"Falta de reabilitação urbana está a prejudicar comércio de rua no DN
Estudo. Consultora imobiliária conclui que leis são ineficazes
Investidores antecipam melhores dias, mas mudanças tardam
As medidas legislativas recentemente aprovadas que pretendem agilizar a reconversão urbana dos centros históricos das grandes cidades não estão a surtir efeito prático. Quem o afirma é a consultora imobiliária Cushman & Wakefield (C&W), que ontem divulgou o seu primeiro relatório sobre comércio tradicional em Lisboa e Porto. "Continuamos a assistir a processos de licenciamento demasiadamente longos, que em muitos casos acabam por impor restrições de tal modo exigentes que provocam o abandono dos projectos [de reabilitação] por parte dos investidores", afirma o documento a que o DN teve acesso.
Este tom de crítica, que se encontra em várias partes do relatório, não impede, no entanto, que a consultora esteja optimista em relação ao futuro do comércio de rua e proximidade. "No mercado de investimento tem-se verificado um crescente interesse na constituição de portfólios de lojas de rua, numa clara estratégia de antecipação da evolução esperada do mercado", afirmam os analistas da C&W. Por outro lado,"também os consumidores mostram cada vez maior apetência pelo comércio de rua", já que "cada vez mais o acto de compra é uma derivação natural da necessidade de lazer".
O estudo incidiu sobre as principais artérias comerciais de Lisboa e Porto. Na capital, foram levadas em linha de conta a Avenida da Liberdade e a zona da Baixa-Chiado, incluindo entre outras a Rua Augusta e a Rua Garrett, enquanto no Porto foram estudadas as principais artérias do centro, bem como a zona envolvente da Praça Mouzinho de Albuquerque (Boavista) e a Rua de Cedofeita.
Tomando como exemplo a Avenida da Liberdade, a C&W estranha que "a par de inquilinos prestigiantes, a avenida continua com o mal generalizado do centro histórico de Lisboa, sendo frequente encontrar prédios devolutos ou em mau estado de conservação que colocam naturalmente em causa o prestígio que se pretende ver associado a esta importante artéria".
Também a questão do arrendamento urbano merece críticas da consultora, a par de uma esperança renovada. Os moldes da nova lei "defraudaram de algum modo as expectativas do mercado", mas acabarão "de uma forma mais demorada que o desejável" por introduzir novas dinâmicas. Neste contexto, a C&W estranha a "situação pouco comum" de ocupação do espaço, no qual "excelentes centros comerciais, merecedores de prémios internacionais, convivem com centros históricos decrépitos que não oferecem quaisquer condições para se imporem como mais um segmento do tão bem sucedido mercado de retalho nacional".
A C&W concluiu ainda que a existência de um elevado número de lojas individuais (não inseridas em grupos) diminui a capacidade de criar valor e serviço para o cliente. Fez ainda contas ao nível de desocupação nas principais áreas estudadas, concluindo que anda à volta dos 10% do espaço. No entanto, esta oferta mostra-se desajustada à procura de prestígio e daí - também - a necessidade e reabilitação."
Estudo. Consultora imobiliária conclui que leis são ineficazes
Investidores antecipam melhores dias, mas mudanças tardam
As medidas legislativas recentemente aprovadas que pretendem agilizar a reconversão urbana dos centros históricos das grandes cidades não estão a surtir efeito prático. Quem o afirma é a consultora imobiliária Cushman & Wakefield (C&W), que ontem divulgou o seu primeiro relatório sobre comércio tradicional em Lisboa e Porto. "Continuamos a assistir a processos de licenciamento demasiadamente longos, que em muitos casos acabam por impor restrições de tal modo exigentes que provocam o abandono dos projectos [de reabilitação] por parte dos investidores", afirma o documento a que o DN teve acesso.
Este tom de crítica, que se encontra em várias partes do relatório, não impede, no entanto, que a consultora esteja optimista em relação ao futuro do comércio de rua e proximidade. "No mercado de investimento tem-se verificado um crescente interesse na constituição de portfólios de lojas de rua, numa clara estratégia de antecipação da evolução esperada do mercado", afirmam os analistas da C&W. Por outro lado,"também os consumidores mostram cada vez maior apetência pelo comércio de rua", já que "cada vez mais o acto de compra é uma derivação natural da necessidade de lazer".
O estudo incidiu sobre as principais artérias comerciais de Lisboa e Porto. Na capital, foram levadas em linha de conta a Avenida da Liberdade e a zona da Baixa-Chiado, incluindo entre outras a Rua Augusta e a Rua Garrett, enquanto no Porto foram estudadas as principais artérias do centro, bem como a zona envolvente da Praça Mouzinho de Albuquerque (Boavista) e a Rua de Cedofeita.
Tomando como exemplo a Avenida da Liberdade, a C&W estranha que "a par de inquilinos prestigiantes, a avenida continua com o mal generalizado do centro histórico de Lisboa, sendo frequente encontrar prédios devolutos ou em mau estado de conservação que colocam naturalmente em causa o prestígio que se pretende ver associado a esta importante artéria".
Também a questão do arrendamento urbano merece críticas da consultora, a par de uma esperança renovada. Os moldes da nova lei "defraudaram de algum modo as expectativas do mercado", mas acabarão "de uma forma mais demorada que o desejável" por introduzir novas dinâmicas. Neste contexto, a C&W estranha a "situação pouco comum" de ocupação do espaço, no qual "excelentes centros comerciais, merecedores de prémios internacionais, convivem com centros históricos decrépitos que não oferecem quaisquer condições para se imporem como mais um segmento do tão bem sucedido mercado de retalho nacional".
A C&W concluiu ainda que a existência de um elevado número de lojas individuais (não inseridas em grupos) diminui a capacidade de criar valor e serviço para o cliente. Fez ainda contas ao nível de desocupação nas principais áreas estudadas, concluindo que anda à volta dos 10% do espaço. No entanto, esta oferta mostra-se desajustada à procura de prestígio e daí - também - a necessidade e reabilitação."
((ISABEL G)
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