Primeiro foi Júdice (Manuela, claro), depois Clara, a seguir Viegas, depois (agora), Inês. Pode parecer indelicado, agora que a nova directora tomou posse, colocar aqui algo desagradável sobre o que tem acontecido. Mas se não for agora que Inês Pedrosa vai começar, quando será? Se o fizer daqui por três meses, até pode parecer uma análise prematura à sua direcção.
Portanto, vai ser agora. E de modo sucinto.
Portanto, vai ser agora. E de modo sucinto.
Não é famosa a análise que os conhecedores de Pessoa fazem - e não terão pulso completamente livre...
De um modo geral considera-se que Manuela Júdice, a primeira a dirigir a casa, e por muito tempo, teve a tarefa de instalar, promover e dinamizar as primeiras acções. Tratando-se de um período de ouro da gestão da CML, que duraria até se iniciar o inacreditável mandato de Santana Lopes, MJ teve toda a gente do seu lado e ao seu lado. Pelo que sei, promoveu o que se esperava dela: estudos pessoanos.
Depois, começou aquela coisa. E aceitou ir para a Casa naquele quadro político perfeitamente previsível (sabia-se da aventura da Figueira da Foz...) - aceitou ir para lá, dizia, Clara Ferreira Alves. Na altura, fiquei estupefacto. Em quatro anos não conheço nada de relevante que CFA tenha produzido. A sério. Esteve ao nível de quem a convidou. Saiu cansada, não se sabe de quê, e com necessidade de tempo para a escrita, a vociferar contra a burocracia da Casa. Incrível: ela é que dirigia essa burocracia. Preferiu o alibi que «denunciou»no final à oportunidade magnífica que desperdiçou de, em quatro longos anos, ter simplesmente mudado isso...
Nos dois anos seguintes, os últimos, esteve lá Francisco José Viegas. Umas parangonas iniciais, uma mão cheia de intenções naturais. Mas o resultado é este: a Casa desapareceu do mapa, definitivamente.
Onde a dinâmica? Onde as edições pessoanas? Mais e mais fundo: onde a promoção junto de crianças e jovens? Onde o bairro pessoano, a Cidade pessoana? Onde?
De um modo geral considera-se que Manuela Júdice, a primeira a dirigir a casa, e por muito tempo, teve a tarefa de instalar, promover e dinamizar as primeiras acções. Tratando-se de um período de ouro da gestão da CML, que duraria até se iniciar o inacreditável mandato de Santana Lopes, MJ teve toda a gente do seu lado e ao seu lado. Pelo que sei, promoveu o que se esperava dela: estudos pessoanos.
Depois, começou aquela coisa. E aceitou ir para a Casa naquele quadro político perfeitamente previsível (sabia-se da aventura da Figueira da Foz...) - aceitou ir para lá, dizia, Clara Ferreira Alves. Na altura, fiquei estupefacto. Em quatro anos não conheço nada de relevante que CFA tenha produzido. A sério. Esteve ao nível de quem a convidou. Saiu cansada, não se sabe de quê, e com necessidade de tempo para a escrita, a vociferar contra a burocracia da Casa. Incrível: ela é que dirigia essa burocracia. Preferiu o alibi que «denunciou»no final à oportunidade magnífica que desperdiçou de, em quatro longos anos, ter simplesmente mudado isso...
Nos dois anos seguintes, os últimos, esteve lá Francisco José Viegas. Umas parangonas iniciais, uma mão cheia de intenções naturais. Mas o resultado é este: a Casa desapareceu do mapa, definitivamente.
Onde a dinâmica? Onde as edições pessoanas? Mais e mais fundo: onde a promoção junto de crianças e jovens? Onde o bairro pessoano, a Cidade pessoana? Onde?
No entanto, Viegas não deixou de «atirar a primeira pedra» a Clara. Foi no Correio da Manhã: «A Casa Fernando Pessoa estava cheia de pó (...) Era uma casa sem actividades programadas. Havia vários processos em curso, para iniciativas mais ou menos institucionais, colaborações, mas não havia nada programado».
Agora, é o tempo, o desafio e a oportunidade de Inês. Desejo-lhe melhor futuro. A ela e à Casa.
5 comentários:
Caro José Carlos
Na minha opinião estás a ser injusto com o Francisco José Viegas. E digo-o não por ser meu amigo mas sim porque de facto dinamizou a Casa FP a todos os níveis com os poucos meios de que dispunha.
Como exemplo, os ateliers de crianças tiveram sempre uma enorme adesão. A CFP esteve aberta ao debate, a novos livros, a encontros com escritores, temas variados, etc.
Deixo-te dois exemplos de actividades recentes: o debate sobre o acordo ortográfico
http://origemdasespecies.blogs.sapo.pt/771412.html
e a série "Os livros que não esqueci " com Medeiros Ferreira
http://bichos-carpinteiros.blogspot.com/2008/02/na-casa-fernando-pessoa-ii.html
Naturalmente, desejo as maioress felicidades à Inês PEdrosa à frente da Casa Pessoa.
O BLOG DA CASA FP: http://mundopessoa.blogs.sapo.pt/
ISABEL
carmo e Trindade
Admito. Mas isso talvez resulte de ele ter colocado a fasquia naquela altura, quando tomou posse. E porque o site manifestou sempre uma irrazoável arrogância. Parece-me.
... E depois a prática acho que não correspondeu.
Concordo pleanamente com a Isabel.
Francisco José Viegas foi e é a pessoa mais indicada para dinamizar a Casa de Pessoa.
E a prová-lo, estão todas as acções que levou a cabo dentro e fora da Casa; conseguindo levar a "Mensagem" mais além.
Fez encontro de culturas e de visões distintas, e encheu de vida um edifício (que estava adormecido até à sua entrada).
Pensou que foi uma grande perda para a Mensagem de Fernando Pessoa.
Inês apoiou a candidatura de Costa à CML, o que decerto ajudará muito não digo ao que vai fazer mas a ter sido nomeada.
Na minha opinião a Casa merecia ter estatutos como deve ser e não andar de um lado para o outro sem rumo próprio. É a Casa que deve ter uma direcção e não o seu director.
Quanto a Viegas, não gostei. Fui à Casa várias vezes e ouvi comentários de pessoanos que também não gostaram. Foi um director que ignorou os pessoanos e que deu demasiado enfoque ao que gosta - sobretudo literatura africana.
Quando a Pedrosa, temo que siga pelo mesmo caminho, inevitável, de fazer as coisas à medida do seu gosto... e sem dinheiro, claro.
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