado

E, com fastio, pensado:

- Trabalhar?! Isso é que não!

Lisboetas #1


O feito de Martim Moniz, com quem tudo começou (malfadada ou bem-aventurada porta?) no cerco de Lisboa.

Fonte: Estampas de MBarata

«Três novas publicações apresentadas por João Bénard da Costa»

Para descongestionar ... como diria Alves dos Santos, «o comentarista que o país inteiro consagrou». No Centro Nacional de Cultura, hoje, pelas 18h.

Texto editado

quarta-feira, maio 30, 2007

PS quer terminal de cruzeiros em Alfama


«Manuel Salgado diz que obra «vai favorecer o turismo» na capital

O número dois da candidatura de António Costa à Câmara de Lisboa, Manuel Salgado, defendeu esta quarta-feira a instalação do novo terminal de cruzeiros em Santa Apolónia, considerando-a uma localização «estratégica» para favorecer o turismo na capital, refere a Lusa.

«A localização está a ser estudada há vários anos e é uma localização estratégica porque é aquela que permite o acesso a pé ao centro da cidade», afirmou Manuel Salgado
. (...)»

Ou seja, asneira.

Fonte: Portugal Diário

8 minutos para um, e nem 8 minutos para todos os outros?!

«Hoje, no noticiário da 1H da SIC Notícias, António Costa abriu com cerca de 8 minutos e as notícias sobre os candidatos Fernando Negrão, Sá Fernandes e Ruben de Carvalho, no total, não chegou aos 8 minutos. Dos restantes candidatos nem falaram. Entendo que esta situação deve ser denunciada, denúncia que ganha mais significado numa campanha com custos custos controlados e onde o período legalmente disponível para a Campanha é curto, ficando sobretudo prejudicados os candidatos independentes

Nota: Trata-se de uma transcrição de ontem, de um comentário no blogue Cidadãos por Lisboa, da candidatura de HR

O porquê de não vir aqui

São duas "ordens de ideias" completamente diferentes; por um lado, a minha vida particular anda muito sobrecarregada (no bom sentido); por outro sinto um "desfastio" em relação à cidade que chegou ao desespero, ou seja, completa falta de esperança. Tudo o que tenho pensado sobre o assunto já está escrito em toda a parte, não tenho nada de original a acrescentar. É aquela ladaínha de desgraças sem fim...

Sinceramente, não creio que as eleições (com 12 candidatos, que tanto se pode dizer que é uma prova de vitalidade democrática como da república das bananas em que nos tornámos) vão resolver alguma coisa. Os candidatos, ou estão a tratar das suas carreiras - caso do Costa, por ex. - ou são mais para o surrealista - caso do Câmara Pereira, por exemplo. E quem é que consegue mexer naquela estrutura camarária? Entretanto os serviços estão o que estão... Enfim, vocês sabem.

Abraços alfacinhas

JCN

Rigor(osos)

É coisa que, segundo me dizem (e eu acredito), não há na comissão de acompanhamento das finanças da CML. Melhor, só no «Paga Pouco».

torcer o pepino V

Olivia Bina - All rights reserved ©

Apesar de tudo continuam a gostar de brincar e rir como se não tivessem que andar por aí. Como se os locais para brincar na cidade não fossem bem vedados, forrados de material sintético e com “aparelhos” calibrados e estudados na Escandinávia.

Um logradouro ou um baldio de Lisboa pode passar despercebido a certos adultos mais distraídos, outros sabem que são micro-pulmões da cidade, reguladores da temperatura, escorrência e biodiversidade. Para outros são “vazios” para pensar e, err, preencher. Mas para quem anda a torcer o pepino, podem ser verdadeiros universos. Nos tempos que correm os vazios, onde era possível encontrar esconderijos e piratas, seringas e revistas pornográficas, acabam por ser transformados em locais de estacionamento. Mas felizmente continuam a gostar de andar por aí. Em casa.

terça-feira, maio 29, 2007

A propósito do «Dia Europeu do Vizinho»...

O Dia Europeu do Vizinho é só depois de amanhã, 31 de Maio. No entanto, como ele acaba de ser referido, aqui fica uma pequena história, da colectânea Humor Antigo - Ano de 1926

No Dia Europeu do Vizinho

Assisto com regozijo à montagem de um separador em pvc no muro que separa as varandas de ambos os lados. Olho para a roupa no estendal das traseiras e fico contente: não há sinais de manchas de lixívia, pudera, acima de mim só o céu e os pombos. Vá lá, do lado esquerdo não sai (ainda) odor a bife. Dos onze apartamentos vizinhos (e não é piada aos candidatos) só cinco são do «antigamente», e dos que jogavam à bola lá atrás já só resta um. Cães, infelizmente, só há dois. Gatos, nenhum. Em contrapartida, há marquises com fartura. Hoje, ainda não disse bom dia a nenhum.

EU, TAMBÉM BLOQUEADO ME CONFESSO

Caros Amigos de O Carmo e a Trindade,
Tenho neste momento um pico de trabalho que me impede de ter uma actividade blogueira tão intensa como habitual. Não tomem, pois, como desconsideração não responder a comentários, sobretudo às entradas que aqui publico. Relativamente à iniciativa de bloquieo da EMEL, devo, porém, confessar que fiquei muito contente. Ninguém disse Errado!. Registe-se, notifique-se e publique-se.

De dois, um está certo, os dois ou nenhum ...

«O primeiro milho é dos pardais» e/ou «candeia que vai à frente alumia duas vezes».

segunda-feira, maio 28, 2007

O BLOQUEIO

Manuel Monteiro decidiu apresentar a sua candidatura à CML com o acto simbólico de bloquer o edifício da EMEL com um fita, exactamente como a EMEL costuma fazer aos carros. Boa ideia. A EMEL é uma das empresas municipais mais dispensáveis e estúpidas que Lisboa tem. A EMEL só começou a revelar alguma eficácia qundo contratou com uma empresa privada a prestação do serviço que a EMEL devia fazer. Para isto bastava um Vereador, não era necessária uma empresa municipal. Além disso a EMEL não passa de um défice e de uma agência partidária de colocação de desempregados partidários. Bom começo.

(publicado no Tomar Partido)
Embora não fosse o tema principal, O Carmo e a Trindade foi referido ontem, e por várias vezes, no programa de Pedro Rolo Duarte, na Antena 1, que pode ser ouvido aqui.

«O crime não compensa»?!

Eis um ditado popular completamente em desuso, senão errado, segundo anunciam as mais recentes sondagens.

Otá(rio)? Assim não, obrigado!

Confesso que ainda estou a rir, não com a ideia do candidato António Costa de fazer da zona do Aeroporto da Portela um «pulmão verde», no pós-aeroporto, mas com a oportunidade da ideia.

Isto porque até agora nunca nos disseram que a preocupação em fazer-se um novo aeroporto fora da capital fosse a de criar um espaço verde na Portela, eliminando-se assim o perigo de queda de um avião em cima dos moradores por debaixo das rotas de descolagem e aterragem dos aviões, combatendo-se por outro lado a inevitável propensão daqueles em contrair, hoje e amanhã, doenças do foro cancerígeno.

Mas também chega a ser ingénuo, senão cómico, o aparente esquecimento de algo essencial: no dia em que os terrenos do aeroporto da Portela deixarem de ser utilizados para esse fim voltarão à posse dos herdeiros dos proprietários de antanho, que foram na altura expropriados para o efeito, pelo que dificilmente seria plantado o tal «pulmão verde» ... só mesmo com um governo à Duarte Pacheco & Cia, portanto...

Atenção: o debate sobre Lisboa não deve nem pode cingir-se à Ota!

"Totobola Autárquico"

António Costa - Helena Roseta: 1X2 (António Costa joga em casa e apresenta-se claramente favorito. Mas a adversária Helena Roseta apesar da sua falta de prática como Independente, terá a seu favor o facto de ser arquitecta, ter ideias próprias e apresentar-se como adepta de Gonçalo Ribeiro Telles. Se ambos invocarem o nome de GRT, então poder-se-á dar um empate).

F. Negrão - C. Rodrigues: X2 (a experiência lisboeta de Carmona Rodrigues será certamente suficiente para derrotar o defesa setubalense. Mas como ambos parecem não gostar do Plano Verde de Ribeiro Telles, o resultado poderá também ser um empate).

Sá Fernandes - Ruben de Carvalho: 1 (apesar da equipa de Ruben ser uma máquina bem oleada, com jogadores que se conhecem de longa data, a vitória deverá cair para o candidato independente apoiado pelo BE, sendo que JSF não teve receio que o jogo fosse antecipado e é o único competidor que já deu provas concretas de que irá continuar a tentar - e a pôr em prática - as ideias e o programa de Gonçalo Ribeiro Telles).

Maria José Nogueira Pinto - Telmo Correia: 2 (vitória - forasteira - mas apenas devido à falta de comparência de Maria José. Neste caso, serem ou não "fãs" de Ribeiro Telles, não conta).

CM Lisboa - Porto de Lisboa: 1X2 (embate decisivo para o futuro do campeonato, sendo que quanto mais estádios de betão forem construídos ao longo das margens do Tejo, menos se conseguirá jogar futebol de praia na Caparica por manifesta e progressiva ausência de areia).

CM Lisboa - Terrenos da Portela: X (Empate mais que provável, tendo presente os milhares de camarotes para famílias ou serviços, sem aluguer ou comprador que se vejam e que existem por aí nos mais diversos estádios da Cidade. O jogo poderá ser inclusivamente adiado: as equipas concorrentes ao campeonato da construção do Novo Aeroporto já se devem ter apercebido desta situação).

AML-CML: 1X (Paula Teixeira da Cruz ganha sempre ou então empata, neste caso se alguns membros da sua equipa forem atingidos por pubalgias provocadas pela presença de Carmona Rodrigues na equipa da Vereação).

Nota: Este Totobola diz apenas respeito à actual pré-época, sendo que o treinador nacional Gonçalo Ribeiro Telles não é candidato. Aliás, o campeonato à séria só começa dentro de um ano e meio.

(*) Luís Coimbra
(Independente, membro da CP de José Sá Fernandes)

Ingenuidades – Espaço, Território e Fotografia

Esteve patente na Fundação Calouste Gulbenkian, a exposição “Ingenuidades – Fotografia e Engenharia 1846-2006”, que fora prolongada até 6 de Maio). Ela merece aqui um destaque, pela sua grandiosidade e qualidade. Orientada por Jorge Calado, os conteúdos só aparentemente se limitavam ao campo das Engenharias (Civil, Bio, Social, etc) – pois os seus temas, pensados de um modo amplo e aberto, remetiam para grandes noções como o Ar, o Fogo, a Terra, a Água (as “Forças da Natureza”), permitindo que a exibição de esplêndidas fotografias nos cativassem pela sua abrangência. Abrangência no Espaço (desde a Ópera de Sidney à Órbita Lunar, ou à Amesterdão de J.M. Rodrigues) – e abrangência no Tempo, porque tivemos o privilégio de ver imagens e documentos fotográficos desde meados de Oitocentos à actualidade (o grandioso barco Great Eastern, 1857, a impressionante São Francisco pós-terramoto de 1906, um boicotado autocarro do Alabama, 1956, a eterna Pirâmide de Gizé magistralmente captada por Richard Pare, 1983, a Los Angeles de John Humble em 2005). Foi um hino à fotografia, um testemunho de esperança no nosso belíssimo e desgovernado planeta. Fica-nos agora um catálogo monumental, a não perder.

José Manuel Fernandes arq

CARTA ABERTA AO PROF. CARMONA RODRIGUES

No Tomar Partido.

domingo, maio 27, 2007

A propósito do "post" «Andar a pé faz bem»...

... aqui fica uma anedota de humor-ligeiramente-negro, publicada no «ALMANACH BERTRAND» de 1931.

O que nós vemos


Acabo de fazer seguir para a CML (municipe@cm-lisboa.pt) uma informação sobre a insuficiente sinalização existente junto ao Centro Hellen Keller, ao Restelo, mais precisamente na Rua Dr. M Moutinho.
Segundo me foi dado a conhecer por um pai cuja filha é aluna dessa escola, trata-se de uma rua que muitas crianças atravessam diariamente, com sinalização inadequada e insuficiente. Devido à natureza dessa escola, um grande número de alunos são portadores de portadores de deficiência visual. Indiferentes, mal informados ou ambas as coisas, os condutores comportam-se como se estivessem numa via rápida, sem quaisquer cuidados ou precauções.
Ficamos a aguardar que sejam tomadas medidas rápidas de forma a solucionar este grave problema (sinalização apropriada, sistema de acalmia de tráfego adequado) e, já agora, seria uma excelente ideia verificar a envolvente de outras instituições frequentadas por invisuais e por portadores de outras deficiências (escolas, associações, etc.).
É ir à rua e observar à nossa volta. Lisboa é uma cidade que trata muito mal os cidadãos mais frágeis e vulneráveis e já é (mais que) tempo de pôr cobro a isto.

(M Isabel G)

sábado, maio 26, 2007

Negrão contradiz-se em Lisboa


Carmona e Roseta não são independentes, diz ele

Diz Negrão, em pré-campanha, que a candidatura de Carmona «foi uma cisão zangada» do PSD. Mas fala também da de Roseta. Eis a frase: «Não há candidaturas independentes, são cisões zangadas de partidos políticos. A candidatura de Carmona Rodrigues é uma cisão zangada relativamente ao PSD». Ou seja: na primeira parte da frase, Negrão está claramente a pronunciar-se sobre o PS e a zanga de Helena Roseta também. Ok: sabemos que Roseta há apenas 15 dias era militante destacada do PS e queria ser sua candidata.
Mais: Negrão diz que o PSD não é tido nem achado na queda da CML: “«O executivo camarário caiu e houve responsáveis. Mas não foi o PSD», afirmou, lamentando que nos últimos dois anos a Câmara de Lisboa não tenha tido liderança.”

Tele-liderança, e não é a do Bispo Tadeu!

Mas isto não é completamente contraditório? Então se isto não é uma candidatura independente (eu não sei se o é: estou apenas a seguir o raciocínio de Negrão), se isto é uma candidatura de um PSD zangado, como se pode concluir que a queda da CML se deve não ao PSD (mesmo que de um PSD zangado) mas sim à acção de um eleito (independente? e) sem liderança?
Mais: então e aquilo que de facto iniciou a queda formal (as políticas vêm desde 2002, é certo), ali mesmo à nossa frente naquela sessão da CML em que Marques Mendes, ao telefone, manda retirar Pedro Portugal Gaspar da lista que está a ser votada para o CA da SRU da Baixa? Se isso não é liderança, então o que é liderança? É liderança, sim. Errada, mas liderança. Mais: é tele-liderança da pior espécie. Disso não tenho qualquer dúvida. Factos destes sucederam-se à minha frente vezes repetidas. Isso, que ninguém mo negue…
Não esquecer: foi nessa hora que Maria José Nogueira Pinto (hoje tentada pelo PSD mas cuja tentação é o PS – e mantenho que a Baixa e a Frente Ribeirinha são a sua atracção), então vereadora do CDS em coligação pós-eleitoral com o PSD (ou com o PSD zangado de Carmona, na expressão de Negrão?) anunciou que terminaria ali mesmo essa coligação. E terminou: umas horas depois, em conferência de imprensa, rebentaram as águas e nasceu um CDS em liquefacção e um PSD em declínio.


Razões formais e razões políticas para uma queda


Repito: foi ali que se iniciou a queda da CML, em termos formais. A minha leitura é mais relativa às políticas, decisões erradas, decisões ilegais, negócios duvidosos e tal, acabando tudo por fazer da Judiciária um dos mais importantes departamentos da CML: a frequência e o à-vontade dos inspectores naqueles corredores fazem da PJ um serviço da Câmara como tantos outros.

(A talhe de foice: há no entanto quem diga que a Judiciária não sabe onde procurar e que não é nos computadores das chefias que as coisas estão, mas sim nos dos funcionários. E que não é só no Urbanismo: também nos departamentos e divisões de Finanças. Sei lá. Ninguém quer dar-se ao trabalho de esclarecer isso de forma cabal, mesmo que anonimamente – que eu enviaria de imediato para a Gomes Freire…)

sexta-feira, maio 25, 2007

Para lançar a confusão?

Porventura para lançar mais confusão, Pedro Barroso (sim, o cantor e compositor...) lembrou-se de alvitrar, para o Novo Aeroporto de Lisboa, uma localização ali para os lados de Fátima - uma ideia que desenvolve num texto bem-disposto (como é seu hábito) em «A QUADRATURA DO CIRCO»:

Andar a pé faz bem!


Ontem, junto ao Tivoli (exactamente no local da foto), dezena de carros e respectivos motoristas obstruiam a via pública, provocando uma bicha enorme na faixa lateral até ao cruzamento com a Rua das Pretas. Motivo: o Ministério da Saúde promovia uma qualquer gala no antigo e saudoso cinema. Aos eminentes e ilustres convidados só lhes fazia bem se tivessem ido de transportes públicos ou a ... butes.

Aos idosos, everybody says I love you!

Acresce que desta vez talvez sejam dos poucos a estar em Lisboa a 15 de Julho, por força das circunstâncias. A hipocrisia já começou! Nas «prioridades» seguir-se-ão os jovens, as minorias, a classe média, o «comércio de proximidade», a «Baixa-Chiado», os artistas (de preferência os do Parque Mayer) e, quem sabe, com o ritmo a que isto vai ... os arguidos.

quinta-feira, maio 24, 2007

Esqueceram-se da Lua? Não há direito!

Então não se esqueceram de 4.000 assinaturas para que alguém da Embaixada Lunar se pudesse candidatar aos Paços do Concelho?!

Depois de Alcântara, Vale de Santo António, Avenidas Novas, Entre-Campos, Baixa, Frente Ribeirinha, Marvila, Campolide, Boavista, Alvito, Caselas, Ajuda, Alta de Lisboa, Paço do Lumiar, Galinheiras, Falagueira, Carnide ... só mesmo a Lua - será que é possível escavar lá túneis? e estacionamento subterrâneo?

Foto: Dr. Dennis Hope (Ph. D.), Presidente do Governo Galáctico

Torneios Nacionais de Mestres e de Honra 2006/2007

Para desanuviar o ambiente, mais uma vez, informo os interessados que está a decorrer em Lisboa o torneio acima mencionado, sendo que é uma boa oportunidade para se reflectir sobre os porquês do jogo da política por cá ter nada a ver com o xadrez; belo, matemático, elevado, pensado e sofrido, e tudo com um jogo de cartas; manhoso, buliçoso, feito de batota e bluff, onde só valem as pintas (ressalva ao bridge, claro).

Obrigado ao Pedro B. pela info!

Nostalgia...com mini-prémio

Qual o nome da sala de cinema que se vê na imagem da direita?
A quem der a resposta certa (em e-mail para medinaribeiro@iol.pt), será enviado o conjunto «15 Fotos Antigas de Cinemas de Lisboa» (1,65 Mega).
(Env. por J. Oliveira)

5 Tostões, perdão, cêntimos, para o Stº Antoninho

Para que ele, em vez de continuar a pregar sobre «rigor, competência e transparência», nos fizesse ver esse milagre de vermos até 15 de Julho apenas três pequenas coisinhas, a saber:

- lista das empresas, e dos particulares, contribuintes para as campanhas de cada um dos candidatos, e respectivo pecúlio;
- lista das empresas municipais que cada um dos candidatos irá extinguir caso vença no dia 15 de Julho;
- lista dos particulares envolvidos na compra, venda e construção nos terrenos do futuro aeroporto da OTA, e respectivas cercanias.

Não sei se é por a CML estar em piloto-automático


Mas o estacionamento abusivo voltou às arcadas dos prédios da Av.E.U.A. durante o dia, sobretudo às dos prédios aqui fotografados por Artur Pastor, em 1968 - e que lindo espectáulo, a inexistência de marquises!

quarta-feira, maio 23, 2007

MAIS UM ESCÂNDALO EM PERSPECTIVA!

Como a lei não permite o financiamento no caso de eleições intercalares para apenas um órgão, faz-se uma alteração à medida!

A política portuguesa no seu pior!

CAMPANHAS ELEITORAIS
Osvaldo Castro diz que ainda é possível alterar Lei de Financiamento


O presidente da comissão de Assuntos Constitucionais considerou, esta terça-feira, que ainda é possível alterar a Lei de Financiamento das campanhas, a fim de permitir a atribuição de subvenções públicas aos partidos e grupos de cidadãos que concorram às eleições em Lisboa.

A este propósito, a Nova Democracia já tomou posição:

NOVA DEMOCRACIA APELA AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

E para desanuviar já hoje:




Obrigado, João C.!

CML acumula uma dívida a fornecedores de 832 M

A Câmara Municipal de Lisboa acumula uma dívida a fornecedores de 832 milhões de euros, uma situação de «ruptura financeira», de acordo com o relatório de execução financeira da autarquia relativo ao primeiro trimestre deste ano.

Segundo o relatório de execução financeira do primeiro trimestre de 2007, citado hoje pelo Rádio Clube Português, existe um «desequilíbrio financeiro estrutural ou de ruptura financeira» na autarquia lisboeta.


A 31 de Março deste ano, a dívida a fornecedores a curto prazo situava-se nos 316 milhões de euros, sendo a dívida a fornecedores a médio e longo prazo de 516 milhões de euros.

A dívida a fornecedores na globalidade representa 90% da receita de 2006, afirma o relatório, acrescentando que «evidencia um agravamento da situação financeira nas suas várias vertentes».

«Em termos de tesouraria, a situação tende, de igual modo, a agravar-se, atenta a execução da receita extraordinária, que se situa muito abaixo dos valores considerados desejáveis», refere o documento.

Entre as obras que se encontram paradas, o relatório enumera, entre outras, três «mega-empreitadas» de reabilitação urbana em Alfama, Mouraria e São Bento suspensas «por falta de pagamento».

No que diz respeito ao túnel do Marquês, há uma «factura em dívida de 3,5 milhões de euros» à Construtora do Tâmega SA e estão por cabimentar 5,3 milhões de euros.

- Diário Digital / Lusa

Para desanuviar, e porque o calor voltou


Nada melhor que um passeio, nem que seja virtual, pelo Jardim Tropical, perdão, Colonial, em Belém, que fez 101 há bem pouco tempo. Horários e tudo o mais, aqui.

Foto: LX Jovem

Cheguei-me à janela

Muitos dos que aqui escrevem andam nisto há anos: escrevem para jornais, denunciam situações, insurgem-se contra carros nos passeios, sinalização deficiente, obras mal feitas, falta de policiamento, sujeira da via pública, participam em campanhas, disponibilizam o seu tempo, os seus meios, e depois?
Vejamos o estacionamento selvagem (curvas, passeios, locais proibidos, etc). Como é que chegámos a este ponto? A quem devemos pedir contas? Quem o permitiu? E os cidadãos?
Desiludida, fechei a janela.
.

(Isabel G.)

NOTA: Cara MP, mas eu estou animada, satisfeita e confiante com as eleições! Acredito que vêm aí dias muito melhores para a cidade. :)

Solução genial

.
.
Porventura dentro do princípio do «Se não se pode combater uma ilegalidade, então legalize-se», aqui se vê como, em Lagos, se contornou sabiamente o problema do estacionamento em cima do passeio na avenida principal: com uma placa de «autorizado».
Aos peões, é oferecida uma passadeira e um semáforo - que podem accionar - para que, se quiserem, passem para o outro lado e não chateiem nem estorvem.
Salomónico, perfeito, cinco estrelas!
NOTA: Manuel João Ramos acaba de publicar, no SORUMBÁTICO, um texto relacionado com este assunto, intitulado «Direitos atropelados» - [aqui].

Carmona Rodrigues revela hoje decisão sobre candidatura *

Um-dó-li-tá ...

e CR ficou com o pauzinho mais pequeno: anuncia candidatura às 18h!

Texto editado

* In Sol Online

Uma adivinha "politicamente incorrecta"

Estas duas fotografias foram tiradas em Lisboa, em anos diferentes, mas no mesmo local (junto ao Frutalmeidas) e à mesma hora do dia (sei isso, porque era quando eu ia passear o cão... ).
Pergunta-se: nessas alturas, a cidade era governada por uma Coligação de Esquerda ou por uma Coligação de Direita? E, em caso de diferença, qual das fotos corresponde a qual vereação?

terça-feira, maio 22, 2007

CALENDÁRIO ELEITORAL

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) divulgou esta terça-feira o Mapa Calendário relativo às Eleições Intercalares para Câmara Municipal de Lisboa de 15 de Julho, escreve a Lusa.

A apresentação das candidaturas perante o Juiz do Tribunal da Comarca com jurisdição na sede do município será feita até ao dia 28 de Maio, devendo ser afixadas na porta do edifício do Tribunal da Relação as listas completas dos candidatos e dos mandatários até ao dia quatro de Junho.

O período da campanha eleitoral decorrerá entre seis e 13 de Julho.

Nos dias 14 e 15 de Julho é proibida a divulgação dos resultados de sondagens ou de inquéritos de opinião relativos ao acto eleitoral.

A proclamação dos resultados é feita dia 17 de Julho, através do envio de dois exemplares da respectiva acta de apuramento geral à CNE e ao Governador Civil.

Em caso de interrupção das eleições por tumulto, calamidade e grave perturbação da ordem pública, a nova eleição será a 22 de Julho.

Podem votar antecipadamente os militares e os agentes de forças e serviços de segurança interna, que no dia da realização da eleição estejam impedidos de se deslocar à assembleia de voto, por imperativo inadiável de exercício das suas funções no País ou no estrangeiro; os membros integrantes de delegações oficiais do Estado que, por deslocação ao estrangeiro em representação do País, se encontrem impedidos de se deslocar à assembleia de voto no dia da eleição.

Antecipadamente podem ainda votar nas intercalares de 15 de Julho os trabalhadores marítimos e aeronáuticos, bem como os ferroviários e os rodoviários de longo curso que por força da sua actividade profissional se encontrem presumivelmente deslocados no dia da realização da eleição; os membros que representam oficialmente selecções nacionais, organizadas por federações desportivas dotadas de estatuto de utilidade pública desportiva, e se encontrem deslocados no estrangeiro, em competições desportivas, no dia da realização da eleição; os eleitores que por motivo de doença se encontrem internados ou presumivelmente internados em estabelecimentos hospitalares e, impossibilitados de se deslocar à assembleia de voto.

Existe ainda um período especial de voto para os eleitores que se encontrem presos e não privados de direitos políticos como consta no Art.º 117º nº1, e para oss estudantes do ensino superior recenseados nas Regiões Autónomas e a estudar no continente e os que, estudando numa instituição do ensino superior de uma Região Autónoma, estejam recenseados noutro ponto do território nacional.

Os eleitores nas condições de militares e agentes de forças, membros integrantes de delegações oficiais do Estado, trabalhadores marítimos e aeronáuticos e que representem oficialmente selecções nacionais, deverão dirigir-se ao Presidente da Câmara do município em cuja área se encontram recenseados, e provar o seu impedimento.

Os membros representantes oficiais de selecções nacionais bem como os eleitores, que por doença se encontrem internados ou presumivelmente internados, podem requerer ao Presidente da Câmara do município em cuja área se encontram recenseados, e provando o seu impedimento, podem exercer aí o seu direito de voto.
Fonte: Portugal Diário

São ...



... os loucos de Lisboa
Que nos fazem recordar
A Terra gira ao contrário
E os rios correm para o mar

Parava no café quando eu lá estava
Na voz tinha o talento dos pedintes
Entre um cigarro e outro lá cravava
a bica, ao melhor dos seus ouvintes

As mãos e o olhar da mesma cor
Cinzenta como a roupa que trazia
Num gesto que podia ser de amor
Sorria, e ao sorrir agradecia

[Refrão]
São os loucos de Lisboa
Que nos fazem recordar
A Terra gira ao contrário
E os rios correm para o mar

Um dia numa sala do quarteto
Passou um filme lá do hospital
Onde o esquecido filmado no gueto
Entrava como artista principal

Compramos a entrada p'ra sessão
P'ra ver tal personagem no écran
O rosto maltratado era a razão
De ele não aparecer pela manhã

[refrão]

Mudamos muita vez de calendário
Como o café mudou de freguesia
Deixamos de tributo a quem lá pára
Um louco a fazer-lhe companhia

E sempre a mesma posse o mesmo olhar
De quem não mede os dias que vagueam
Sentado lá continua a cravar
Beijinhos às meninas que passeiam.

[refrão]


- Ala dos Namorados, Os loucos de Lisboa

As canetas de Manuel Monteiro


Daquela vez, na eleição do grupo parlamentar, até usou uma caneta à 007, daquelas que deitam tinta invisível, mas ontem, na RTP2, empunhou duas canetas ao mesmo tempo, uma encarnada e outra azul, enquanto respondia às perguntas do telejornal. Desnorteado, peço ajuda ao amigo Jorge Ferreira, pode ser que ele esclareça este mistério bicolor ...

«Almoço de apoio à candidatura à Câmara de Lisboa» *

«Os três ex-presidentes socialistas da Câmara de Lisboa, Aquilino Ribeiro Machado, Jorge Sampaio e João Soares manifestam terça-feira o seu apoio à candidatura de António Costa (PS) para as eleições intercalares de 15 de Julho

Se não avisassem, a gente não sabia. Ora!


* In Público Online

Acordar - Álvaro de Campos

Acordar da cidade de Lisboa, mais tarde do que as outras,
Acordar da Rua do Ouro,
Acordar do Rocio, às portas dos cafés,
Acordar
E no meio de tudo a gare, que nunca dorme,
Como um coração que tem que pulsar através da vigília e do sono.

Toda a manhã que raia, raia sempre no mesmo lugar,
Não há manhãs sobre cidades, ou manhãs sobre o campo.
À hora em que o dia raia, em que a luz estremece a erguer-se
Todos os lugares são o mesmo lugar, todas as terras são a mesma,
E é eterna e de todos os lugares a frescura que sobe por tudo.

Uma espiritualidade feita com a nossa própria carne,
Um alívio de viver de que o nosso corpo partilha,
Um entusiasmo por o dia que vai vir, uma alegria por o que pode acontecer de bom,
São os sentimentos que nascem de estar olhando para a madrugada,
Seja ela a leve senhora dos cumes dos montes,
Seja ela a invasora lenta das ruas das cidades que vão leste-oeste,
Seja

A mulher que chora baixinho
Entre o ruído da multidão em vivas...
O vendedor de ruas, que tem um pregão esquisito,
Cheio de individualidade para quem repara...
O arcanjo isolado, escultura numa catedral,
Siringe fugindo aos braços estendidos de Pã,
Tudo isto tende para o mesmo centro,
Busca encontrar-se e fundir-se
Na minha alma.

Eu adoro todas as coisas
E o meu coração é um albergue aberto toda a noite.
Tenho pela vida um interesse ávido
Que busca compreendê-la sentindo-a muito.
Amo tudo, animo tudo, empresto humanidade a tudo,
Aos homens e às pedras, às almas e às máquinas,
Para aumentar com isso a minha personalidade.

Pertenço a tudo para pertencer cada vez mais a mim próprio
E a minha ambição era trazer o universo ao colo
Como uma criança a quem a ama beija.
Eu amo todas as coisas, umas mais do que as outras,
Não nenhuma mais do que outra, mas sempre mais as que estou vendo
Do que as que vi ou verei.
Nada para mim é tão belo como o movimento e as sensações.
A vida é uma grande feira e tudo são barracas e saltimbancos.
Penso nisto, enterneço-me mas não sossego nunca.

Dá-me lírios, lírios
E rosas também.
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também,
Crisântemos, dálias,
Violetas, e os girassóis
Acima de todas as flores...

Deita-me as mancheias,
Por cima da alma,
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...

Meu coração chora
Na sombra dos parques,
Não tem quem o console
Verdadeiramente,
Exceto a própria sombra dos parques
Entrando-me na alma,
Através do pranto.
Dá-me rosas, rosas,
E llrios também...

Minha dor é velha
Como um frasco de essência cheio de pó.
Minha dor é inútil
Como uma gaiola numa terra onde não há aves,
E minha dor é silenciosa e triste
Como a parte da praia onde o mar não chega.
Chego às janelas
Dos palác ios arruinados
E cismo de dentro para fora
Para me consolar do presente.
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...

Mas por mais rosas e lírios que me dês,
Eu nunca acharei que a vida é bastante.
Faltar-me-á sempre qualquer coisa,
Sobrar-me-á sempre de que desejar,
Como um palco deserto.

Por isso, não te importes com o que eu penso,
E muito embora o que eu te peça
Te pareça que não quer dizer nada,
Minha pobre criança tísica,
Dá-me das tuas rosas e dos teus lírios,
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também.

Álvaro Campos

Vazio legal ou Leis-da-Treta?

No post anterior, diz-se que as autocaravanas estacionam ali devido a um vazio legal.
Mas não será só isso, como se pode ver neste caso, onde não há vazio legal nenhum.
A foto foi tirada em Lagos (cidade onde o Código da Estrada, em matéria de estacionamento, é uma mera sugestão), mas podia ter sido noutro lado qualquer deste país, amante e praticante fervoroso das Leis-da-Treta.

Autocaravanas em Lisboa


VIDEO SIC

Vazio legal está a tranformar a zona ribeirinha em parque de estacionamento

A zona ribeirinha de Belém, em Lisboa, está pouco a pouco a transformar-se num parque de autocaravanas. A Câmara de Lisboa não tem regulamentação específica para o estacionamento destes veículos, e enquanto não se resolve o vazio legal, os turistas em auto-caravana aproveitam a vista previligiada do Rio Tejo. Notícia SIC
Mesmo sem infraestruturas para os veículos, e mesmo sendo proibido, os veículos grandes e brancos lançam amarras, e não há quem os tire dali.
(....) A zona em volta do Padrão dos Descobrimentos parece, para os autocaravanistas, uma boa resposta à falta de locais de estacionamento para este tipo de viaturas na cidade, e à vontade de dormir ao lado do rio, a dois passos do centro de Lisboa.
(Isabel G)

Desculpem o atraso

Mas, estava ocupada com outras questões
Apenas para informar que, Telmo Correia é o cabeça-de-lista do CDS-PP às Eleições Intercalares de Lisboa

torcer o pepino IV

A velocidade dos veículos automóveis é a principal causa de mortes por atropelamento em Lisboa. Para um condutor a diferença entre 30 km/h e 50 km/h é imperceptível, para uma criança ou adulto a pé faz toda a diferença – é a diferença entre um doidoi e a morte. Planearmos vias rápidas no meio da cidade, ou construirmos cidade entre vias rápidas é um sintoma de um paradigma autista, esgotado e criminoso.

Av de Ceuta

segunda-feira, maio 21, 2007

O artigo de que se falou

O artigo de que se falou no Prós e Contras na RTP 1 de 21.5.07
O maior problema de Lisboa , Jornal Público
10.05.2007, Paulo Varela Gomes


Lisboa é um assunto demasiado sério para ser deixado à elite lisboeta, responsável por a cidade ter chegado onde chegou
A julgar por quase todos os comentadores, jornalistas e lisboetas opinativos, os maiores problemas de Lisboa são o descrédito político da actual maioria camarária e o estado das finanças locais.
Na minha opinião, estes são problemas importantes mas secundários. O maior problema de Lisboa são os fazedores de opinião de Lisboa, precisamente esses que dizem que os maiores problemas de Lisboa são... etc e tal. Na verdade, achar que o problema de Lisboa tem que ver com maiorias camarárias ou finanças é indicativo de uma extraordinária miopia política e cultural que mostra muito precisamente o seguinte: Lisboa é um assunto demasiado sério para ser deixado aos lisboetas. Não me refiro à maioria dos lisboetas, aos lisboetas das 9-às-5, mas sim à elite lisboeta, aos fazedores de opinião lisboetas, aos seus colunistas, jornalistas, cineastas, escritores, poetas, músicos, actores - todos aqueles e aquelas que mostram Lisboa a si mesmos e aos outros, são ouvidos sobre Lisboa, fazem a "imagem" de Lisboa.
São estes e estas que têm a responsabilidade de ter deixado chegar Lisboa ao estado a que chegou ao longo de sucessivas gestões camarárias de gente sem visão e sem rasgo, incluindo Jorge Sampaio, João Soares, Santana e Carmona.
A elite (e os jovens, os jovens...) de Lisboa têm essa responsabilidade porque, iludidos pelo aumento da oferta cultural e de entretenimento que a cidade sem dúvida vem experimentando nas últimas décadas, não viram - literalmente não viram e não vêem - a degradação do espaço público, a fealdade crescente, a decadência brutal da qualidade de vida de Lisboa, uma das cidades menos user friendly da Europa, certamente a mais descuidada, suja, anárquica e rasca das suas capitais.
A elite de Lisboa, aos gritinhos de contentamento com o "cosmopolitismo" da sua cidade, nem ao menos tem o discernimento de detectar o paternalismo condescendente com que os estrangeiros olham para o terceiro-mundismo dos graffiti, do lixo, dos carros estacionados por toda a parte, dos edifícios em cacos, do horror dos subúrbios, da vergonha das entradas na cidade, da porcaria dos transportes públicos, do inferno do trânsito.
Esta elite, toda satisfeita, deixou a política de Lisboa aos políticos de Lisboa. E estes são tal e qual aquilo que Pacheco Pereira escreveu no PÚBLICO de 5 de Maio último, num dos mais certeiros e dramáticos textos alguma vez produzidos sobre a política portuguesa (Pacheco Pereira esqueceu-se do PCP, cujo aparelho lisboeta é do mesmo género que os do PSD e do PS; esqueceu-se até do facto de que a posição camarária dos comunistas em Lisboa constitui um dos factores históricos mais importantes da acomodação do PCP ao regime; pelas sinecuras da Câmara Municipal de Lisboa, o PCP passou a estar disposto a vender a alma. E vendeu-a várias vezes).
O abandono da política de Lisboa pela sua elite é espelhado exemplarmente naquilo que sucedeu ao Bloco de Esquerda, um partido que deveria ser eco dessa elite mas que está entregue de pés de mãos atados a um candidato.vereador com mentalidade de polícia.
Ora - e aqui é que está o busílis - Lisboa não é uma cidade qualquer. Lisboa não pertence aos lisboetas. Nem sequer aos portugueses. Lisboa é o único património genuinamente mundial existente em Portugal. Há pouquíssimas cidades que, simbolicamente, pertençam ao mundo inteiro. Portugal tem a sorte incrível, construída na história, de contar com uma.
É possível pôr de acordo muita gente em volta de uma lista reduzida de cidades reconhecíveis como património mundial simbólico. Na América do Norte, em boa medida graças ao cinema, este património é constituído por Nova Iorque, Los Angeles, talvez já Las Vegas e Miami. Na América Latina, temos a Cidade do México, Havana, o Rio, S. Paulo, Buenos Aires. Na África, o Cairo, Alexandria, Fez ou Marraquexe. Na Ásia, Istambul, Jerusalém, Bagdad (a das Mil e uma Noites do Califa e das mil e uma bombas das guerras de hoje), Delhi, Bombaim, Pequim, Xangai, Tóquio, talvez já Singapura. Na Oceânia, Sydney entra nesta lista como a cidade que ascendeu ao patamar simbólico graças a um único edifício, a ópera.
Tão-pouco na Europa - o sítio a partir do qual faz sentido pensar nestes simbolismos - há muitas cidades-símbolo: em Espanha, só Barcelona, talvez Sevilha (mas não Madrid). E Paris, Roma, Veneza, Nápoles, Londres, Berlim, Viena, Atenas, Moscovo, S. Petersburgo (enquanto durar a memória da revolução e da guerra).
É nesta liga do campeonato que se situa Lisboa. Não porque seja uma cidade monumental. Mas porque foi caput mundi nas imaginações do século XVI, porque viveu a nostalgia disso desde então, porque foi a cidade do terramoto de 1755, porque, potencialmente, é uma cidade capaz da maior beleza, não a dos monumentos ou a da grandiosidade, mas a da gentileza, da atmosfera, da memória física e simbólica de um mundo não centrado na Europa.
É isso que Lisboa anda a desperdiçar com autarcas medíocres, sem capacidade de imaginar um projecto para a cidade, e que a deixam degradar-se. É isso que está ameaçado pela estupidez tecnocrática desses autarcas que ameaça "modernizar" Lisboa de modo a fazê-la igual a todas as outras cidades.
Os lisboetas não são os donos de Lisboa. São, quanto muito, os seus locatários presentes. Têm como responsabilidade cuidar da cidade e passá-la em bom estado às gerações futuras.
A primeira coisa que devem fazer é pôr-se à procura de uma candidatura independente com um projecto para Lisboa como cidade mundial.
Historiador

(Isabel G)

Conflito de interesses

Definição curiosa na Wikipédia:

«O conflito de interesse existe sempre que dois ou mais indivíduos compartilham recursos escassos; ou quando há divergência no mundo das idéias, devido às diferentes formações morais de cada um. Existência de interesses dirigidas ao mesmo objeto, sem que os sujeitos chegam a um consenso sobre eles.»

«Carro «aterra» em estação do Metro» *

(...) Um veículo ligeiro despistou-se esta manhã na Avenida da República, em Lisboa, e acabou por «aterrar» na escadaria que dá acesso ao Metro daquela avenida, adiantou ao PortugalDiário fonte da PSP de Lisboa. O acidente ocorreu pelas 6h00 da manhã e o ligeiro que se despistou caiu na escadaria de acesso ao Metro de Entrecampos. O veículo ficou na vertical, mas mesmo assim o condutor teve ferimentos ligeiros. (...)

Nem todos caem na vertical. Sr. condutor, o prazo de entrega de candidaturas já foi alargado, porquê essa pressa?

* In Portugal Diário

A próxima CML vai ter que lidar com este boneco #9



Proj. Gehry / Parque Mayer


Foto: CML

A próxima CML vai ter que lidar com este boneco #8


Torre Compave/Av.Fontes Pereira de Melo-Picoas


Foto: Skyscrapercity Foruns

A voz pela escrita dos cidadãos

Uns chamam-lhe O correio de Portugal (Correio da Manhã), outros, Tribuna do Cidadão. As autoridades bem que podem estar atentas as estas observações, reclamações, avisos, denúncias, o que seja, pois nestes espaços há um pouco de tudo. Fala-se muito de envolvimento, participação cívica, etc, etc. Ah, Como gosto de os ouvir, os reinvidicadores de sofá e os fazedores de discursos, geralmente cheios de coisas tão lindas como inócuas!
Mas é sobre o correio dos leitores que quero falar. Desconheço a eficácia das respostas, mas pelo menos ninguém poderá dizer que "não sabia" e eu fico satisfeita por saber que alguns dos meus concidadãos se preocupam com a sua rua, aldeia, cidade ou estradas. Dado o desinteresse da juventude pela interevenção cívica e pela política, serão estes os últimos moicanos?
Recordam-se de um post que escrevi sobre a falta de sinalética nos Olivais? Pois parece que não estou sozinha:" Há anos que os moradores nas proximidades do cemitério dos Olivais reclamam a colocação de sinalização..." Neste caso até teve direito a resposta de um responsável da Junta de Freguesia :"Infelizmente, a freguesia de Santa Maria dos Olivais nunca teve sinaléctica....(continua)". Um caso para ir acompanhado, se entretanto não nos perdermos pelo caminho.
Na Tribuna do Cidadão do jornal Público também há muitas vozes identificadas, para muitos problemas. Vejamos alguns:
LOCAL LISBOA-21.05.2007 -"As Bahamas em Algés" Foi um Forte (...) em Algés, depois casa apalaçada de gente fidalga de finais do século XIX, depois casino (...), e depois sede de instituições e da Junta de Freguesia. (...) .Porém, pelos finais do ano passado arrancaram umas grandes obras que dentro de 24 meses irão fazer aparecer uma volumetria de 17.189,73 m3, conforme indica uma tabuleta que informa entre outras coisas que o alvará é de Abril de 2006. (...)A propaganda é tão aliciante que senti que as Bahamas tinham chegado a Algés e que não será necessário o incómodo de uma viagem.(...)
Falta de civismo - Recentemente acompanhei um familiar ao Hospital dos Capuchos em Lisboa. Fiquei deveras surpreendido com a quantidade de viaturas em trânsito e estacionadas, muitas delas em cima dos passeios, incomodando a circulação de doentes, muitos deles idosos e com problemas de locomoção. O trânsito era tanto que parecia a avenida da Liberdade em hora de ponta.Também reparei que alguns funcionários não só fumam como o fazem dentro das instalações, o que pela lei é proibido e contraria todo o bom senso.(...) Mas, enfim, estamos em Portugal e não se pode exigir muito...
Quem arranja? - Aqui há dias, uns meninos mal intencionados, pela calada da noite, destruíram por puro gozo a escada de madeira de acesso à Praia dos Olhos d"Água (Bandeira Azul). Alertada a Junta da Freguesia, esta diz não ser de sua responsabilidade, mas sim do Ambiente (?), que já está alertado.Parece mentira que um assunto desta tão pequena dimensão precise de subir tantos escalões e que não haja ninguém com clarividência para mandar reparar aquela miséria (...). Não evoluímos mesmo nada, continuamos medíocres.Tantos simplexes para nada. As cabeças mandantes não prestam. Não se deseja mal a ninguém, mas se qualquer um se magoar naquelas escadas..(...).
.
Se isto não é cidadania, o que é cidadania?
(Maria Isabel G)

domingo, maio 20, 2007

torcer o pepino III

Nos últimos anos as crianças estão a crescer cada vez mais isoladas do mundo e dos amigos.

A protecção dos pais é compreensível: Portugal tem recordes verdadeiramente trágicos de mortes na estrada para qualquer grupo etário, mas são principalmente os mais jovens e idosos (os tais Lisboetas que não têm carta de condução) que são vítimas de condutores.

Crianças do 1 aos 14 anos mortas em acidentes rodoviários na União Europeia.

A tragédia é tanto maior porque as estatísticas mostram que quanto mais protegermos as crianças na sua exposição à cidade e ao tráfego, sem a gradual experiência e aprendizagem do perigo, mais probabilidades elas têm de morrer durante a adolescência.

A socióloga Helene Fretigné, no livro A Praça do Saldanha: Conflitos de uso no espaço público lisboeta (ed. Assírio & Alvim e ACA-M), ao medir as velocidades praticadas no Saldanha, detectou em quatros horas 69 infracções graves e 4 infracções muito graves. À noite "só um pouco mais de 30% [dos condutores] anda a uma velocidade adequada à requerida numa praça".

sábado, maio 19, 2007

Av. da República [vendo-se ao fundo o Saldanha], Lisboa, 1967.
João Brito Geraldes, in Arquivo Fotográfico da C.M.L..

No BIC LARANJA

(Isabel G.)

Pilaretes - para que servem?

A cidade de Lisboa tem mistérios insondáveis. Hão-de ter nome, departamento, gabinete e número de telefone, mas não chego lá. A esta hora alguém já terá recebido um mail, fotografias e a minha reclamação, que eu não sou de vir fazer queixinhas para o blog.
Já agora, uma observação à nova Câmara. Por favor vejam lá isto:
O meu prémio "Curva Mais Mal Feita de Lisboa 2006": A quem projectou, construíu e fiscalizou a curva em frente à estação do Metro de Telheiras, os meus parabéns: deve ser difícil fazer pior. Os donos das viaturas que lá têm ficado encaixadas também devem achar o mesmo. E aquela entrada para o parque de estacionamento na curva? Um mimo. (Ah! Não sou Técnica?)
Vamos aos pilaretes. Que me dizem? Para que servem? Quem os colocou? Estes estão na rua João Barreira em Telheiras (em frente a vários bancos) e junto a semáforos. Trata-se de uma rua bastante movimentada, com acesso a uma outra, resultante de lindos pensamentos urbanísticos de transformar um bairro habitacional numa zona de atravessamento da cidade.
Imaginam portanto, o que sai daqui, não é? Carros meio-estacionados na via pública, logo, uma única fila de carros, logo engarrafamentos. Tudo escusado, não?
Ah! A polícia? Pois....

(Maria Isabel G)

A força de Lisboa


Duas remodelações decididas num só dia
Tal é a foça de Lisboa

Confirma-se tudo o que de pior se temia. Eu nunca acreditei que acontecesse. Durante semanas escrevi e assinei que Sócrates não iria mexer no Governo por causa da Câmara de Lisboa e que certamente o PS teria outra solução forte para Lisboa.
Enganei-me redondamente e em vários aspectos – qual deles mais lamentável:
1. Lisboa obrigou àquilo que eu mais negava como provável nesta altura, a dias da Presidência Europeia: uma remodelação e logo de topo. Tal é a força de Lisboa.
A estabilidade, pensava eu, obrigaria a que o PS buscasse fora da esfera governamental uma solução. Mas não: a opção foi pelo afunilamento. Ou fosse pela exiguidade de quadros disponíveis (Jorge Coelho, Mega Ferreira e outros negaram sempre a sua aceitação) ou fosse pela necessidade de criar uma «certeza» antecipada, psicologicamente «certa e segura», tudo se precipitou em sentido diverso do que eu esperava.

2. Lisboa obrigou simultaneamente a uma «remodelação» do Tribunal Constitucional, o topo da estrutura judiciária nacional.
Nem digo mais nada. O Dr. Rui Pereira tinha tomado posse há umas semanas com declarações sonantes. Trata-se da mais alta instância judicial portuguesa. A sua estabilidade e a sua credibilização saem afectadas. Isso é evidente.

3. Lisboa levou à semi-decapitação do Governo.
Sair o número 2, que era ministro de estado e alterar tudo, nesta altura, soa a baralhar e dar de novo. Foi um movimento de rins que se dispensava.

4. Lisboa levou à prematura tentativa de Sócrates se libertar da sombra de António Costa.
Diz-se há muito que se alguém faz sombra a Sócrates no PS é António Costa. Se o é, de duas uma: ou esta vinda para Lisboa é uma forma de afastar a sombra ou uma forma de afirmar que é preciso correr riscos: e se o PS não ganhar a 15 de Julho? E se uma vitória tangencial mostrar que Costa não é sombra?

5. Esta circunstância da escolha de Costa (e até a de Negrão) veio provar a exaustão dos seus partido.
Quer isto dizer que os partidos respectivos estão sem abundância de quadros de 1º plano - para não dizer que estão esgotados e sem sangue novo.
.
6. Lisboa acabará por ser o trampolim para os novos voos que António Costa quer, precisa e merece?
Há esta outra teoria. Não é a minha. Consiste em se pensar que Sócrates combinou com Costa algo como isto: vai lá, ganha aquilo e um dia ou me substituis ou vais para Belém. Isto, francamente, parece-me ficção política rasca.

Uma coisa já é certa e segura: a primeira declaração de António Costa criou desde logo, em certas áreas do PS / Lisboa, anti-corpos evidentes.
A força destes anti-corpos e o prejuízo que poderão acarretar para a campanha e para a candidatura do PS e, sobretudo, para o posterior exercício do poder, se for o caso, só mais tarde se notarão. Mas as incomodidades já aí estão.
Quando Costa diz sem papas na língua, como costuma, que vai renovar tudo, que vai mudar os nomes e tal, está automaticamente a condenar a actuação dos seus eleitos nestes seis anos. Isso nem vale a pena negar. Todos percebemos logo isso. Tal é a força de Lisboa.

«R.S.F.F.», ou «O Chá e a sua Falta»

RECENTEMENTE, veio a saber-se que Helena Roseta escrevera a José Sócrates, em meados de Fevereiro, alertando-o para a grave situação na CML. Tratou-se de uma carta a que ninguém se dignou responder.
Pelos vistos, na política, certas coisas seguem uma lógica muito especial, pelo que esse facto (que, normalmente, seria interpretado como uma manifestação de má-educação pura e simples) deve ter sido visto, por alguns, como um acto da mais fina política.
No entanto, Helena Roseta também não fica bem na fotografia, pois já é crescidinha, e tinha a obrigação de saber que é para essas situações que existe a sigla R.S.F.F. - significa «Responder, Se Faz Favor» e também ajuda a contornar os problemas criados pelos que padecem de casca-grossismo – uma terrível doença que só não é incurável se for atalhada logo na infância.

Por uma imparável associação de ideias, não resisto a publicar aqui um extracto de um texto, já com 10 anos, dedicado a alguns cidadãos que sofrem de «excesso de falta-de-chá».

No Reply? Let it be…

Todos os dias me cruzo com pessoas que, quando as cumprimentam, não respondem. São uma espécie de zombies, que, no entanto, até parece que falam, pois se precisam de alguma coisa lá aparecem, a abanar as orelhas, cheios de sorrisos e bons-dias… (se for depois do meio-dia talvez digam boa-tarde…).
Ora esta atitude de quase (?) má-educação também tem a sua expressão no ciberespaço:
São os que não respondem aos e-mails.
Acontece que, tendo eu bastantes zoólogos na família, aprendi, ultimamente, a distinguir algumas espécies destas.
Ora veja-se esta, que é inofensiva:
«Então, amigo António?! Não viu o e-mail que lhe enviei na semana passada?!»
«Sim, sim… porquê?»
«Porque não me respondeu…»
«Bem… para lhe ser franco, o problema é que não sei como é que se faz isso»
«Então não tem por aí um ícone que diz reply?!»
«Não… Ora deixe cá ver… O meu programa é em português… Só se for este… Mas não diz reply… diz responder…»
-oOo-
Mas, há uns dias, estive a rever uma história que se passou comigo e com o meu amigo Oliveira:
Tratava-se de um velho recorte de jornal em que se dava a entender que até já o John Lennon teria usado o e-mail nos tempos do Let It Be - o que porventura explica, de caminho, porque é que ele escreveu também o No Reply...

sexta-feira, maio 18, 2007

Efeméride


Amanhã, faz exactamente 1 ano que CR se estatelou ao comprido durante o evento Lisbon Downtown.

Torcer o pepino II

As crianças não têm a possibilidade de ter carta de condução. Esta verdade evidente parece esquecida no desenho da cidade que temos construído nos últimos anos. Como notou Enrique Peñalosa, num discurso no Banco Mundial, vivemos numa sociedade que sabe perfeitamente qual é o melhor ambiente para um gorila ou uma baleia, mas desaprendeu a construir cidades também para as crianças.

(c) 2007, Joel Crawford

Permitir a entrada de quase meio milhão de carros em Lisboa todos os dias tem as suas consequências. Não é preciso ser romântico, sociólogo, nostálgico ou pedagogo para saber que a autonomia e a possibilidade que uma criança tem de explorar o mundo são elementos fundamentais para o seu desenvolvimento físico e psíquico – sujar as mãos, dobrar a esquina da rua pela primeira vez, construir amizades a caminho da escola, apanhar chuva, perceber e medir os seus limites, subir uma árvore, experimentar o perigo, molhar os pés, conversar com estranhos, acompanhar um carreiro de formigas, ter receio e fazer, ter receio e não fazer.

(em atenção ao pcc)

quinta-feira, maio 17, 2007

A TOURADA DAS ÁRVORES

Tenho acompanhado as preocupações do Paulo Ferrero com o jardim do Campo Pequeno. Tenho então a informar que ontem encontrei um panfleto da CML na caixa do correio do escritório, chamado "Esclarecimento aos Munícipes, Abate de Árvores no Campo Pequeno", onde se pode ler o seguinte: " (...) Perante todos os lisboetas, a Camara Municipal de Lisboa assume o compromisso, de que serão plantados em sua substituição (dos 97 plátanos vítimas da requalificação do Campo Pequeno) 153 Plátanos, 3 Jacarandás, 5 Olaias e 6 Tílias, no âmbito da requalificação do Jardim Marquês de Marialva". E prossegue: "Pese embora as reacções sentidas e inflamadas contra o abate desta sárvores, reacções que compreendemos e prezamos, no âmbito afectivo e sentimental, é nosso dever esclarecer, que nenhuma destas árvores foi abatida discricionariamente (...)" . O que eu já não sei é se o Paulo vai ficar mais descansado.

Vai ser engraçado ouvir

AC explicar em campanha como tem sido possível que a APL faça o que lhe apeteça e convenha para desvirtuar indelevelmente a frente ribeirinha (Cais do Sodré, terminal de cruzeiros e Docapesca), a sua fruição e o respectivo sistema de vistas (tão propalado em sede de PDM), sem que nada se tivesse ouvido da sua parte no governo de que fez/faz parte como 2ª figura mais importante.

Constatação de facto III

A integração de MS como potencial vereador (ou mesmo vice, caso AC vença) é o primeiro tiro no pé, e o primeiro ponto para FN, que ainda mal abriu a boca, recorde-se.

Constatação de facto II

Tem piada, anunciar-se uma candidatura como "austera e de rigor" e depois organizar-se a sessão formal de candidatura no CCB. Mais, dado o precedente, é desafiar-se a providência divina.

Constatação de facto

Os amigos são para as ocasiões. Ou como a amizade é uma coisa bonita.

Não, isto aqui não vai cair...

A próxima CML vai ter que lidar com este boneco #7


Vale Santo António


Foto: Skyscrapercity Foruns

A próxima CML vai ter que lidar com este boneco #6



Projecto Renzo Piano / Braço de Prata


Foto: Skyscrapercity Foruns

quarta-feira, maio 16, 2007

Pois promete ...!

Dois dos nossos ilustres colunistas serão mandatários do candidato à CML António Costa!

Muitos dos restantes, mais do que provavelmente, estarão também eles, envolvidos directa ou indirectamente, na meia-campanha que se avizinha ...

Vai ser uma meia-campanha gira


Olá, Lisboa!
Bem-vinda à Festa!
O Santo António diz que és nossa namorada!
Que és coisa boa,
Ninguém contesta.
Estalam foguetes até de madrugada!

Em namoricos,
A noite e o dia
Vão passear e festejar de mão dada
Nos bailaricos
Onde cheira a alegria,
A manjerico e a sardinha assada.

(Refrão 1)
Não há no mundo uma beleza mais castiça,
Não há cidade tão antiga tão prá frente.
Do velho casario
Á nova beira-rio,
Lisboa, és boa, és ímpar, és diferente!

Mas digam lá...

Onde há no mundo uma mistura mais mestiça?
Venham provar a nossa bela caldeirada!
Com fado e funaná,
Ginginha, vodka e guaraná,
Lisboa é vida, é capital, não está parada!

Desde os romanos,
Da cerca moura,
Centenas de anos
De herança ancestral.

Séria e ladina,
Encantadora,
A sua sina
Era ser Capital.

Quanta memória,
Cidade antiga,
É tanta a história
É tão curta a cantiga.

São sete séculos e meio
E eis...
Que já cá cantam
Uns bons trinta quartéis!

(Refrão 2)
Venham daí comemorar o aniversário,
Porque esta noite vai dar festa até às tantas,
Com música a tocar
E vinho para animar,
Vai ser gritar até dar cabo das gargantas.

E, se esta data vai ficar no teu diário,
Que seja a maior festa da tua vida.
E é com orgulho que agora cantamos
A Marcha mais alegre da Avenida!

Olá, Lisboa!
Bem-vinda à Festa!
O Santo António diz que és nossa namorada!
Que és coisa boa,
Ninguém contesta.
Estalam foguetes até de madrugada!

Em namoricos,
A noite e o dia
Vão passear e festejar de mão dada
Nos bailaricos
Onde cheira a alegria,
A manjerico e a sardinha assada.

(Refrão 3)
Venham daí comemorar o aniversário,
Porque esta noite vai dar festa até às tantas,
Com música a tocar
E vinho para animar,
Vai ser gritar até dar cabo das gargantas.

E, se esta data vai ficar no teu diário,
Que seja a maior festa da tua vida.
Com fado e funaná
Ginginha, vodka e guaraná,
Esta é a marcha mais alegre da Avenida!

Com vinho para animar
E a música a tocar...

Com fado e funaná
Ginginha, vodka e guaraná,
Esta é a marcha mais alegre da Avenida!


- Eugénio Lopes/Miguel Viterbo, A Marcha Mais Alegre da Avenida

Isto promete!

Carmona Rodrigues prepara candidatura com presidentes de empresas municipais.

Manuel Monteiro apresenta candidatura tendo como bandeira a extinção de todas as empresas municipais.

Esperando por f., socorro-me de Hogarth:


Allô, f., vai um pouquinho da guerra intra-Glória aqui para o burgo? É que embora já tenhamos tentado discutir a proibição de fumar ainda no tempo da versão inicial do C&T, a verdade é que a coisa tornou-se muito mais actual.

Gravura: «Time Smoking a Picture», Hogarth, 1761
Fonte: Art of the Print

E, que tal Jel na campanha?


Se a campanha na Madeira teve o seu Bexiga, proponho a MM que, caso decida avançar para a CML, contrate o one man show do programa mais radical da televisão portuguesa ... não, não me refiro ao eminente Barra, mas a Jel.

Torcer a votação...

A propósito das próximas eleições para a CML já começámos, de novo, a ouvir a irritante conversa-da-treta segundo a qual elas se destinam a aprovar ou a reprovar Sócrates e o seu Governo e não a escolher quem melhor governe (ou salve?) a cidade - o que, para essa gente e pelos vistos, interessa pouco ou mesmo nada.
No entanto, se a ideia de tal rapaziada é mesmo essa - pegar no voto que eu daria com um fim e dizer, depois, que afinal o dei para outro! - só tenho é de estar grato se me avisarem a tempo, pois foi por ter sido prevenido atempadamente dessa desonestidade que, em 2005, votei em branco... e até à data não me arrependi.

Torcer o pepino I

Agora que vamos todos a votos, apetece-me falar dos que não têm voto na matéria. Querem lá saber do Carmona, do Pedro Santana Lopes, da Helena Roseta ou do José Sá Fernandes. Nem sequer pediram para andar por aí. Os que já não podem tocar às campainhas e fugir, nem trocar cromos no lancil do passeio. Aqueles que nos momentos de excitação vêem a cidade do banco de trás enquanto se deslocam de garagem-em-garagem – sabem melhor as marcas dos carros que o nome dos pássaros ou das arvores.

Quando digo que mais de 70% dos lisboetas não têm o privilégio de ter carro, depois do primeiro espanto, o pessoal diz-me com um sorriso matreiro – Eh pá, estás a contar com as crianças?! Outros, mais versados nestas “falácias” estatísticas, chegam a acusar que não é bem assim, porque a cidade tem muitos idosos!

Ok, confesso já aqui que me apanharam. Estou mesmo a contar com todos os Lisboetas.


"Falar de blogues" - Amanhã

17 de Maio, às 19 horas, na livraria Almedina, Atrium Saldanha, Lisboa
Há cronistas que têm blogues. Porquê? O que acrescenta o blogue à crónica na imprensa e ao comentário na televisão?

Abrupto, José Pacheco Pereira
Bicho Carpinteiro, José Medeiros Ferreira
Bomba Inteligente, Carla Quevedo
Glória Fácil, Fernanda Câncio
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Segundo informa o Medina Ribeiro, o Carmo e a Trindade vai ser referido no programa do Pedro Rolo Duarte.
Será no próximo dia 27, domingo, a partir das 11h07m, na Antena 1.

(Isabel G.)