Em suma, espectáculo, asneira e fatalismo, eis o Portugal de hoje. Com raras excepções.
O actual Presidente da República, nas suas intervenções pretéritas como nas actuais, tem tido uma constância de pensamento e actuação muito rara entre nós: puxa o País para cima. Recentemente veio defender a manutenção do investimento público e do investimento privado rentáveis e sublinhou fortemente que as crises trazem oportunidades. Tal como, enquanto Primeiro-Ministro, nunca deixou de insistir que Portugal devia integrar o pelotão da frente no âmbito da União Europeia.
Goste-se ou não da figura do actual Presidente da República – e confesso já que sou parcial – é reconfortante ter na primeira figura do Estado um Homem com princípios, com valores, que não se demite de intervir, não perde um segundo com a pequena política e é absolutamente imune aos deslumbramentos do poder. Coisa rara nos dias que correm.
As intervenções sobre Educação, Forças Armadas e o Estatuto dos Açores provam que existe um Responsável pelo regular funcionamento das Instituições, que conhece e estuda os problemas do País, mas também alguém que para lá do espectáculo mediático puxa pelo País, sublinha os seus exemplos de excelência, aponta-os, não se resigna, tudo sem nunca pôr em causa a necessidade de Instituições fortes, o que só é mesmo permitido aos que são fortes. O nosso problema sistémico vem muito da pequenez que não suporta junto de si a excelência e, claro, a coisa repercute-se aos mais variados níveis. A falta de preparação, quando não a ignorância atrevida de muitas equipas decisórias, nos mais diversos níveis, chega a enjoar. Quando não se fala a mesma língua, por ignorância, ninguém se entende.
Ao menos temos um Presidente com substância e imune à espuma dos dias.
Paula Teixeira da Cruz
1 comentário:
Um presidente com substância? Eleito em democracia, nunca tivémos um que fosse tão fraquinho
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