Na CML, agora, são muitas as vozes e alguns os silêncios. Muitos falam. Muitos se calam. E há hiatos, períodos de silêncio, como quem estivesse a ver no que a coisa dá. Nalguns casos, de forma estranha. Nalguns casos, falam os que deviam estar calados e estão calados os que, em circunstâncias normais, falariam. E não têm falado. E isso é surpreendente.
Claro que eu defendo que cada um deve falar ou calar-se conforme o entenda. Mas que ninguém nos impeça - e não me censure a mim - pelo facto de concluirmos.
Cada qual emite no momento em que entende as opiniões que entende. E eu também. Cada qual faz os silêncios que entende fazer sobre as questões que estão em cima da mesa.
Agora do que ninguém me (nos) pode impedir é de tirar(mos) as conclusões que entenda(mos) quer das opiniões emitidas quer dos silêncios registados.
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A frente ribeirinha e a Baixa: dois casos
mal geridos do ponto de vista da comunicação
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Vem isto a propósito, basicamente, de dois «casos» de opinião emitida: José Miguel Júdice sobre a frente ribeirinha e Maria José Nogueira Pinto sobre a Baixa-Chiado e aquela sua ideia peregrina e serôdia da «Chinatown».
José Luis Judas falou, falou sobre o tema acima enunciado depois de ter sido indigitado para uma nomeação governamental. Mas do Governo não se ouve uma única palavra sobre a matéria.
Lamentável, meu caro Watson...
Nogueira Pinto fartou-se de falar sobre a Baixa. Da Câmara, pelo contrário - que era de onde se esperavam ideias -, nada.
Condenável, meu caro Watson...
E, no meio disto tudo, os jornais noticiaram primeiro e a CML confirmou depois que a governadora civil de Setúbal vem para o Urbanismo da CML (não sei em que papel). Mas o 'Público' acrescentou em meia linha que a governadora civil de Lisboa vem também para assessorar a CML. Ambas largam os cargos para que estavam nomeadas.
Volto ao Urbanismo. E ao silêncio de Manuel Salgado, o vereador do pelouro e que é o nº 2 da lista do PS. Silêncio.
Estranho, meu caro Watson...
Mais. O Bloco / Sá Fernandes diz que Nogueira Pinto não deve depois daquilo ficar à frente do projecto da Baixa. Há um acordo PS-BE. Mas ninguém lhe responde: nem sim, nem não...
Inédito, meu caro...
5 comentários:
Por falar em dizer coisas quando devem ser ditas....o PCP emigrou pro Tibete ou a que se deve este silêncio absoluto sobre as questões da CML?
Caro Mendes, desculpe José Luis Judas ...li bem....
A verdade dói, não dói?
a última afirmação ("a verdade dói") é relativa ao silêncio do PCP, não é? Ou será antes sobre a dor de cotovelo em relação ao BE, que os faz esquecer que foram eleitos para trabalhar para a cidade?
(a. dias)
:)
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