Ocupar logradouros poderá ser solução para estacionamento-PUBLICO-06.06.2008
Vereador Manuel Salgado admite que a medida não será consensual, mas aponta-a como possível solução para alguns bairros residenciais de Lisboa Manuel Salgado, vereador do Urbanismo da Câmara de Lisboa, admite que uma das soluções para o estacionamento em alguns bairros da cidade passará pela criação de espaço nos logradouros interiores dos edifícios em determinadas freguesias.
Foi em resposta às queixas dos munícipes, anteontem à noite, na casa do concelho de Tomar, que Salgado anunciou a possível solução para o problema de estacionamento dos residentes dos bairros de Alvalade, São João de Brito, São João de Deus e Campo Grande, que confrontaram o autarca na reunião mensal descentralizada da autarquia.
O vereador admite que a solução não é consensual, justificando que será necessário clarificar primeiro a questão patrimonial dos logradouros e a quem pertencem, mas reconheceu que é preciso "uma acção mais decidida da câmara". Resolvida essa questão, Salgado disse acreditar
que será possível determinar a ocupação para os logradouros, seja com parques de estacionamento ou reconhecendo o direito de ocupação com hortas, mantidas há anos por moradores.
Leonor Santa Rita, que mora na freguesia de São João de Deus, criticou aquela intenção, afirmando que não podem ser lixeiras, como se verifica em algumas situações, mas que devem ter condições de ser espaços de lazer.
Já Nuno Domingues, morador da Avenida do Brasil, acusou a Polícia Municipal de fazer "caça à multa" entre os moradores, que "não têm alternativa" de estacionamento. "Estou cansado de acordar com o carro bloqueado, porque não tenho alternativa", afirmou, defendendo "tolerância" por parte da Polícia Municipal.
Já o presidente António Costa teve de dirigir crítica aos serviços de tráfego da autarquia - "seguem uma doutrina contrária à deste executivo, pois o conflito entre tráfego e peões tem que ser decidido a favor dos peões" - para responder à queixa de uma munícipe, que disse não ter tempo para atravessar uma passadeira no seu bairro. PÚBLICO/Lusa
Vereador Manuel Salgado admite que a medida não será consensual, mas aponta-a como possível solução para alguns bairros residenciais de Lisboa Manuel Salgado, vereador do Urbanismo da Câmara de Lisboa, admite que uma das soluções para o estacionamento em alguns bairros da cidade passará pela criação de espaço nos logradouros interiores dos edifícios em determinadas freguesias.
Foi em resposta às queixas dos munícipes, anteontem à noite, na casa do concelho de Tomar, que Salgado anunciou a possível solução para o problema de estacionamento dos residentes dos bairros de Alvalade, São João de Brito, São João de Deus e Campo Grande, que confrontaram o autarca na reunião mensal descentralizada da autarquia.
O vereador admite que a solução não é consensual, justificando que será necessário clarificar primeiro a questão patrimonial dos logradouros e a quem pertencem, mas reconheceu que é preciso "uma acção mais decidida da câmara". Resolvida essa questão, Salgado disse acreditar
que será possível determinar a ocupação para os logradouros, seja com parques de estacionamento ou reconhecendo o direito de ocupação com hortas, mantidas há anos por moradores.
Leonor Santa Rita, que mora na freguesia de São João de Deus, criticou aquela intenção, afirmando que não podem ser lixeiras, como se verifica em algumas situações, mas que devem ter condições de ser espaços de lazer.
Já Nuno Domingues, morador da Avenida do Brasil, acusou a Polícia Municipal de fazer "caça à multa" entre os moradores, que "não têm alternativa" de estacionamento. "Estou cansado de acordar com o carro bloqueado, porque não tenho alternativa", afirmou, defendendo "tolerância" por parte da Polícia Municipal.
Já o presidente António Costa teve de dirigir crítica aos serviços de tráfego da autarquia - "seguem uma doutrina contrária à deste executivo, pois o conflito entre tráfego e peões tem que ser decidido a favor dos peões" - para responder à queixa de uma munícipe, que disse não ter tempo para atravessar uma passadeira no seu bairro. PÚBLICO/Lusa
(ISABEL G)
3 comentários:
Isabel,
como já tinha escrito no aqui no CidadaniaLx, o António Costa vai mantendo este discurso, mas cada vez mais "o pobre desconfia". É que ainda não o vi a passar aos actos depois de tanta palavra bonita.
"Estou cansado de acordar com o carro bloqueado"
Se calhar, não sei digo eu, era capaz de a solução ser estacionar num sitio em que NÃO fosse proibido. Não há perto? Estaciona mais longe! andar só faz bem ao coração
Desde 2004 sou o feliz proprietário de um apartamento no Bairro de Alvalade. A dimensão humana do Bairro e a existência de espaços verdes (ainda que não cuidados) foram pontos chave na minha escolha. Com o acordo dos restantes inquilinos do prédio em que habitamos, recuperámos a zona verde situada nas traseiras do mesmo. Foi lá que fizemos a festa de aniversário das nossas filhas, ao ar livre, usufruindo de condições que, infelizmente, são de uma raridade inaceitável na nossa cidade.
Foi, pois, com um misto de incredulidade e de horror, que li há poucos dias declarações do Sr. Arq. Manuel Salgado, nas quais afirma estar a ponderar a conversão dos espaços verdes existentes no Bairro de Alvalade em espaços de estacionamento!
Numa altura em que todas as opiniões convergem na necessidade de apostar decisivamente na utilização de transportes públicos em detrimento das viaturas individuais, na necessidade de garantir zonas que permitam "respiração" e que garantam a necessária permeabilidade dos solos, eis que a já tristemente conhecida ditadura do betão ameaça alargar-se ainda mais, engolindo alguns dos poucos quintais ainda existentes em Lisboa.
Da notícia que li, parecia nada estar ainda definido e parecia haver a possibilidade de a CML avançar com a recuperação desses espaços na sua inicial função de zonas verdes. Quero acreditar que será essa a decisão finalmente adoptada!
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