sexta-feira, outubro 31, 2008
Presidente da administração da EMEL apresentou a demissão
Empresa municipal de estacionamento de Lisboa
Presidente da administração da EMEL apresentou a demissão
31.10.2008 - 14h59 Lusa
A presidente do conselho de administração da empresa municipal de estacionamento de Lisboa (EMEL), Marina Ferreira, apresentou há quinze dias a demissão do cargo, disse hoje fonte do gabinete do presidente da autarquia lisboeta. Segundo a mesma fonte, Marina Ferreira alegou "motivos pessoais" e pediu a demissão no dia 15 de Outubro, um pedido que foi aceite pelo presidente da Câmara, António Costa (PS).
Para substituir Marina Ferreira, cuja demissão foi avançada pela Antena 1, não está previsto, "pelo menos para já", a nomeação de outro presidente do conselho de administração. "Não está previsto, pelo menos para já, mantendo-se os dois vogais em funções. O vogal que habitualmente substituía a doutora Marina Ferreira vai continuar a substituí-la", afirmou a mesma fonte. O vogal em causa é Mário Lourenço, sendo o outro Pedro Policarpo.
Marina Ferreira foi vereadora no mandato de Carmona Rodrigues (independente eleito pelo PSD), tendo chegado a assumir a vice-presidência da autarquia, após a suspensão de mandato de Gabriela Seara e de Fontão de Carvalho.
Com o pelouro da Mobilidade, a então vereadora ocupou igualmente nessa altura a presidência do conselho de administração da EMEL. A sua recondução no cargo, proposta em Março por António Costa, esteve envolta em polémica, já que só à segunda votação secreta foi aprovada em reunião de Câmara.
Entre a queda da Câmara e a realização de eleições intercalares, em Julho do ano passado, Marina Ferreira ficou à frente da comissão administrativa que geriu a autarquia.
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1348281&idCanal=59
quinta-feira, outubro 30, 2008
Dia Mundial do Câncro da Mama
Clique no laço, apenas um click que, pode fazer a diferença para uma Mulher
Abre os olhos e encara a vida! A sinaTem que cumprir-se! Alarga os horizontes!
Por sobre lamaçais alteia pontes
Com tuas mãos preciosas de menina.
Nessa estrada de vida que fascina
Caminha sempre em frente, além dos montes!
Morde os frutos a rir! Bebe nas fontes!
Beija aqueles que a sorte te destina!
Trata por tu a mais longínqua estrela,
Escava com as mãos a própria cova
E depois, a sorrir, deita-te nela!
Que as mãos da terra façam, com amor,
Da graça do teu corpo, esguia e nova,
Surgir à luz a haste de uma flor!...
- Florbela Espanca, Charneca em Flor
(publicado originalmente no Eclético)
Enquanto isso, ontem, em Lisboa:
Revivia-se, junto à CML, Jimmy Hoffa, não em realização de Norman Jewison, muito menos de Kazan mas com actores, produtores e realizadores de trazer por casa.
quarta-feira, outubro 29, 2008
Gebalis até pagou o «Grande Livro do Bebé»
Administradores da empresa municipal de Lisboa acusados de causar prejuízo de 200 mil euros
Segundo a acusação, que o PortugalDiário consultou, para o prejuízo global de 200 mil euros que o presidente da Gebalis, Francisco Ribeiro e os então vogais executivos, Mário Peças e Clara Costa terão provocado à empresa, contribuíram ainda a utilização frequente, em Portugal ou no estrangeiro, de cartões de crédito para custear refeições, próprias ou com amigos, em dias úteis, fins-de-semana, feriados ou férias.
A utilização dos cartões de crédito seria interpretada como se os respectivos limites fizessem parte da sua remuneração, não obstante todos eles recebessem subsídio de refeição.
Segundo o despacho do Ministério Público, a Gebalis pagou, entre Março de 2006 e 31 de Outubro de 2007, a quantia de €12.738.01 (630 euros mês), respeitante a refeições em proveito pessoal do seu presidente, Francisco Ribeiro, sendo que 35 repastos ocorreram em fins-de-semana/feriados e dias de férias.
O valor das gratificações pagas nos restaurantes foi incluído no preço, ressaltando montantes que, em alguns casos, atingiram os 30 euros. O Ministério Público sublinha que as refeições incluíam muitas das vezes, vinhos de preços avultados, Whisky velho e marisco.
Mário Peças terá gasto, entre Março de 2006 e Outubro de 2007, 40.145.35 euros (dois mil euros por mês) em refeições e em proveito pessoal.
Clara Costa terá pago com cartões de crédito, entre Março de 2006 e Outubro de 2007, a quantia de 11.530.12 euros em deslocações de serviço, pelas quais a arguida recebeu o abono integral de ajudas de custo. À semelhança dos restantes arguidos, as refeições terão ocorrido, por regra, em restaurantes e hotéis de luxo ou de especial requinte gastronómico.
A antiga vogal, Clara Costa já veio refutar todas as acusações, prometendo defender-se em tribunal.
Leia a continuação: «Gebalis pagou viagens ao estrangeiro em férias» "
Sobre esta publicidade
«Caros amigos,
Se quiserem ver o link da apresentação do Governo e a partir dai fazerem uma impressão da apresentação; é uma verdadeira caixa de surpresas em termos de dados e contradições!
Comentários:
1. Pretende embrulhar transporte de pessoas da linha de Cascais com transporte de mercadorias, numa manobra que já conhecemos e não deveremos alimentar. Em todo o caso como referência cabe destacar a incongruência do slide 9 em que se vê que em 8 anos (de 2000 a 2007) o número de passageiros do comboio de cascais desce cerca de 20% e agora, por artes mágicas prevêem que nos próximos 10 anos suba 39%!
2. Em termos de transporte de contentores ensaiam a cartada da redução do trafego rodoviario. No entanto basta fazer contas com base nos dados de slide 11 para ver que o TRANSPORTE RODOVIARIO AUMENTA 62% (actual: 78% x 340.000 TEU/ano=265.000 TEU ano por rodovia. Futura: 43% x 1.000.000 TEU/ano = 430.000 TEU ano por rodovia), TUDO A SAIR DE ALCÂNTARA!!!!
Para nós este ponto é crucial e digno de artigos em imprensa por si só.
3. Em termos de investimento só nesta apresentação fica logo claro que só relativamente a parte de Contentores o encargo do Estado/APL/Refer é de €121,7 milhões Slide 10: investimento total 348,4 milhões Slide 12: investimento concessionario 226,7 milhões
4. No comunicado de Liscont refere que não pagarão taxas de actividade portuaria nas zonas onde haje intervenção. Segundo o slide 10 parece haver intervenção em pelo menos 50% da area. Quer isto dizer que metade da movimentação estará isenta de taxas???
5. Fica também claro desta apresentação que o objectivo principal logístico não a cidade de Lisboa (beneficiando assim dum encurtamento das distâncias como refere comunicado Liscont) mas sim a ligação às plataformas logísticas de Poceirão (margem SUL!!!), Bobadela e Castanheira do Ribatejo. Vamos descarregar contentores no centro de Lisboa, para os transportar para a periferia!!!
Mais uma incongruência com comunicado Liscont.
Outras notas:
A)Comunicado Liscont refere no ponto 1 que actividade portuaria é responsável por 140.000 empregos. No slide 2 "só" são 38.000. Mesmo assim um exagero que seria necessario fundamentar sobretudo à luz da pregunta: se não se fizer alargamento quantos desses 38.000 empregos se perderão ou quantos novos serão criados?
B) Assim de repente esta apresentação refere investimentos de 420 milhões para além dos do terminal!!! (slides 4+9) ...»
terça-feira, outubro 28, 2008
Grande prémio «Leis da Treta»
O risco de andar distraído nos passeios de Lisboa
Público 28.10.2008, José Vítor Malheiros
"Tolerância Zero para o estacionamento em cima do passeio ou em segunda fila" foi uma promessa de António Costa
Não sei exactamente há quanto tempo, mas já foi há anos a primeira vez que um automobilista me buzinou, a mim, peão, para que eu me afastasse do lugar onde estava (de pé no passeio, na Praça do Areeiro, em Lisboa) porque ele, automobilista, queria estacionar o seu carro ali, onde eu estava parado, no passeio. Eu estava no caminho, a atrapalhar, e ele deu um toquezinho de buzina, só para me avisar que ele queria ir para ali, precisamente para aquele sítio onde eu, peão, estava, no passeio, a atrapalhar.
A partir daí, as coisas não pararam de... como dizer?... de "evoluir"?
Os carros foram invadindo os nossos passeios, em geral estreitos, em geral esburacados, já ocupados selvaticamente por sinais de trânsito, caixas da EDP, semáforos, postes de electricidade, candeeiros públicos, sinalizações diversas, caixotes de lixo, parquímetros, etc.
A esmagadora maioria dos nossos políticos nunca deu por isto - incluindo os presidentes das câmaras - porque há muitos anos que não anda a pé. Têm motoristas com ordens para não respeitar os limites de velocidade porque eles estão a tratar de coisas importantes que não podem esperar. Andar a pé é para os pobres e eles, graças a Deus, não são pobres. Ou já não são - graças a Deus. Fica bem dizer na televisão que vão "devolver os passeios aos peões" mas no fundo nem sequer percebem qual a necessidade, porque afinal os peões conseguem contornar os carros ou ir para a estrada se for preciso, não é? É verdade que os velhos têm menos mobilidade, mas mesmo esses até ficam mais bem servidos (os políticos dizem "melhor servidos" porque já não são pobres mas a educação nem sempre fica muito bem colada às meninges) se andarem na estrada pois toda a gente sabe que a calçada "portuguesa" se gasta e fica escorregadia.
Devíamos estabelecer, como parte obrigatória de todas as campanhas autárquicas, percursos que calcorreassem a cidade, a ser realizados por todos os candidatos, em três modalidades: a) a empurrar um carrinho de bebé, b) com dois sacos de compras e um guarda-chuva nas mãos e c) em cadeira de rodas. Não para os castigar, mas para que aprendessem. Trata-se de situações que muitos milhares de cidadãos experimentam todos os dias.
A "evolução" dos carros no passeio levou a que, há dias, um amigo meu tenha sido atropelado. Atropelado por uma camioneta quando estava... no passeio.
A camioneta estava estacionada no passeio (parece que era um sítio mesmo bom, à sombra e tudo), decidiu fazer uma manobra e zás, atropelou o meu amigo, que teve de receber tratamento no hospital.
Há vários pormenores picantes: um deles foi o comentário de um dos ocupantes do camião, que disse ao atropelado que a culpa tinha sido dele porque estava distraído no passeio (de facto, estava a tirar uma fotografia). O outro é o facto de a camioneta, de uma empresa privada, estar ao serviço da Câmara Municipal de Lisboa quando teve lugar o acidente. A mesma que é presidida pelo presidente que garantiu (9.ª das dez promessas de António Costa) que haveria "Tolerância Zero para o estacionamento em cima do passeio ou em segunda fila".
O estacionamento em cima do passeio é causa não apenas de um enorme incómodo mas de perigo. Quando se estaciona em cima do passeio (explico para benefício de presidentes de câmara), isso significa que se sobe para o passeio, que se desce do passeio e que, muitas vezes, se fazem manobras em cima do passeio (há desenhos que ilustram a versão on-line deste texto para mais fácil compreensão). E é, para além disso, um sinal de desrespeito dos outros e da lei. Quem estaciona no passeio acha que a lei pode ser ignorada, que a polícia pode ser gozada e que um presidente da câmara não sabe contar até nove. Sabe? Jornalista (jvm@publico.pt"
segunda-feira, outubro 27, 2008
E DE NOVO, LISBOA... - ALEXANDRE O'NEILL
numa deriva de quem tudo olha
de viés: esvaído, o boi no gancho,
ou o outro vermelho que te molha.
Sangue na serradura ou na calçada,
que mais faz se é de homem ou de boi?
O sangue é sempre uma papoila errada,
cerceado do coração que foi.
Groselha, na esplanada, bebe a velha,
e um cartaz, da parede, nos convida
a dar o sangue. Franzo a sobrancelha:
dizem que o sangue é vida; mas que vida?
Que fazemos, Lisboa, os dois, aqui,
na terra onde nasceste e eu nasci?
Alexandre O´Neill
Poesias Completas
1951/1981
Petição «LISBOA É DAS PESSOAS. MAIS CONTENTORES NÃO!»
Caro(a) Amigo(a)
Na sequência do anúncio do Governo em querer alargar a concessão do terminal de contentores em Alcântara por mais 27 anos à Liscont e da vontade de triplicar a actual actividade portuária de 350.000 contentores/ano para 1milhão, e o que isso significará em termos de impacto visual e físico na frente ribeirinha, é lançada hoje, às 19h30, na 'Doca de Santo', em Alcântara, a petição «LISBOA É DAS PESSOAS. MAIS CONTENTORES NÃO! ».
Esta petição é uma iniciativa de um grupo de cidadãos liderados por Miguel Sousa Tavares, à qual o Fórum Cidadania Lx tem todo o orgulho em associar-se, por entender que o que está em causa é um grave atentado à cidade de Lisboa.
Por favor, subscreva e divulgue a petição «LISBOA É DAS PESSOAS. MAIS CONTENTORES NÃO! », em:
http://www.gopetition.com/online/22835.html
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Júlio Amorim e Virgílio Marques
sábado, outubro 25, 2008
Uns são filhos da Mãe, os outros ...
(clique nas imagens para ver o vídeos)
Este fim de semana tem lugar o Renault Roadshow F1 em Lisboa, entre os Restauradores e o Marquês de Pombal.
Renault Roadshow F1 no "coração" de Lisboa - AutoSport
A Carris teve que alterar substancialmente os seus percursos
O trânsito foi condicionado desde o Saldanha, passando pelo Marquês de Pombal até aos Restauradores - "Devido ao evento “Renault F1 Road Show” a lateral poente dos Restauradores irá ficar vedada ao trânsito rodoviário, entre as 8:00 horas do dia 22 de Outubro (4.ª feira) até às 7:00 horas do dia 27 de Outubro (2.ª feira).
O evento obriga ao corte total do trânsito no Marquês de Pombal, Avenida da Liberdade e Restauradores, no Sábado, dia 25, entre as 14h00 e as 23h00, e no Domingo, dia 26, entre as 4h00 e as 23h00."
Fórmula 1 condiciona trânsito em Lisboa
As Amoreiras e todas as suas artérias secundárias, foram inundadas de todo o tipo de viaturas automóveis, impedindo o necessário descanso, aumentando a já de si (porque descobriram a "pólvora sêca"...) enorme poluição, transformam o ar num caldinho de pó preto.
A CML só se dá a vedetismos.
À aparência do imediato.
Ao consumo do momento, seguido da falta de capacidade para solucionar os problemas que irão ficar deste desaire hollywoodesco.
A saber:
- aqueles carrinhos a darem cabo do pavimento de alcatrão que já de si é uma vergonha ali na Av. da Liberdade;
- a barrulheira infernal que provocaram e que ecoou um pouco por toda a Lisboa;
- a poluição que estas máquinas representam;
- a gastança vergonhosa do erário municipal que este tipo de situação encerra ...
Reza assim a CML:
(...) fonte do gabinete do presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, defendeu que o evento será «interessante para a cidade», recordando que o «roadshow» já passou por várias cidades de outros países, como Madrid, Joanesburgo, Roma, Moscovo e Istambul.
«É um momento importante para a animação do espaço público», sublinhou.
Pois sublinhou a fonte, e sublinhou muito mal.
Gostava de saber se, depois da porcaria que este Roadshow vai fazer, a CML a vai limpar.
Acho um espanto
25.10.2008, Ana Henriques
Namorado de Clara Costa acompanhou-a várias vezes ao estrangeiro e quem pagou parte das despesas foi a empresa municipal, diz a investigação
A ex-administradora da empresa municipal que gere bairros sociais de Lisboa, Clara Costa, disse ontem que são infundadas e injustas as acusações de peculato e gestão danosa feitas pelo Ministério Público a si e a dois colegas seus responsáveis pela Gebalis entre 2006 e 2007.
Nos 20 meses em que foi vogal da empresa que tutela a habitação dos mais desfavorecidos, Clara Costa - que foi indicada para o cargo pelo então líder do PSD Marques Mendes - gastou à empresa perto de 34 mil euros em viagens e hotéis. De acordo com a investigação, algumas dessas deslocações (Cracóvia, Belfast, Dublin, Marraquexe, Viena e Sevilha) foram feitas na companhia do namorado, Luís Silva. Em Marrocos, a administradora ficou quatro noites num hotel que cobrava 254 euros de diária.
Os investigadores também descobriram que, graças aos conhecimentos que uma colaboradora da Gebalis tinha numa agência de viagens, a agora arguida conseguia que a empresa municipal pagasse parte das passagens e estadias dos seus acompanhantes particulares. De resto, segundo a investigação, a administradora realizou algumas viagens no seu período de férias, prática também usada pelos seus dois colegas.
A situação altamente deficitária da empresa não demoveu os membros do conselho de administração da Gebalis de despesas consideradas pelo Ministério Público inúteis e excessivas, como almoços e jantares em restaurantes de luxo. Os cartões de crédito da Gebalis que Clara Costa tinha em sua posse pagaram um Regime Jurídico das Empreitadas, é certo, mas também um guia de Marrocos e vários DVD, como O Segredo de Brokeback Mountain, Saraband ou Toc Toc Senhor Croc.
Num comunicado ontem enviado para as redacções pelo seu advogado, a ex-vogal da Gebalis diz estar preparada para demonstrar a sua "total inocência".
Exercício de funções
"As despesas em causa foram feitas, exclusivamente, para e no exercício das minhas várias funções, nomeadamente no âmbito dos pelouros das relações internacionais, jurídico, recursos humanos, comunicação e sistemas de informação", assegura Clara Costa no comunicado. "Não beneficiei ninguém e nunca a Gebalis suportou quaisquer despesas que aproveitassem terceiros", acrescenta.
Não é esse o entendimento da acusação, para quem muitos dos gastos se destinavam a satisfazer interesses pessoais da agora arguida, que só em refeições gastou à empresa 11.530 euros, 1228 dos quais em fins-de-semana ou períodos de férias.
Durante os 20 meses que esteve na Gebalis, Clara Costa sobrecarregou o orçamento da empresa com uma média de 570 euros mensais de almoços e jantares. Só na marisqueira Sete Mares, foram gastos de uma vez perto de 400 euros, em vésperas de Natal. A estas despesas, há que juntar o abono para alimentação que a administradora recebia mensalmente."
SUGESTÕES DE LEITURA PARA HOJE (3)
(Foto)
SUGESTÕES DE LEITURA PARA HOJE (2)
"Estamos perante uma reportagem velhinha de cerca de 840 anos, redigida por um cruzado inglês que participou na expedição que em 1147 colaborou com D. Afonso Henriques na conquista de Lisboa aos Mouros.Enviou o seu relato a um senhor de Brawdsey, povoação inglesa do condado de Suffolk, cujo nome seria Osberno, ou Osberto, ou Osborne... O autor da reportagem é desconhecido. Apenas conhecemos a primeira letra do seu nome: um R [será acaso Rogério?!].Além de testemunha presencial dos acontecimentos, teve a preocupação de se documentar: até integrou o texto latino dum sermão pronunciado pelo bispo do Porto em 17 de Junho de 1147! E também o texto oficial do pacto de convenção celebrado entre D. Afonso Henriques e os Cruzados. Sobressaem preocupações de rigor objectivo e de dignidade moral.Não nos diz tudo quanto desejaríamos saber sobre esse acontecimento capital que marcou Lisboa em 1147: mas em parte nenhuma encontramos melhor."
sexta-feira, outubro 24, 2008
A CULPA É DOS ELEITORES!
Os eleitores não quiseram. E ainda votaram massivamente em quem nomeou estes senhores e permitiu estas coisas. Agora paguem e não bufem!
Entre 2006 e 2007
Gestores gastam 64 mil euros em almoços
Foi ainda adquirido bens de luxo e CD de música, entre outros
O relatório da Polícia Judiciária sobre a gestão da Gebalis, entre Fevereiro de 2006 e Outubro de 2007, é devastador para a administração de Francisco Ribeiro, Clara Costa e Mário Peças, então presidente e vogais da empresa responsável pela gestão dos bairros sociais da Câmara de Lisboa, revela o «Correio da Manhã».
Suspeitos da práticas dos crimes de abuso de mercado, administração danosa, participação económica em negócio e peculato.
Só em restaurantes foi gasto, em 2006 e 2007, um total de 64.413 euros em 621 refeições. Em 2006, a Gebalis fechou as contas com um prejuízo de 4,97 milhões de euros.
De acordo com o mesmo jornal, utilizaram ainda os meios financeiros que tiveram ao seu dispor, adquirindo bens de luxo («gourmet»), aquisição de de DVD com fins lúdicos, aquisição de livros, não só técnicos, mas de romances e ficção e CD de música, resultando na utilização de avultadas quantias em dinheiro para seu usufruto pessoal».
Vasco Gonçalves e as nacionalizações
Terá isso alguma lógica?
Repare-se: Vasco Gonçalves foi coerente com o que sempre proclamou, enquanto os políticos actuais defendem o capitalismo e agem como se sabe. Quem, afinal (e vendo a realidade friamente), é mais digno de censura?
Dir-se-á que o que está a suceder «é assim, porque não podia ser de outra forma».
Será verdade, porventura.
No entanto, quem já era crescido em 1975 sabe que se pode dizer exactamente o mesmo em relação ao PREC; e dificilmente se poderá concluir outra coisa, tendo em conta a situação que se vivia na época, as relações de forças entre povo, políticos e militares, e ainda - acima de tudo - os antecedentes próximos de uma longa guerra colonial e de uma ditadura acabada de ruir.
Penso que quem não acompanhou esses acontecimentos de perto dificilmente terá uma visão abrangente, clara e imparcial dessa realidade que faz parte da nossa História recente e em que Vasco Gonçalves, goste-se ou não, teve um papel marcante.
Golpada
O PIB não cresce, o investimento caiu, os exportadores perdem quotas de mercado.
No Orçamento não há reformas estruturais e as PME não podem esperar.
Do que o Governo parece não se ter esquecido no Orçamento – ao que se noticia – é de contribuir para o descrédito do sistema político, alterando – em vésperas de eleições – o sistema de financiamento dos partidos políticos e permitindo que estes voltem a receber financiamento em dinheiro. A confirmar-se, que golpe!
Esta medida seria um recuo em relação à legislação aprovada em 2003 e abriria a porta a todas as promiscuidades. A solução seria má, a forma deplorável e absolutamente descarada. Compete às oposições a denúncia de uma medida que induz a corrupção.
O clima de suspeição que recai sobre tudo o que tenha a ver com sistema partidário é perigoso, mas lá que há razões para isso há: das leis-medida ao recuo na transparência do sistema.
No último acto eleitoral, o percentual de abstenção foi de 50%, o que dá muito que pensar. Diga-se o que se disser e por mais rebuscadas análises que se queiram fazer, a verdade é simples: 50% das pessoas não se reviram, pura e simplesmente, no espectro político-partidário. E isto é muito preocupante porque, quer se queira quer não, deslegitima e enfraquece a democracia.
Com um sistema a dar os piores sinais, os cidadãos não sabem quem é quem na política: quem está lá por interesse seu ou de terceiros, quem está lá em regime de voluntariado.
Dito isto, há que reconhecer que o PSD se tem de afirmar como alternativa. E tem todas as motivações e condições para o fazer. Tem a obrigação de o fazer. Tem Gente para o fazer. Mas tem também de preservar os valores. O PSD tem de encarar com determinação o futuro. A mera vitória sem valores a defender não nos satisfaz nem servirá para nada: há que enfrentar a crise e trilhar o caminho da credibilidade que é, bem sei, um caminho de pedras. O PSD tem de recuperar a seriedade na política. O Governo não tem agenda alguma para enfrentar a mudança de paradigma que estamos a viver. Nem pensa na coisa.
As políticas meramente tácticas, as intrigas de bastidores, a propaganda, a confusão, a falta de transparência e de credibilidade de muitos dos agentes políticos, definitivamente começa a ser nauseante.
Paula Teixeira da Cruz
In Correio da Manhã
quinta-feira, outubro 23, 2008
Serviço Público
quarta-feira, outubro 22, 2008
Gebalis, peculato e administração danosa
O caso prende-se a empresa municipal de gestão dos bairros municipais de Lisboa, no período de 2006/2007
O Ministério Público acusou três arguidos no processo da empresa municipal de habitação de Lisboa Gebalis por crime de peculato e de administração danosa, tendo havido também um arquivamento parcial do caso.
Segundo uma nota do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa (DIAP) hoje emitida, foram extraídas certidões para "procedimentos criminais autónomos", proferido um "arquivamento parcial" e "deduzida acusação contra três arguidos, imputando-se, a cada um deles, em concurso real, um crime de peculato, e um crime de administração danosa".
O caso prende-se com a gestão da Gebalis, empresa municipal de gestão dos bairros municipais de Lisboa, no período de 2006/2007. O inquérito esteve a cargo da 9ª secção do DIAP de Lisboa e da Direcção Central de Investigação e Combate à Criminalidade Económico-Financeira da PJ.
O semanário “Sol” noticiou hoje, na edição online, que os arguidos agora acusados pelo MP são o ex-presidente da empresa municipal Francisco Ribeiro e dois vogais do conselho de administração - Carla Machado e Mário Peças. Francisco Ribeiro escusou-se a fazer qualquer comentário, alegando que o processo "está em segredo de justiça" e "estes assuntos têm uma sede própria".
Auditoria
A vereadora da Habitação na Câmara de Lisboa, Ana Sara Brito (PS), que tutela a empresa, revelou em Março a realização de uma auditoria à gestão do conselho de administração anterior, presidido por Francisco Ribeiro. No mandato anterior, o então vereador Sérgio Lipari Pinto criou uma comissão para avaliar a Gebalis quando assumiu o pelouro da Habitação, ao suceder a Maria José Nogueira Pinto (CDS-PP).
A comissão, que avaliou em especial as obras lançadas entre 2001 e 2006 pela Gebalis, elaborou um relatório que apontava para má gestão e descontrolo dos custos das empreitadas. Depois deste relatório, o então presidente da autarquia, Carmona Rodrigues (independente eleito pelo PSD), ordenou ao Departamento de Auditoria Interna da Câmara que elaborasse um relatório sobre a actividade da Gebalis, em que ouvisse os responsáveis da empresa e realizasse o contraditório que a primeira avaliação não tinha efectuado.
O Departamento de Auditoria Interna analisou as situações mencionadas no relatório da comissão e considerou que alguns factos descritos no documento careciam de "fundamento quanto à sua irregularidade e/ou são manifestamente inconsequentes", enquanto outros foram confirmados pelos auditores, de acordo com as conclusões do documento hoje divulgado.
As alíneas da cláusula assassina:
A CELEBRAR ENTRE
O MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS
E A CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA
SOBRE A GESTÃO, REABILITAÇÃO, MANUTENÇÃO E UTILIZAÇÃO
DA "TAPADA DAS NECESSIDADES"
Cláusula Segunda
(Compromissos do MADRP)
Para efeito do presente Protocolo, o MADRP:
(...)
c. Autoriza a CML a ceder a terceiros, nas condições que entender por convenientes, nos limites resultantes da lei e consagrados no presente Protocolo, a utilização e reabilitação do edificado e dos espaços verdes que lhe são cedidos pelo MADRP;
d. Autoriza a CML a fazer suas quaisquer receitas resultantes da cedência prevista na alínea anterior; (...)»
Porquê?
Porque, mais uma vez, lá vem a história do aluguer do espaço público a terceiros, da abertura do quiosque, da publicidade, etc. E isso é mau.
DA FOME E DO MEDO
Ao proceder à exclusão de uma parte volumosa da sociedade, a classe dirigente pulverizou o contrato social que mantinha um certo equilíbrio civil. E os panegiristas da "nova ordem económica", que em duas décadas causou injustiças medonhas, e permitiu a ascensão crescente de uma casta sem ética nem dignidade, tentam recompor-se, criticando os estilos de consumo e a "ganância insustentável". Há mais fome no mundo, mais ressentimento, mais ódio e mais rancor. A crise veio desvelar o que uma espantosa (e bem dirigida) manipulação da informação e das consciências transformou em júbilo, o que, de facto, era monstruoso. A TVI exibiu, há pouco, uma reportagem de Rui Araújo, na qual a fome e o medo eram questões fundamentais. É um documento terrível. Araújo conta que, na Cova da Beira, há quem sobreviva com 80 cêntimos por dia, e os mais afortunados com três euros. Acaso os grandes interesses económicos não constituíssem intransponíveis obstáculos, a Cova da Beira poderia alimentar parte substancial do País. O repórter da TVI conta a história de um casal, ele tipógrafo, ela taxista, ambos desempregados, que foram coagidos, pelas circunstâncias, a abandonar Lisboa, onde viviam, e a instalar-se em casa de familiares, numa aldeia da Beira Interior, onde as coisas estão mais em conta. A reportagem não constitui uma parábola nem é uma metáfora: representa, na sua pungente exposição, a nossa perda de humanidade. Eis o panorama. Que nos oferecem José Sócrates e Manuela Ferreira Leite? Nada que rompa com o estabelecido. Ambos simbolizam organizações que se pretendem hegemónicas, actuando em esferas ideológicas muito semelhantes. Ambos favorecem um nivelamento progressivo das consciências e uma determinada forma de domesticação mental de que resultam as nossas múltiplas incertezas e os nossos medos permanentes.
Baptista-Bastos
In Diário de Notícias
terça-feira, outubro 21, 2008
segunda-feira, outubro 20, 2008
«Assalto a Lisboa»
por Miguel Sousa Tavares
8:00 | Segunda-feira, 20 de Out de 2008
«Quase vinte anos a escrever constantemente contra as inúmeras tentativas de expropriar aos cidadãos de Lisboa a frente ribeirinha do Tejo para a entregar a interesses privados ou a obras públicas inúteis têm-me ensinado que este será sempre um combate de retaguarda, recuando sucessivamente de trincheira em trincheira, sem perspectivas de vitória no final. Num mundo normal (nem sequer num mundo perfeito), numa cidade como Lisboa - que tem o luxo de ter 14 km de estuário de rio, que, além do mais, representam o seu maior património histórico de referência - nada seria consentido fazer que pudesse comprometer aquilo que é o domínio público mais importante da cidade e o seu traço marcante decisivo. O rio seria de Lisboa e de ninguém mais, porque Lisboa sem o rio será apenas uma paisagem em degradação acelerada.
Mas nós não vivemos num mundo normal. Nós vivemos numa democracia em que os interesses privados passam tranquilamente à frente do interesse público, com sucessivos pretextos que, olhados de perto, não passam de um embuste. É por isso que, mesmo contra toda a esperança, é preciso não desistir de defender Lisboa contra os seus predadores - porque eles nunca desistirão das suas intenções. Hoje, volto assim a um tema de que já aqui falei duas vezes, a última das quais a semana passada: o projecto escandaloso, já aprovado pelo Governo, de erguer um muro de contentores na zona de Alcântara, podendo ocupar até 1,5 km de frente de rio, com uma altura de 15 metros - o equivalente a um prédio de quatro andares. Este caso, aliás, vem demonstrar que, pior ainda do que um mercado desregulado por falta de intervenção do Estado - que subitamente tanto preocupa José Sócrates - é um mercado regulado pelo favor político do Estado, como sucede entre nós, de forma cada vez mais chocante.
A 'Nova Alcântara', como pomposamente lhe chama José Sócrates, é uma obra prejudicial à cidade de Lisboa, inútil e desbaratadora de dinheiros públicos, com todo o aspecto de ser ilegal e que levanta fundadas suspeitas de favorecimento negocial inadmissível.
É devastadora para a cidade, porque, além de uma extensa faixa de rio, nos vai roubar um dos privilégios únicos que Lisboa tem: a possibilidade de ver atracados ao seu centro os navios de passageiros cuja imagem faz sonhar milhões de pessoas no mundo inteiro. Nunca mais aí veremos navios tão emblemáticos como o 'Queen Mary II' ou o imenso 'Sovereign of the Seas', empurrados para a periferia de Santa Apolónia e substituídos por uma muralha de quilómetro e meio de contentores. Nem rio, nem navios: uma montanha de caixotes de ferro, empilhados uns sobre os outros. Mas o roubo do rio não se fica por aí: aproveitando o balanço e a deslocação do terminal de navios de passageiros da gare onde estão os painéis de Almada Negreiros para o extremo oriental da cidade, o Porto de Lisboa esfrega as mãos de contente e prepara-se para dar cumprimento à sua mais recorrente ambição: a construção imobiliária à beira-rio. Deixa-se a gare de Alcântara e os painéis de Almada para os contentores e vai-se fazer em Santa Apolónia, em cima do rio, mais uma barreira de 600 metros de comprimento e outros 15 a 20 de altura, para albergar uma nova gare e, já agora, um centro comercial e um hotel... para os passageiros dos barcos, com camarote pago a bordo. E há outro dano, ainda: durante seis anos, o governo vai lançar mãos à obra de enterrar a via férrea existente, adaptando-a à necessidade de escoar um milhão de contentores a partir do centro da cidade. Num ponto crucial de entrada e saída de Lisboa, vamos ter um pandemónio instalado durante vários anos, para conseguir fornecer as acessibilidades tornadas necessárias pela localização errada do terminal de contentores.
Nessas obras, vai o governo gastar para cima de 200 milhões de euros, através da CP e da Refer, de forma a tornar viável um negócio privado que é, além do mais, totalmente inútil. Lisboa tem capacidade subaproveitada para receber contentores - mas não ali e justamente na zona oriental, para onde querem mandar os navios de passageiros. Aliás, em Alcântara, vai ser ainda necessário dragar o rio, porque o seu fundo não assegura o calado dos navios que para ali se querem levar para despejar contentores. E, quando tanto se fala em descentralização, é notável pensar que o Estado quer investir 200 milhões para trazer contentores para o centro da capital, quando ali ao lado, em Setúbal, existe um porto perfeito para isso e cuja capacidade não aproveitada é de 95%! E isto para já não falar em Sines...
Tão absurdo projecto só pode ser fruto de uma imbecilidade inimaginável ou... de uma grande, grandessíssima, negociata. Ponham-me mais os processos que quiserem, mas isto eu devo à minha consciência dizer: o negócio que o governo acaba de celebrar para Alcântara com a Liscont/Mota Engil, aprovado pelo Decreto-Lei nº 188/2008, de 23 de Setembro, tem de ser investigado - pela Assembleia da República, pelo Tribunal de Contas, pela Procuradoria-Geral da República. É preciso que fique claro do que estamos a falar: se de um acto administrativo de uma estupidez absoluta ou de mais um escândalo de promiscuidade político-empresarial.
Em 1984, o Decreto-lei n.º 287/84 estabelecia as bases para a exploração do Terminal de Contentores de Alcântara, com as seguintes condições: área de ocupação restrita; atracagem apenas permitida a navios que, pelo seu calado, não pudessem acostar a Santa Apolónia; prazo de exploração de 20 anos, e concessão mediante concurso internacional. Com estas condições, apenas uma empresa - a Liscont - se apresentou a concurso e tomou a exploração, que rapidamente se revelou deficitária. Em 1995, salvo erro, a Liscont é comprada pela Tertir, que vem a obter do Governo, nos anos seguintes, alterações ao contrato, que de todo subvertiam as regras do caderno de encargos do anterior concurso internacional: mais área de ocupação, possibilidade de acostagem de todo o tipo de navios e mais dez anos de prorrogação do prazo, agora fixado até 2014. Em 2006, oito anos antes de expirar o prazo da concessão, a Tertir é, por sua vez, comprada pela Mota-Engil, por um preço anormalmente elevado face à perspectiva de negócio futuro. Mas, em Abril deste ano, sem que nada o fizesse prever ou o aconselhasse em termos de interesse público, fica-se a saber que a concessionária obteve do Governo nova revisão extraordinária do contrato, com as seguintes alterações: alargamento da capacidade de descarga para mais do triplo; aumento da área de ocupação para mais do quíntuplo; manutenção das taxas, já reduzidas, de operação; e prolongamento do prazo de concessão por mais 27 anos (!), até 2042. Tudo sem concurso público, tudo negociado no segredo dos deuses, tudo perante o silêncio atordoador de António Costa, presumido presidente da Câmara de Lisboa. E, finalmente, em Setembro passado, através do citado Decreto-lei 188/2008, fica-se a saber que o Governo ainda se disponibiliza para investir mais de 200 milhões de euros para garantir à Liscont/Tertir/Mota-Engil as obras necessárias a garantir o escoamento da sua capacidade triplicada de movimento. Imaginem: eu tenho um pequeno restaurante à beira-rio, que não é viável, por falta de espaço e de acessibilidades, e cuja concessão a lei prevê que dependa de concurso público e só dure vinte anos. Vem o governo e, de uma assentada, autoriza-me a triplicar o espaço, prorroga-me o prazo de concessão de modo a que o meu negócio acabe garantido por um total de 57 anos e sem aumento de renda, disponibiliza-se para me fazer e pagar as obras de acessibilidade necessárias ao sucesso do restaurante... e tudo sem concurso público, negociado entre mim e eles, no resguardo dos gabinetes. É ou não é fantástico?
E é assim que se trata Lisboa. É ou não é escandaloso? E o que fazemos, ficamos quietos? Pedaço a pedaço, eles dão tudo o que é nosso, à beira-rio: um quilómetro e meio de frente à Mota-Engil, seiscentos metros ao Porto de Lisboa, um quarteirão no Cais do Sodré para qualquer coisa da observação da droga, outro quarteirão para o Hotel Altis, o CCB para a Fundação Berardo, um quarteirão mais para a Fundação Champalimaud e a Casa dos Bicos para a Fundação Saramago. »
De novo o Cemitério de Carnide
Cemitério de Carnide: os autores da solução são os mesmos que criaram o problema?
Publicado por helenafmatos em 19 Outubro, 2008
*
Março 2008: Ver para crer*
Agosto de 2008:Cemitério de Carnide: a culpa morreu solteira mas infelizmente não pode ser enterrada
Outubro de 2008: CML investe 500 mil em cemitério
Até agora a CML nunca apresentou uma explicação para este desastre técnico.
Chegado por email:
Date: 2008/10/17
Subject: Subscreva e promova a Petição «POR FAVOR, DRA. FERREIRA LEITE, NÃO NOS DEFRAUDE»/URGENTE
POR FAVOR, DRA. FERREIRA LEITE, NÃO NOS DEFRAUDE
Enquanto potenciais eleitores do PSD nas eleições autárquicas de Lisboa, expressamos aqui nosso total desacordo com a aparente decisão da Dra. Manuela Ferreira Leite em escolher como candidato oficial do partido às próximas eleições autárquicas de Lisboa, o Dr. Pedro Santana Lopes: http://www.gopetition.com/online/22665.html .
Depositámos grandes esperanças na nova líder do PSD desde a sua candidatura no último congresso, pelo que ela representava de dignificação do partido e de credibilização da Política junto do povo português.
Não compreendemos esta sua aparente decisão, que, a verificar-se, traduz uma aposta no regresso do país, da cidade e do partido, a um dos períodos mais negros das suas histórias.
Muito menos nos revemos na decisão oficial da Distrital do PSD, tratando-se ela, como é do conhecimento público, de uma estrutura autista, invertebrada politicamente e completamente desprovida de moral para decidir sobre o futuro do partido, da cidade e do país.
Por isso solicitamos à Dra. Manuela Ferreira Leite que NÃO aceite esta indigitação da Distrital, e escolha alguém credível politicamente, competente em matéria camarária, insuspeita judicialmente e, sobretudo, imune a toda e qualquer pressão, seja ela do aparelho do partidário ou de qualquer outro lóbi da sociedade portuguesa.
SUBSCREVA E PROMOVA JUNTO DE TODOS QUANTOS PARTILHEM DO MESMO DESACORDO
sábado, outubro 18, 2008
Ainda Lisboa e a água
Uma forte chuvada levou à interrupção das urgências no hospital de Santa Maria, devido a uma falha de energia, e causou estragos avultados em Sete Rios, onde algumas viaturas foram empurradas contra montras de estabelecimentos- Sol
A chuva caiu num curto intervalo de tempo, por volta das 14h, sendo acompanhada por granizo. Tão depressa como se abateu sobre a capital, logo parou e o sol chegou mesmo a brilhar minutos depois.
No entanto, os estragos são de monta. Registam-se inundações na zona das Avenidas Novas, Praça de Espanha, Sete Rios e Alvalade e os bombeiros não têm mãos a medir para acorrer a todos os pedidos de ajuda.
«Está um caos, há um carro que está metido dentro de um café, há outro que partiu a montra do stand da Mercedes», contou uma testemunha que passava pela zona de Sete Rios.
Pelo menos sete restaurantes desta zona da cidade ficaram inundados em poucos minutos, e vários clientes que na altura almoçavam tiveram que subir às mesas para escapar à agua.
No hospital de Santa Maria, segundo uma testemunha contou ao SOL, a chuva caiu dentro de vários gabinetes e uma falha de energia levou à quebra do sistema informático, o que paralisou as urgências.
«Ficou tudo inundado em 15 minutos, desligaram as luzes e começaram a deslocar as pessoas para outras salas», contou ao SOL uma utente do hospital.
«Acabei por me ir embora, porque deixaram de chamar doentes por causa do sistema informático, e percebi que ia levar muitas horas até ser atendida», afirmou.
No metro, as estações de Sete Rios e Laranjeiras estão encerradas, e os bombeiros esforçam-se agora para retirar a água que inundou aquelas duas instalações. Toda a circulação na linha azul está interrompida.
Perto das 18h, o trânsito automóvel começa finalmente a normalizar, mas segundo a Lusa, os túneis do Campo Grande, Avenida João XXI e Avenida dos EUA estão ainda alagados.
Túneis do Campo Grande, João XXI e EUA inundaram
«Dos túneis existentes em Lisboa apenas não tivemos indicações de qualquer problema no do Marquês de Pombal», referiu.
Segundo a fonte da BT da PSP de Lisboa, na Avenida Egas Moniz, frente ao Hospital de Santa Maria, o alcatrão das duas faixas centrais levantou, pelo que a circulação rodoviária está a processar-se apenas em duas faixas. A BT solicitou o apoio da Protecção Civil para o local por receio que a estrada cedesse onde o alcatrão levantou, referiu a mesma fonte.
A fonte da BT acrescentou que Sete Rios é outro dos locais em que o trânsito está a ser «bastante» afectado pelas fortes chuvas, havendo ainda registo de alguns cafés com danos materiais naquele local.
Táxistas na praça de táxis do Saldanha disseram ainda que choveram «pedras bastante grandes de granizo», cerca das 15:00 horas naquele local.
- Diário Digital / Lusa
É o costume.
Quando chove um pouco mais, a cidade inunda!!
Porquê?
Para começar porque as sarjetas não são limpas.
Aliás, as sarjetas, são para "os almeidas", o mesmo que os tapetes são para as limpezas caseiras ...!!
Que rica CML que nós temos. Para cobrar IMI estão sempre prontos, para cobrar todo o tipo de receitas camarárias idem, para receber dinheiro do estado central, idem, idem, mas para fazer aquilo que lhes compete, nicles.
Não estão para aí virados.
Há falta dinheiro?
Não.
Há é falta de vergonha.
(publicado também no Eclético)
O Totobola
Recordando Gomes Freire de Andrade
sexta-feira, outubro 17, 2008
VERDADE OU POESIA
Lembrei-me de tudo isto a propósito do Orçamento para 2009, unanimemente considerado como um dos mais eleitoralistas orçamentos da história da democracia e que, paradoxalmente, dificilmente poderá ser criticado pelo Presidente da República ou pelas oposições. Se a situação financeira do nosso tempo fosse outra ou se não fosse real a previsão de recessão europeia e até mundial em 2009, outro galo cantaria. Mas sobre isto nada poderia acrescentar ao editorial de Pedro Guerreiro, no Jornal de Negócios da passada quarta feira, pelo que para ele remeto, assino por baixo e passo à frente.
O tema desta vez é o PSD. Notarão os mais fiéis dos meus leitores que há meses que do PSD não digo nada. O PSD também nada tem dito e, por isso, estamos quites. Mas nos últimos tempos tudo mudou. Quase de um dia para o outro, Manuela Ferreira Leite começou a levar bordoada de dentro de casa, pelas mais variadas razões, mas em todo o caso criando-lhe problemas adicionais de afirmação e liderança. Nada disto é estranho neste partido, em regra habitado pela gritaria típica de creches em autogestão, quando não há quem mande. Poderia aliás dizer-se que um célebre provérbio deve sofrer uma pequena mudança para se aplicar ao PSD: “casa onde não há pai, todos ralham e ninguém tem razão”. Eu sei, não rima. Mas está correcto. E sempre achei que nestas coisas é melhor dizer a verdade do que escrever poesia.
Não tenho dúvidas de que Ferreira Leite definiu uma estratégia preguiçosa. Com a subida do preço dos combustíveis, aumento da inflação, subida das taxas de juro, economia a estagnar (lembram-se?) a opção foi estar calada e deixar que o fruto apetecido caísse de maduro ou podre no regaço. O resultado foi não aproveitar esse tempo para consolidar presença e prestígio político e agora estar metida num colete de forças, em que a crise geral mundial obriga a um esforço de coesão e unidade nacional. Malhar no Governo vai ser menos produtivo. Pelo contrário, se o próprio Gordon Brown, que estava morto e enterrado, se dá agora ao luxo de dizer que não é Flash Gordon, mas apenas Gordon, imagine-se o que Sócrates não poderia dizer.
Não tenho também dúvidas de que a líder do PSD não tem especial jeito para dirigir um bando de anarquistas com acesso a jornais e que foi pelos cabelos que aceitou um lugar que comprovadamente não desejava e que nada fez por alcançar. Isso sente-se e, evidentemente, contribui para tornar ainda mais difícil a sua acção. Um fraco rei faz fraca a forte gente. Imagine-se então o que uma rainha pouco motivada faz de gente que nem é forte.
Também para mim é claro que a evolução dos acontecimentos joga contra ela. Sobretudo é-lhe nefasto o facto de não ter estado na primeira linha quando a crise mundial se sentiu, não ter reunido especialistas e dado a imagem de que estava atenta, activa e capaz de fazer propostas. O seu silêncio à espera de que o socratismo apodrecesse pregou-lhe uma partida. O Primeiro-Ministro fez habilmente uma pausa, semeou pequenas notas destinadas (sem sucesso) a acalmar o povo, viu o que estavam a fazer os outros, saltou para cima da onda e cavalgou os acontecimentos. E agora não vejo como a líder do PSD o vai conseguir agarrar.
Por tudo isto se compreende bem que haja muito ruído. Tanto mais que cada um dos apoiantes de Manuela Ferreira Leite (como os de Cavaco no início do seu consulado), no fundo, no fundo, acha que ela não é capaz por si só de se agigantar e vários aspiram a ser o mentor, o tutor, o conselheiro, numa palavra o artista que faz a “marionette” ter movimento. Por isso cada dia que passa – descobrindo que não a dirige ou comanda, que bem ou mal ela faz o que acha certo e não o que pretendem mandar-lhe fazer – mais um se afasta ou começa a criticar. Isso pode ser um modo de ela mostrar poder, mas deve reconhecer-se que é mais fácil que isso ocorra quando se está no governo do que na oposição. Cavaco pôde refugiar-se na sua solidão, porque mandava no País e tinha muito para distribuir. Manuela não tem nada para distribuir e até no PSD manda pouco.
Será assim. Mas o PSD tem de perceber que pela frente surge um adversário que nasceu virado para a lua. Sócrates – com crise grave nas economias mundiais e se estiver à altura – tem a improvável maioria absoluta ao seu alcance e dependendo (quase) só dele. Por isso, a um ano das eleições legislativas, o PSD tem de clarificar de uma vez por todas se quer ir a jogo com Manuela Ferreira Leite – e então tem de se unir à volta dela, cada barão engolir o que não gosta, e rezar para que ela afinal tenha sorte ou faça chover. Ou então nos próximos meses (e já não são muitos) tem de fazer um golpe palaciano (que isso não vai lá com congressos) e dizer-lhe que afinal estão todos enganados e que vai ser preciso indicar alguém como candidato a Primeiro-Ministro e dar a esse novo líder o apoio que manifestamente não estão a dar a esta.
Claro que posso ser eu quem tem razão. O PSD não tem salvação. Mas a bem do sistema político português desejava que em vez de dizer a verdade nisso eu estivesse a fazer poesia
José Miguel Júdice
In Público
O país mais feio da Europa
[…]. Surgiu aqui uma arquitectura espontânea, a qual, através da imitação dos outros e depois de si própria se foi desenvolvendo em espiral, num pesadelo delirante que ultrapassou os próprios modelos originais. […] Os emigrantes vingaram-se, de uma forma terrível, do país que não havia conseguido alimentá-los. ”Se exceptuarmos os Açores, isto é verdade.
Este ano fui passar uns dias ao Algarve e ao Douro. Muito do que vi confirma as suas palavras. Aliás, já em anteriores viagens, nomeadamente ao Minho, notara que a província estava a ficar horrenda. Exactamente pelas razões que Enzenberger anunciou. Ao contrário de outros, nunca me pareceu legítima a aspiração de os iluminados imporem regras a quem foi lá para fora ganhar o pão como suor do seu rosto. Geralmente analfabetos, os emigrantes ficaram seduzidos pela Civilização, pretendendo, no regresso, importá-la, em aspectos que, a nós, nos parecem caricatos: um chalet suíço ficava bem, pensavam, no meio do vale do Cávado. No entanto, mais do que as casas de emigrantes chocou-me a arquitectura da Têxtil Manuel Gonçalves, um cogumelo gigante no meio dos vales minhotos. No que diz respeito a preferências estéticas, os empresários portugueses não estão tão distantes quanto isso dos trabalhadores.
Eis que, em pleno Douro, me deparei com uma adega, cujas linhas arquitectónicas eram
de uma beleza extraordinária. Quem a construíra mantivera-se fiel à pedra local, o xisto, e embora arrojado, o edifício enquadrava-se na paisagem local. Indaguei quem seria o proprietário e o arquitecto. O primeiro chama-se Dirk Nieport, o dono da Quinta de Nápoles, e o segundo um austríaco, cujo nome ignoro. A conclusão é obvia: para se ter, ou manter, um país bonito é necessário alguma cultura.
Maria Filomena Mónica
In Meia-Hora
QUEM NÃO QUER SER LOBO NÃO LHE VESTE A PELE
A Tertir era então proprietária da Liscont e, para além de não desejar suportar os custos inerentes à construção de uma nova central de contentores, tinha óbvio interesse na renovação da concessão de Alcântara. Claro que a Tertir ficou sem resposta, o Governo calou-se muito bem caladinho, sempre brandindo o ideal da libertação da zona ribeirinha para uma nova era de lazer, a que de resto os lisboetas aspiram há décadas.
Então o que fez a Tertir? Em 2007, vendeu a sua posição na Liscont à Mota-Engil, que assim passou a controlar a empresa. E é justamente aqui que importa esclarecer: como é que antes a renovação do contrato de concessão desejada pela Tertir era impossível por força da estratégia de libertação da zona ribeirinha e, assim que a Liscont passa para as mãos da Mota-Engil, o contrato de concessão é logo celebrado, ainda por cima com condições mais favoráveis e sem concurso público?
Destes factos pode concluir-se, em primeiro lugar, que para o PS Lisboa é carne para canhão de negócios e, em segundo lugar que há um dado novo, que parece ter alterado tudo: Jorge Coelho na Mota Engil. Claro que o silêncio de outrora vai regressar. O silêncio sempre foi o método de explicação dos negócios públicos inexplicáveis. Pela comunicação social passou vagamente uma reacção do PSD, que se revelou até agora inconsequente. Nem sequer o Bloco de Esquerda se lembrou de tentar um inquérito parlamentar, não fosse José Sá Fernandes na Câmara fugir ainda mais de controlo. E depois, venham-me cá com belos discursos…
quinta-feira, outubro 16, 2008
E não é que o barro cola à parede?
Como é possível que Manuela Ferreira Leite se esteja a empenhar da forma como está na candidatura daquele a Lisboa, em 2009, indo contra tudo e contra todos que a puseram a liderar o partido, a começar por ela própria, contra o que ela disse, escreveu e fez em relação ao dito cujo ao longo de anos e anos, com inteira justiça, diga-se.
E é empenho pessoal da senhora, sim senhor, porque ninguém me faz crer que seja uma estrutura distrital bacoca e um líder da mesma com ânsia de protagonismo, que sejam os responsáveis pela colagem do barro que Santana anda desde há tempos a tentar colar à parede, com a ajuda dos inefáveis peões de brega do costume, que de Lisboa ou do que Lisboa precisa sabem e valem zero.
Sejam quais forem as razões de Manuela, elas estarão todas erradas, o que demonstra até que ponto o PSD anda pelas ruas da amargura, e isso é mau para Lisboa e mau para o país. Voltando a Manuela, e a confirmar-se este 'sepuku' político, saiu-se-nos um grande 'bluff'. Sócrates agradece.
Foto: CM
A propósito da hipótese Santana:
«Exmos. Senhores
Não sou militante social-democrata mas nem por isso deixarei de dizer o que penso sobre o pré-anúncio de Santana Lopes como candidato do PSD a Lisboa em 2009, até porque o que me interessa é Lisboa, o futuro de Lisboa, e não propriamente as guerrinhas sujas intra-pardiárias, de um partido em que já votei por diversas vezes.
Ou seja, mais do que um anedota de 1 de Abril ou um gesto estapafúrdio da líder nacional do PSD, no que é um erro crasso de análise política de Manuela Ferreira Leite crendo que PSL ao perder (e se ganhasse, ainda maior seria o erro), será ... de vez e, portanto, deixará de incomodar definitivamente, ou seja, trata-se de um 'hara kiri' da líder a menos de um ano de triplas eleições, erro que é reconhecido por quase todos os que a elegeram enquanto tal, aliás, donde este pré-anúncio ser uma profunda decepção e a 'morte da artista'; esse pré-anúncio é, sobretudo, um péssimo destino para Lisboa, que assim se vê entre dois males incontornáveis:
Se PSL ganhar, isso significará o regresso dos escândalos, das trapalhadas, das argoladas várias,de mais e inevitáveis processos judiciais a médio-longo prazo, de mais ajustes directos milionários encapuzados de expediente legal, de mais campanhas milionárias sobre nada, de mais lóbis, de mais incompetência incontinente. Enfim, será o regresso ao circo em tempos que se pretendem sérios.
Se António Costa ganhar, e com PSL na corrida é natural que contra ele se consolide uma frente unida (incluindo obviamente os mil e um apoios do PSD que se recusam a crer no que vêem, do PSD que ainda pensa) e, por conseguinte, a vitória lhe seja relativamente fácil, a capital continuará a ter por mais 4 o que tem tido nestes 2 anos: um executivo para 'inglês ver', com um presidente que de facto o não é.
Seja como for, é triste, convenhamos.
Lisboa merecia melhor. E há melhor, esse é que é o problema. Há melhor no PSD. Muito melhor.
E, sobretudo, Lisboa merecia que Ferreira Leite a respeitasse e a não considerasse um caixote do lixo, para onde se joga aquilo que se quer deitar fora.
Atentamente
Alexandra Pacheco»
quarta-feira, outubro 15, 2008
Será que é desta ...
Senhorios e inquilinos vão ter mais incentivos fiscais
Coloco esta questão a partir daqui, do submundo ...
OS LAÇOS RASGADOS
A imagem devolvida desse imenso tropel de aflição está simbolizada no título "Queremos ficar, ajudar o País e trazer a nossa família", impresso na página 9 do DN de anteontem. É o dramático apelo de um imigrante paquistanês, indocumentado, durante a marcha, em Lisboa, contra a sinistra "política de retorno" da União Europeia. Poderia muito bem ser o grito de um português imigrado em Paris, em Berlim, em Basileia. O indocumentado é um clandestino acossado pela própria sombra: assustado, submisso; a transposição da dignidade numa decomposição sem metáforas. E o carácter da xenofobia associa-se a essa pavorosa moral da servidão, que transforma a antiga vítima num inclemente algoz. A Europa social nunca, realmente, o foi, nem mesmo no vendaval de esperança que a assolou, logo após a II Grande Guerra. E a União é uma parábola de mentiras, embrulhada num sudário de palavras que já não convencem ninguém. Explora oito milhões de indocumentados, criando, entre os imigrados, o terror comum a todos os animais, que reagem violentamente porque apavorados. A Europa está cada vez mais laminada pela selvajaria de uma condição nocturna e tirânica, que se abateu sobre a ideia de democracia e civilização. E os políticos são os primeiros hipnotizados pelo que dizem e pelo que, sabendo-o, recusam desocultar a verdade. Creio que os laços estão definitivamente rasgados.
Baptista-Bastos
In Diário de Notícias
terça-feira, outubro 14, 2008
Terceira Travessia do Tejo em Consulta Pública de Avaliação de Impacte Ambiental
A RAVE inaugura hoje, na presença da Secretária de Estado dos Transportes, Eng.ª Ana Paula Vitorino, a exposição Ponte para o Futuro, onde apresenta duas intervenções relevantes do projecto de Alta Velocidade em Portugal: a Terceira Travessia do Tejo e a Nova Estação do Oriente.
A exposição estará patente durante três meses e decorre em simultâneo com a fase de Consulta Pública do processo de Avaliação de Impacte Ambiental do subtroço Lisboa-Moita, incluindo a Terceira Travessia do Tejo (TTT), no corredor Chelas-Barreiro (Eixo Lisboa–Madrid), que se inicia hoje e termina a 9 de Dezembro.
Com o objectivo de disponibilizar informação e de incentivar a participação dos cidadãos, a exposição Ponte para o Futuro realiza-se na Estação do Oriente, na Galeria Pedonal, piso -2, num espaço de acesso livre e sem restrição de horário.
Os materiais expostos incluem painéis com informação detalhada sobre a TTT, a Estação do Oriente e o projecto de Alta Velocidade. A mostra inclui, igualmente, ecrãs interactivos – com imagens e perspectivas da integração da TTT na paisagem e respectiva inserção urbana, nas margens Norte e Sul, e do projecto de adaptação da Estação –, maquetas dos dois projectos, um filme que simula a travessia da nova ponte e um filme sobre a experiência da Alta Velocidade.
A informação disponibilizada foca também o contributo da Alta Velocidade Ferroviária para o aumento da qualidade de vida dos portugueses, o impacto socioeconómico do projecto, a requalificação urbana, o respeito pelo ambiente e a integração eficiente do projecto português na Rede Transeuropeia de Transportes.
Em síntese, a exposição Ponte para o Futuro é, acima de tudo, um espaço de reflexão, um contributo para o esclarecimento dos cidadãos e um convite ao debate público sobre um novo conceito de mobilidade sustentável.
Terceira Travessia do Tejo em consulta pública
Inicia-se hoje a fase de Consulta Pública no âmbito do procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental do troço Lisboa-Moita, que inclui a Terceira Travessia do Tejo e faz parte do Eixo Lisboa-Madrid do projecto de Alta Velocidade.
O Estudo de Impacte Ambiental e aditamentos podem ser consultados, durante 40 dias úteis, entre 13 de Outubro e 9 de Dezembro, nas Câmaras Municipais de Loures, Lisboa, Barreiro, Moita e Seixal, na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) e na Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
O Resumo Não Técnico do Estudo estará disponível nas Juntas de Freguesia de Sacavém, Moscavide, Santa Maria dos Olivais, Marvila, Alvalade, Alto do Pina, Beato, São João de Brito, Lavradio, Barreiro, Alto do Seixalinho, Santo André, Santo António da Charneca, Baixa da Banheira, Vale da Amoreira, Alhos Vedros, Aldeia de Paio Pires e Arrentela.
A RAVE também disponibiliza o Resumo Não Técnico no website www.rave.pt.
O projecto de Alta Velocidade constitui uma aposta central da política europeia de transportes, que visa o reforço da coesão, competitividade e integração do espaço europeu, o desenvolvimento sustentável e o descongestionamento dos principais eixos,
assegurando a interoperabilidade entre modos de transporte.
Resumo não técnico do Estudo de Impacte Ambiental da Terceira Travessia do Tejo
RAVE disponibiliza informação para a PPP Lisboa-Poceirão (incluindo a TTT)
O lançamento da Parceria Público-Privada (PPP) do Troço Lisboa-Poceirão, incluindo a Terceira Travessia do Tejo (TTT) rodo-ferroviária, no corredor Chelas-Barreiro – a segunda do projecto de Alta Velocidade em Portugal –, completará o Eixo Lisboa-Madrid, em território nacional, em conjunto com a PPP Poceirão-Caia, já lançada.
À semelhança do processo do concurso para a primeira PPP, e de modo a possibilitar a antecipação do conhecimento detalhado das características técnicas do troço a incluir neste concurso, os interessados poderão adquirir junto da RAVE uma colecção em suporte digital editável dos estudos relevantes, incluindo informação cartográfica, em formato manipulável, mediante a outorga de um compromisso e termos de acesso à informação disponibilizada e o pagamento do preço de €15.000 (quinze mil euros) acrescido de IVA à taxa legal.
Por outro lado, a RAVE informa que todos os estudos realizados por esta empresa estarão disponíveis para consulta presencial nas suas instalações, sitas em Lisboa, na Avenida D. João II, Lote 1.07.2.1, 1.º Piso. A consulta será efectuada mediante prévia marcação a realizar para o n.º de telefone 00351 21 106 4000.