sexta-feira, julho 03, 2009

Pilaretes no Reino do Absurdo



Campo Pequeno - Lado Sul
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O QUE TORNA profundamente caricatos os pilaretes que se vêem nas duas primeiras fotos é o facto de, pela posição em que foram colocados, servirem para muito pouco. Ao menos, no local onde não há nenhum... sempre os veículos ficam arrumadinhos em cima do passeio - mesmo que seja numa paragem de autocarros!

NOTA: do outro lado da rua, junto ao Chimarrão, os pilaretes já foram colocados como deve ser - o mais próximo possível da faixa de rodagem, como se pode ver [aqui].
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Obs.: o lixo que se vê na foto do meio NÃO foi deixado pela camioneta que se vê em cima.

7 comentários:

Anónimo disse...

Então e a Fontes Pereira de melo, onde havia recortes para estacionamento e foram colocar pilaretes sem desfazer esses recortes, tornando o passeio para os peões numa manta de retalhos?

Que coisa mais ridícula e incompetente!

Pedro Boavida disse...

Falando na Fontes Pereira de Melo, quem vai ao edifício das conservatórias e é deficiente, onde é que estaciona?

Tenho um carro que tem mais de 2,15m de altura e não entra nos parques subterrâneos, quer do Saldanha (em frente ao Picoas) quer no do Marquês de Pombal

Anónimo disse...

CMR,

Já uma vez o fiz, mas volto a agradecer-lhe o valiosíssimo serviço público que presta - obrigado.
Você parece tão dinâmico e interessado, porque não entra numa lista - da Roseta, por exemplo!?

Só tenho uma discordância de princípio consigo - os famigerados pilaretes!
Concordo que resolveriam o problema do estacionamento (pelo menos se bem colocados!); mas eu não quero viver numa cidade onde seja o mobiliário urbano a ensinar-me regras básicas de comportamento e a fazer-me carreirinhos por onde posso e devo andar (à parte da questão estética) - não haverá melhores formas de resolver?
Em vez de encher a cidade de postes, não seria preferível apostar na melhoria da fiscalização?
Se a emel/polícia actua como refere (também sou testemunha disso, e nas mesmas zonas) temos um problema grave - pois, se à parte do dever profissional, têm todo o interesse em multar, uma vez que a "corporação" ainda lucra com isso, se não o fazem é por pura incompetência ou pequena corrupção (uns pastelinhos, por exemplo)!
Metendo os postes, á parte de estragar a cidade (no meu ponto de vista), manterá a mediocridade desta situa/fiscalização!
Combata-se a verdadeira causa em primeiro lugar (que demorará uma geração) e, entretanto, atente-se na fiscalização, e não na destruição da cidade.
Pois os nórdicos não são naturalmente melhores ou mais civilizados que nós - sabem é que "levam" se não o fizerem (também são um pouco mais educados e intruídos, também é verdade)!

Mas, apesar da pequena discordância, teria daqui um voto.


pedro

Carlos Medina Ribeiro disse...

Caro Pedro,

Neste momento, estou numa biblioteca (em V.V.Ródão), e não tenho tempo para uma resposta pormenorizada.

No entanto, como o assunto que aborda é muito interessante, voltarei a ele em "post" próprio, logo que possa.

De qualquer forma, deixo algumas "dicas":

1 - Apostar na educação e na repressão é fundamental. Mas não chega. Como se diz em matemática: é NECESSÁRIO mas não é SUFICIENTE...

2 - Todos os problemas que enfrentamos (nomeadamente este do estacionamento selvagem) já foram resolvidos em muitos países. Há soluções muito variadas, pelo que não precisamos de inventar nada.

3 - Há locais em que, mesmo com um policiamento 99% eficaz, os 1% restantes não são aceitáveis.

Nesses casos, só mesmo o impedimento físico resolve o problema a 100%:

Não precisam de ser pilaretes. Podem ser árvores, arbustos, canteiros de flores, correntes, passeios ligeiramente sobre-elevados, etc.

Anónimo disse...

Caro Carlos Medina Ribeiro,

Vou-lhe contar uma história que se podia ter passado na Suécia, mas passou-se bem no centro de Lisboa!
Em frente ao sítio em que uma pessoa trabalhava havia um passeio enorme, que servia de estacionamento grátis e ilegal.
Devido a queixa e, eventualmente, alguma pressão, a polícia começou a aparecer - bloqueando/rebocando todos os carros - eram às dezenas - e a pipa de massa que fizeram em multas!?
E a polícia, qual brigada de desinfestação, aparecia sistematicamente de 2 em 2 dias - e, cada vez que aparecia, menos carros bloqueava/rebocava.
Este processo durou 2-3 semanas - até que nenhum carro se atrevia a estacionar ali - os não autóctones, que por ali passavam, pensavam no belo lugar para estacionar mas, como ninguém o fazia, devia haver ali gato - pelo sim pelo não iam mas é para a esquina do frutalmeidas, que diz ser muito bom e barato!
E, pasme-se meu caro CMR, isto passou-se há 4 anos, e nunca mais se viu por lá um carro estacionado - e sem pilaretes!!!
E a Polícia já só passa por lá para se regozijar com o facto.
Agora a pergunta do milhão: os automobilistas ficaram de repente mais civilizados?

Tenho para mim que com um esforço inicial de fiscalização e verdadeiro interesse em punir, em pouco tempo eliminaria a maioria do estacionamento selvagem.
Da sobrante minoria, que continuaria a prevaricar até verificar que a probabilidade tarda, mas algum dia também lhes acerta, e com força (pois se for suave, a malta aguenta-se!) - também iria com o tempo desistindo.
Os verdadeiros selvagens que, quero acreditar, serão uma minoria na minoria, continuarão a prevaricar - mas, nesta situação, a polícia actuará com muito mais facilidade, pois já não tem de ir à reitoria rebocar 200 viaturas - já basta chamar o manel e o seu reboque para levar o fiat uno!
E o chico zé, que vinha da brandoa no ibiza tendo, depois de multado, descoberto as virtudes do transporte público, quando se deparar com o espada de um artista a impedir-lhe a passagem no passeio, vai recriminá-lo ou, até, chamar o agente.
Utópico?
Há 2 anos dizia-se que ninguém ia respeitar a Lei do tabaco nos restaurantes, blá blá blá - hoje em dia é impensável acender um cigarro num restaurante não fumador!
Qual Latinos de sangue quente qual quê - somos um povo que gosta de ser bem mandado - pelo menos que obedeçamos por boas e nobres causas!

Desculpe o longo comentário.

cumprimentos

pedro

Carlos Medina Ribeiro disse...

1-Em problemas complexos como este, a solução não pode ser de um tipo só. Pode bastar a advertência, mas também pode ser necessário multar, bloquear ou rebocar. Depende do "estorvo" e dos meios disponíveis.

2-Mesmo que haja 100% de probabilidade de punição, o carro, depois de multado ou bloqueado, continua lá. Ora há locais onde, pura e simplesmente, os carros não podem estar NUNCA - com ou sem multa.

Isso só se consegue com um impedimento físico.


3 - Em Lisboa entram, por dia, 400 a 500 mil carros. Descontem-se os que saem, somem-se os que ficam, e chegaremos a mais de meio milhão.

Considere-se (a olho...) que apenas 5% estão mal estacionados, dos quais metade está mesmo a estorvar.
Façam-se as contas e responda-se:
Depois de se ter deixado chegar a impunidade a este estado, alguém pensa que, só com repressão, se resolve o problema?

Claro que, num local ou outro, a polícia podia ser de tal modo activa que, NESSA ZONA, acabaria por ser dissuasora.

Mas estamos a falar cidades inteiras e a 100% do tempo.

4 - No que toca ao impedimento físico (aplicável em casos extremos), veja-se a situação simétrica:

Nas auto-estradas, os peões não podem aceder às faixas de rodagem (nem mesmo às bermas).

E, para que não possam MESMO, foi necessário criar barreiras físicas, a que ninguém se opõe.

Imagine-se agora que essas barreiras não existiam, e que o problema ficava entregue à dissuasão policial... enquanto esperávamos que o civismo se fosse apurando!

Anónimo disse...

CMR,

Não concordo totalmente com a argumentação, pois por cada exemplo que dá da necessidade da "barreira física" eu posso dar-lhe outro contrário - aliás, por essa lógica, para evitar acidentes nos semáforos devia cair uma barreira cada vez que ficasse vermelho.
Agora a sério - temos perspectivas semelhantes (muito semelhantes) mas com soluções diferentes.
A sua, é obviamente mais rápida e eficaz! O que eu argumento é que trará outros males - menores, é verdade; mas eu gostava que não ficasse nenhum.
A sua matemática é imbatível.
Mas agora faça esse mesmo exercício multiplicando as viaturas que ficaram fora da legalidade por 60 € de multa!
Era capaz de resolver o problema do défice! Quando deixasse de resolver o défice, estava resolvido o problema do estacionamento.
Há coisas que não percebo.

cumprimentos

pedro