"O Largo Hintze Ribeiro, à rua de São Bento e ao Rato, é um bem precioso. Para muitos, é apenas um selvático parque de estacionamento, numa zona da capital onde escasseiam lugares para deixar os veículos, e onde abundam condomínios habitacionais de luxo. O largo, porém, não é valioso por causa destes empreendimentos imobiliários de muitas centenas de milhares de euros, mas sim porque possui quatro árvores de interesse público, assim classificadas pela Direcção-Geral de Recursos Florestais (DGRF). (...)De acordo com os dados da DGRF, dos milhares de exemplares arbóreos existentes em Lisboa, apenas 87 estão protegidos. É o caso de três portentosas Ficus elastica e uma altíssima palmeira existentes no Largo Hintze Ribeiro, que se distinguiram pela sua beleza, raridade ou importância histórica. No seu tronco, em jeito de exibicionismo, está uma placa que informa o mais distraído transeunte que está perante um património de interesse público. Ninguém diria. Aos seus pés, existe entulho vário, lixo, inúmeras garrafas de cerveja, e até um gato morto, em putrefacção, já sem cabeça. Há carros por cima das suas raízes, e, para lembrança de uma requalificação do largo que ficou incompleta por falta de verbas há cerca de três anos, lá está uma barraca de zinco, mesmo por debaixo das copas frondosas das Ficus. A Câmara de Lisboa, questionada sobre esta situação, garantiu que irá proceder o mais rapidamente possível à correcção da mesma. Se não for assim, de nada vale classificar as árvores da cidade. "
Diana Ralha POL nº 6140 Quinta, 18 de Janeiro de 2007
Diana Ralha POL nº 6140 Quinta, 18 de Janeiro de 2007
4 comentários:
".....e até um gato morto, em putrefacção, já sem cabeça."...!?
Às vezes fico a pensar em que séc.
é que Lisboa parou. Claro está que estrangeiro que veja uma cena destas, vai pensar que se enganou no continente.
JA
Se não há dinheiro para grandes obras, já seria bom (óptimo) que a CML ao menos mantivesse a cidade limpa, os passeios sem buracos e as ruas com um piso digno de uma capital. Já enviei um e-mail para a CML neste sentido. Ao menos combatam o desleixo!
A história do não há dinheiro para manter as ruas limpas.....é treta.
Há 30 anos atrás não se via um papel nas ruas da Suécia. Hoje em dia, é porcaria por todo o lado. Nessa altura havia gente para limpar as ruas. Depois vieram as "poupanças" públicas, e o resultado está à vista. O giro da história é que mandam o pessoal para o desemprego, e depois vem o vale por o correio. O dinheiro que antes era usado para executar serviço, é hoje usado para não executar nada. Isto é só um exemplo entre muitos. São os tais saltos mortais da economia de mercado (moderna). Claro está que o "problema" tem muitos componentes...mas a cantiga do não há dinheiro, já me cansou os ouvidos.
JA
Concordo, JA
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