quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Lx. empréstimo e...

Num momento de maior dificuldade há que encontrar soluções e pôr a Cidade a funcionar, para lá da politiquice reinante.


Seis meses depois da posse do executivo camarário, o Tribunal de Contas recusou o visto ao contrato celebrado com a Caixa Geral de Depósitos, invocando a insuficiência e falta de sustentabilidade do Plano de Saneamento Financeiro e apontando-lhe um conjunto de debilidades que o Município mais não terá do que concretizar.

O PSD na Assembleia Municipal absteve-se – e bem – na votação do Plano de Saneamento Financeiro. Não sendo aquele o seu caminho – o PSD defendeu solução diferente na campanha eleitoral –, a verdade é que a proposta do executivo foi apresentada ao eleitorado, discutida e sufragada. E aqui chegados há que ter humildade democrática. E não oferecer pretextos.

Mas importa primeiro pôr a Cidade e as necessidades dos Lisboetas. Aqui, como no resto, há uma hierarquia de valores e princípios em nome dos quais, há seis meses, culminou um processo espinhoso. As razões evidentes da queda do anterior executivo da Câmara Municipal de Lisboa são conhecidas: escândalos – alguns deles vindos do mandato 2001/2005, como a Bragaparques, a EPUL, Infante Santo, o Vale de S. António; a falta de liderança, o número de assessores; o deslumbramento, a muito internamente almofadada traição de Carmona Rodrigues a Marques Mendes inviabilizando solução outra; a aposta da oposição interna na campanha de Carmona Rodrigues contra a candidatura do PSD...

Quanto à coligação, mantenho a convicção de que não era precisa mas o anterior presidente quis e fê-la, como mantenho que uma vez feita era para continuar – outro entendimento teve o anterior presidente, como explicou em sala cheia (e ainda aqui a oposição interna a Marques Mendes atribuiu ao próprio Partido uma responsabilidade que sabia que não tinha; falou mais alto a estratégia de guerrilha de que “caindo Lisboa caía a liderança”, perversamente certa). Também por isto se assistiu à oposição interna à anterior direcção a pedir a queda da Assembleia Municipal de Lisboa (até sondagens a outras forças partidárias para apresentação de moções de censura foram feitas).

É simples a reflexão em torno da razão por que caiu a CML e não caiu a Assembleia Municipal, e é tempo de começar a contar para melhor compreensão.

Criaram-se novas legitimidades institucionais e políticas. Num momento de maior dificuldade para Lisboa, há que encontrar soluções e pôr a Cidade a funcionar, para lá da politiquice reinante.



Paula Teixeira da Cruz


In Correio da Manhã

1 comentário:

Anónimo disse...

Logo ela!? Parece impossível!