sábado, agosto 04, 2007

Notas sobre a frente camarária de Lisboa

Começou o novo mandato. Até 5 de Outubro de 2009: 26 meses. António Costa tem um gigante para domar. Fez um acordo minoritário com o Bloco de Esquerda - cujo texto não o indica mas que Sá Fernandes diz que lhe mantém total liberdade de voto em tudo. Esta maioria minoritária tem pela frente um desafio enorme: conseguir acordos pontuais com alguma das restantes listas, de modo a fazer «passar» as suas linhas de acção. O maior dos próximos desafios neste particular é o Orçamento e Plano de Actividades para 2008.
Nas primeiras horas de mandato houve já vários indícios:

1.
As competências da CML a delegar em António Costa e que este delegará parcialmente nos vereadores com pelouros foram negociadas à mesa da sessão com sucesso assinalável. E isso é um bom começo: cedências de parte a parte, muitos contributos, muitas alterações, muitos entrosamentos. Boa marca, para começar.

2.
Logo a seguir à tomada de posse, Sá Fernandes disse que ia reunir com o presidente e com os directores municipais. Primeiro erro: o presidente, esse sim, reuniu com ele e com os directores municipais.

3.
Após a sessão, com «toda» a imprensa presente, as conferências de imprensa foram calmas, rápidas, sem o estilo «passerelle» a que Santana «habituara» os jornalistas - estilo ue, de algum modo, mesmo que adormecido, se prolongou até há três meses. Isso foi bom: acabou o «show», provavelmente. Aliás, o porta-voz do PS, Marcos Perestrello, imprimiu um estilo muito soft. E isso foi um bom sinal.

4.
Sá Fernandes não esteve:foi substituído pelo número 2, Pedro Soares, também ele mais soft - pelo que não se pode ainda aquilatar sobre qual será o modelo que SF vai adoptar desta vez. Isso ficará para o dia 22, próxima reunião, ou para 5 de Setembro, primeira sessão pública.

5.
Roseta, Carmona e Negrão ainda mantiveram um compreensível low profile. Mas outros modelos surgirão em breve. Isso é notoriamente previsível.
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6.
Foram finalmente estabelecidas regras para a formação dos gabinetes dos vereadores. Em sessão de câmara. E isso é bom. As coisas claras funcionam muito melhor. O resultado é muito próximo daquilo que eu próprio penso que devia ter acontecido. E isso dá-me uma grande satifação.

Futuro
Vamos continuar a acompanhar naturalmente o que se vai passar e o trabalho de todos: presidente da CML, seis vereadores a tempo inteiro (5 do PS e 1 do BE), mais as oposições: 3 vereadores da lista de Carmona, 3 da lista do PSD, 2 da lista de Helena Roseta (ela mesma e Manuel Joãp Ramos, da nossa bem conhecida ACA-M) e 2 da lista da CDU (Ruben de Carvalho e Rita Magrinho).
É natural que surjam conflitos e lutas políticas. A CML é a mesma. Os agentes e protagonistas é que mudaram ou mudaram de pódio.

40 milhões
Uma nota à margem: na véspera da tomada de posse, a CML recebe do Governo mais 40 milhões de euros do que esperava. Boa notícia.

2 comentários:

Anónimo disse...

Uma pergunta inocente: por que raio só agora vêm os 40 milhões? António Costa era bolo com a cereja?
Claro que é bom, mas o anterior executivo não soube exercer junto do governo aquilo que lhe era devido?
Não faço mais perguntas, pareço o menino Tonecas.
T

Anónimo disse...

Como já era de esperar as farpas do costume, do PCP de serviço, contra Sá Fernandes e o Bloco....

Veremos com a continuação como vão votar Rita Magrinho e Ruben de Carvalho, se com o PSD e Carmona, ou ao lado do PS e do Bloco.

Isso dira muito ...

Até agora tirando a polémica dos 25% e da reação histérica dos construtores civis nada a assinalar.

A não ser a Sonae e as duas torres que há viva força quer construir, já não bastava o mastodonte que é o Colombo, será que vamos agora ter ali duas torres de muitas dezenas de andares.....