Há pouco, na pior estação do mundo, da pior linha de metro do mundo do duplo-decímetro do nosso descontentamento (agora diz-se na linha da frente do desenvolvimento sustentável), um rapaz desmaiou dentro de uma carruagem e fez parar o comboio. Depois de sufocado por mil e um mirones, um passageiro arvorando ao médico, o maquinista e um chefe-de-estação com bracelete de borracha laranja, falando para um telemóvel, e depois de 15' certos de espera, eis que surge o socorrista do INEM.
Afastados os mirones, evacuado o comboio, apenas ficam lá dentro os do Metro, o socorrista e o infeliz rapaz, ainda desmaiado. Fecham as portas do comboio, abrem a porta imediatamente defronte ao passageiro. Nada. Passados 2-3' pegam no rapaz como se fosse uma saca, pelos ombros e pelas pernas e saem para o cais. Colocam-no num banco. Continua desmaiado. E os passageiros voltam para o comboio, que rapidamente zarpou dali para fora. Ao meu lado, um passageiro alemão, anafado e suado, que assitira a tudo desde o princípio, abanava a cabeça em direcção ao filho, dizendo: "catastrófico". Mais à frente, uma rapariga diz para outra: "está vivo, respira".
2 comentários:
por isso eu que eu acho que em vez de computadores o estado devia dar lições de socorrismo.
Em frança para se ser professor tem que se ter formação de 1ºs socorros.
Em portugal nem os enfermeiros são obrigados.
Sim! lições de socorrismo a sério deveriam ser dadas a todos os alunos do ensino básico, que por acaso até tem 11 e em breve 12 anos.
Zé da Burra o Alentejano
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