O primeiro-ministro apareceu, guiando um carro eléctrico e lançando a rede de abastecimento de carros eléctricos em Portugal. Todos supúnhamos que para funcionar agora, ainda que pela "módica" quantia de cerca de 30 000 euros cada carro. Não, os carros só serão comercializados dentro de dois anos. Ilusão? Não, mau entendimento nosso.
O ministro das Finanças afirmou que há sinais positivos que indicam que a crise se aproxima do fim. Em suma, decreta-se o fim da crise. Alguém assistiu à criação de projectos estruturantes que criassem riqueza? Passamos a produzir mais, há mais investimento? Não? Então como é que a "crise" pode estar no fim? Nós é que não entendemos nada disso.
O Portal que publicita a transparência da contratação pública foi adjudicado sem concurso público pelo Instituto da Construção e Imobiliário. Singular e elucidativo, tanto quanto a resposta: o que agora se paga é exclusivamente o valor contratual (e podia ser outro?) e que foi devido à urgência que não houve concurso. Então é essa a questão? Não era previsível? Puro engano nosso. Não percebemos nada da coisa.
Há uma fundação dotada de verbas avultadas que ninguém conhece ou consegue contactar, que aparentemente parece que paga os ‘Magalhães’. Como é possível? Cegueira nossa. Mais uma questão de que nada sabemos ou percebemos.
Há instituições públicas onde 90% dos trabalhadores aufere prémios, mesmo os não avaliados ou com nota insuficiente. Não faz sentido? Claro que faz, nós é que continuamos sem perceber nada disto.
A Administração Pública recorre ao trabalho temporário apesar de ter custos mais elevados. Faz sentido? Eles lá têm razões que não são para as nossas pobres mentes e portanto não as podemos alcançar.
Vozes do Partido Socialista acusam o Presidente de "activismo declaratório". Então o Governo pretende que o Presidente nada diga sobre o que se passa no País? Que conveniente. Mas não é suposto o Presidente intervir, ser o garante do regular funcionamento das instituições (para além de ser a referência ética e moral que é)? Não, definitivamente, nós é que não entendemos mesmo nada disto.
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