COMO SE SABE, a ideia de fazer um casino em Lisboa destinava-se a obter os meios para a recuperação do Parque Mayer. Entretanto, a casa de jogos já está a facturar há muito tempo, e o Parque está como se sabe...
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Assim, e por associação de ideias, oferece-se este par de livros ao leitor que, até às 20h do próximo dia 27 (quinta-feira), escrever o melhor comentário em que entrem (por qualquer ordem e sem limite de frequência, mas todas) as palavras Santo, Santana Lopes, Mistério, Lisboa, Enigma, Casino e... Dado.
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NOTA: para poderem ter direito ao prémio, os concorrentes deverão identificar-se (com nome ou nickname).
Se o número de participantes for igual ou superior a 10, haverá ainda um 2.º prémio (um dos 2 livros indicados).
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Actualização: 1.º prémio vai para FranCarol e Mateso (ex-aequo), com uma nota especial de apreço pela originalidade dos versos adaptados por FranCarol. Vão receber o par de livros.
Ana vai receber «O Enigma do Casino».
Têm agora 48h para contactar sorumbatico@iol.pt, indicando morada para envio dos prémios. Obrigado a todos(as)!
16 comentários:
Bolas, que esta é difícil.
"Que Santo António nos livre desta malta toda" não serve?
Caro anónimo,
1-O texto tem de contemplar todas as palavras a negrito.
Não é preciso ser numa única frase.
2-Para efeitos de prémio, tem de haver uma identificação qualquer, mesmo que seja um pseudónimo.
Talvez alguém saiba esclarecer este enigma:
Porque é que o Casino de Lisboa foi quase dado?
Enfim... um mistério que talvez Santana Lopes, com aquele seu ar de santo, possa explicar...
Eduardo
Vá lá então uma nova tentativa:
Que Santo António de Lisboa nos livre desta malta toda, incluindo o Santana Lopes. Acho mesmo um mistério barra enigma que ele, em vez desse milagre, nos tivesse dado um casino!
Melhor, não sou capaz, porra.
Caro anónimo,
Só falta o mais fácil: assinar!
Isso é que só se for de cruz.
De qualquer maneira, os meus cumprimentos, sr. MR.
Tudo bem. Se o prémio for para si, será enviado à atenção do "Senhor Cruz".
O Casino de Lisboa
é um mistério sem fim!
Santana Lopes parece santo
perante um enigma assim!
O Parque Mayer ia ajudar,
mas o dinheiro até hoje facturado, nem dado, nem emprestado!
Parece-me que na lista faz falta a palavra Zé.
Não sei se já viram uns dados muito giros que apareceram no mercado. Como qualquer dado, têm seis faces, mas numa está escrito "Santo", na segunda "Santana Lopes", na terceira "Mistério", na quarta "Lisboa", na quinta "Enigma", na sexta "Casino" e no sábado... no sábado estou de folga.
Cormetz,
Escreveu "dados" em vez de "dado"; não serei eu o júri, mas acho que se pode aceitar.
A uma empresa foi dado o santo casino. Tornou-se um mistério o que aconteceu ao dinheiro do jogo. Não se vislumbra um fim para o Parque Mayer, nem se consegue livrar Lisboa do enigma que é Santana Lopes.
Se for válida uma adaptação, aqui fica:
(adaptação de Lágrima de preta de A. Gedeão)
Lágrima de Santo
Encontrei SANTANA LOPES
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi esse ENIGMA
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
Que a mim me foi DADO.
Olhei-o de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de MISTÉRIO
Pouco transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei em LISBOA,
de todas as vezes
Não me deu coisa boa:
Nem sinais de CASINO,
nem vestígios de SANTO.
Água (quase tudo)
Tal era o seu pranto.
O esquisso
O cheiro da sardinha assada esparrama-se no ar quente de braço dado com cheiro do manjerico, e o som das marchas, que saracoteiam a Avenida. A cor veste Lisboa. Os sons alegres de vida ressuscitada, por uma noite, dão brilho aos passeios e à calçada. Para quem desce, mesmo quase ao chegar aos Restauradores, um pouco abaixo do palanque dos VIP, sim porque nestas coisas o pessoal das capas das revistas cor-de- rosa, mais os políticos e, seguidores têm assento no palco, no confluir dos olhares suados que rodopiam, mais dos penetras que se acotovelam na esperança de poder ver o figurão ou as figurinhas, a revista compassa colorida e viva olhando desdenhosa os intelectuais que enjoados a descuidam. Assim, naquela noite de Santo António, dia doze para treze, porque o verdadeiro dia só se enceta lá pela alba, quando os vapores da noite se diluem no rosado claro do dia, Alfama desce gloriosa a Avenida. Vem faceira e colorida, a menina. No azemel de cores, o padrinho sobressai. A sua casaca prateada laço vermelho e as calças de fantasia dão-lhe o toque perfeito de grande mestre de cerimónia. Espelha-se no rosto o riso bonacheirão, nos olhos cor de mel lampeja o brilhozinho da conquista. A figura destaca-se quer no porte quer pelos caracóis abrilhantados que lhe servem de moldura. Alguém o baptizou de Sant’ana. Perdão é macho e muito. A constatar pelas Anettes Santas que atrás de si giram, que giram. Ai do pobre macho cujo nome é feminino. Leva a vida inteira a experimentar mulher e a fazer filhos. Créditos há que mostrar. Assim a nossa Sant’ana de apelido Lopes desce a Avenida de baguette na mão. Está habituado ao jeito desde que sonhou abrir um casino lá para as bandas do Parque Mayer, e acrescentam, ainda, que até convidou um tal de Frank Gehry, um “truta” qualquer, que apresentou uns papéis, uns tais esquissos e pediu uns chorudos milhares. Ora, dizem ainda que o nosso mestre-de-cerimónias entabulou conversa lavrando acordo com o dito cujo, porém, o que daí se cunhou é mistério. Ficou no silêncio dos deuses. Depois deu-se uma reviravolta lá pelas bandas do poder e zás, o pobre o mestre ficou desempregado. Desempregado é como quem diz, nestas coisas “ao político e ao borracho põe sempre Deus a mão por cima e por baixo.”O ditado não é bem assim, mas agora com a turbulência dos tempos adaptou-se, mas contava eu, que o pobre Sant’ana se viu sem outra alternativa senão esquecer. O enigma do acordo ainda está por saber, porém as más-línguas nacionais não lhe perdoam, dizem que foi as manias das grandezas que o perdeu! Pedir a um estrangeiro tamanho alarde quando na praça nacional há tantos e bons artistas., não há pachorra! Assim e dado tamanho escabeche, ficou a obra adiada para as calendas gregas, o pobre do Mayer, diga-se Parque, continua de palco aberto à espera, que o mestre-de-cerimónias, que agora desce a Avenida suba ao proscénio e dê inicio à sessão.
correcções:
Não sei se ainda vão a tempo....
linha 26ª A nossa Sant'ana.." deverá ler-se "o nosso"; linha 42ª " as manias das" deverá ler-se "a mania das".
Obrigada
Mateso,
OK.
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