«Flashes» da Lisboa esquecida
No meio da crise política, e ao fim e cinco anos, a Cidade está mesmo esquecida. São diversos os aspectos que deviam ter merecido maior atenção, na minha opinião. Eis alguns exemplos consensuais, de certeza.
Comecemos pelo Pavilhão Carlos Lopes (antigo Pavilhão dos Desportos, lembra-se?). Aquela maravilha de equipamento ali está, abandonado e triste. A degradar-se cada vez mais. Um dia destes passo lá e caiu-lhe a cobertura… Lá dentro, a degradação é assustadora e progressiva, dizem-me. Mas quem se vai agira preocupar com o Carlos Lopes, quando as preocupações se centram na sobrevivência política pessoal e pouco mais além vão? É lamentável.
Por falar de coberturas: um dia destes cai a cobertura do palacete onde está instalada a Hemeroteca, ali ao Bairro Alto e ninguém dá conta – e lá se vai o acervo único de periódicos do País… ou a do Palácio dos Alvercas (sede da casa do Alentejo) – e a CML sem conseguir ajudar à reabilitação por não estar para aio virada – nem será falta de vontade política: será apenas falta de vontade., «tout court».
Outro caso: a higiene e limpeza da Cidade. Meu Deus! Nunca a vi assim. Fui assessor neste Pelouro anos seguidos. Procurava-se ter a Cidade «num brinquinho» – e mesmo assim, apesar dos cuidados, nem tudo eram rosas: quanto mais assim, sem tempo para pensar na Cidade por se estar preocupado com a crise dos dias que passam…
Programas como a revitalização da Baixa: quem é que agora pensa neles outra vez? O realismo de análise obriga-me a recolocar as questões do dia-a-dia, aquelas que verdadeiramente interessam aos lisboetas e cuja solução esperam há anos os lisboetas. Os quais estão fartos do folclore da crise instalada.
É que Lisboa está à deriva ou até mesmo a afundar-se.
A habitação está sem rumo. Nada se resolve. A acção social está pelas ruas da amargura. Os técnicos e serviços de apoio das diversíssimas áreas da Cultura estão desmotivados, desaproveitados, desgostosos e até alguns que conheço, ansiosos por voltarem a entusiasmar-se com o trabalho. É que passam os dias, passam os anos e não há nem continuidade nem orientação «de cima». E isso é o pior que pode acontecer a um exército: que os generais se demitam do seu comando…
… E por pudor, neste momento, nem consigo perguntar: então e a reabilitação do Parque Mayer que para Santana há cinco anos era coisa para oito meses? Isso, agora, não se pergunta: é tabu.
E, já agora: o que é que pode ter levado a CML a não accionar até este momento o Plano de Emergência para apoio aos sem-abrigo nestes dias mais frios do ano? Estará o Plano a ser guardado para a Primavera? Dói pensar nos pelo menos 300 sem-abrigo por aí com este frio... e as tendas arrecadadinhas no seu armazém, bem aconchegadas. Coitados!
No meio da crise política, e ao fim e cinco anos, a Cidade está mesmo esquecida. São diversos os aspectos que deviam ter merecido maior atenção, na minha opinião. Eis alguns exemplos consensuais, de certeza.
Comecemos pelo Pavilhão Carlos Lopes (antigo Pavilhão dos Desportos, lembra-se?). Aquela maravilha de equipamento ali está, abandonado e triste. A degradar-se cada vez mais. Um dia destes passo lá e caiu-lhe a cobertura… Lá dentro, a degradação é assustadora e progressiva, dizem-me. Mas quem se vai agira preocupar com o Carlos Lopes, quando as preocupações se centram na sobrevivência política pessoal e pouco mais além vão? É lamentável.
Por falar de coberturas: um dia destes cai a cobertura do palacete onde está instalada a Hemeroteca, ali ao Bairro Alto e ninguém dá conta – e lá se vai o acervo único de periódicos do País… ou a do Palácio dos Alvercas (sede da casa do Alentejo) – e a CML sem conseguir ajudar à reabilitação por não estar para aio virada – nem será falta de vontade política: será apenas falta de vontade., «tout court».
Outro caso: a higiene e limpeza da Cidade. Meu Deus! Nunca a vi assim. Fui assessor neste Pelouro anos seguidos. Procurava-se ter a Cidade «num brinquinho» – e mesmo assim, apesar dos cuidados, nem tudo eram rosas: quanto mais assim, sem tempo para pensar na Cidade por se estar preocupado com a crise dos dias que passam…
Programas como a revitalização da Baixa: quem é que agora pensa neles outra vez? O realismo de análise obriga-me a recolocar as questões do dia-a-dia, aquelas que verdadeiramente interessam aos lisboetas e cuja solução esperam há anos os lisboetas. Os quais estão fartos do folclore da crise instalada.
É que Lisboa está à deriva ou até mesmo a afundar-se.
A habitação está sem rumo. Nada se resolve. A acção social está pelas ruas da amargura. Os técnicos e serviços de apoio das diversíssimas áreas da Cultura estão desmotivados, desaproveitados, desgostosos e até alguns que conheço, ansiosos por voltarem a entusiasmar-se com o trabalho. É que passam os dias, passam os anos e não há nem continuidade nem orientação «de cima». E isso é o pior que pode acontecer a um exército: que os generais se demitam do seu comando…
… E por pudor, neste momento, nem consigo perguntar: então e a reabilitação do Parque Mayer que para Santana há cinco anos era coisa para oito meses? Isso, agora, não se pergunta: é tabu.
E, já agora: o que é que pode ter levado a CML a não accionar até este momento o Plano de Emergência para apoio aos sem-abrigo nestes dias mais frios do ano? Estará o Plano a ser guardado para a Primavera? Dói pensar nos pelo menos 300 sem-abrigo por aí com este frio... e as tendas arrecadadinhas no seu armazém, bem aconchegadas. Coitados!
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