O QUE TORNA esta imagem particularmente curiosa não é o estacionamento em cima do passeio - tendo em conta que é em Lagos, cidade onde os direitos dos peões não chegam a ser espezinhados... porque nem sequer existem.
O curioso é tratar-se de um carro de um cidadão alemão, a quem não passaria pela cabeça fazer isso na sua terra - e eu que o diga, pois andei por lá muitos meses.
Acresce, como se verá em post que afixarei em breve [ver aqui], que ele está estacionado a 10 metros de um parque de estacionamento gratuito, e a 20 metros de outro, também gratuito, quase às moscas... Por sinal, a placa que se vê por detrás dele indica a existência de um 3º parque, também ali perto, e igualmente gratuito - como são quase todos os dessa cidade.
Acresce, como se verá em post que afixarei em breve [ver aqui], que ele está estacionado a 10 metros de um parque de estacionamento gratuito, e a 20 metros de outro, também gratuito, quase às moscas... Por sinal, a placa que se vê por detrás dele indica a existência de um 3º parque, também ali perto, e igualmente gratuito - como são quase todos os dessa cidade.
10 comentários:
A tentação vai ser, claro, dizer que o condutor não é alemão; que é um português emigrado. Ou coisa que o valha, e aí partir para a falta de civismo dos portugueses; etc..
Nada disso: na Alemanha o condutor não faria aquilo por uma de duas razões:
a) Haveria pilaretes para o impedir;
b) Ele teria medo da multa.
Não há nenhum gene do civismo ausente do código genético português: o que está, infelizmente, demasiado ausente é a repressão, e a punição.
Exacto.
Uma coisa é a punição (que pode existir ou não), e outra é a dissuasão. Esta só existe se a probabilidade da punição for muito elevada.
De contrário, o indivíduo punido conclui (e com lógica...) que "teve azar" - e continua a fazer o mesmo, porque o facto de a probabilidade ser baixa predomina sobre o facto de a multa ser alta.
A dissuasão pode funcionar com a frequência da punição, ou com a sua grandeza.
Se as multas por mau estacionamento incluíssem uns dias de retenção obrigatória dos automóveis, haveria, penso, menos abusos.
Em estatística, ao produto da probabilidade pelo ganho chama-se esperança matemática, e há equivalência.
Neste caso, o ganho seria negativo.
Ou seja: em princípio, seria tão eficaz uma multa de 10 euros com 100% de probabilidade, como outra de 20 euros com 50%.
No entanto, está comprovado que, em termos de infracções passíveis de multa, a psicologia do infractor não funciona dessa forma, e é a noção da probabilidade que prevalece.
Aí está algo que não sabia. Obrigado.
Michael Crichton, em «Sol Nascente», refere a baixa criminalidade existente no Japão (pelo menos nessa época), e a explicação que dava era:
As penas, por vezes, nem sequer são muito elevadas, mas a probabilidade de se ser apanhado é de quase 100%.
Imagine-se o que será quando a probabilidade de se ser apanhado é alta, e as multas pesadas, como em algumas cidades da Alemanha ou da Suíça...
Sim... E no Japão há (ou, pelo menos havia) pena de morte (enforcamento).
Eu diria que as probabilidades de ser apanhado neste caso específico numa cidade sueca...andarão muito próximas dos 100%.
Pois mesmo que não haja polícia na redondeza....alguém a vai chamar.
Infelizmente, o carro do alemão não se destravou e passou o porquinh.. do Carlos Medina a ferro.
Óoooooooooooohhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh, mas que pena!!!!
Talvez para a próxima ele tenha o que merece.
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