
COMPROMISSO SANTA ISABEL (CSI)
No Eclético
Rua das Portas de Stª Catharina, em Lisboa- Eça de Queirós, O Crime do Padre AmaroTipóias vazias rodavam devagar; pares de senhoras passavam, de cuia cheia e tacão alto, com os movimentos derreados, a palidez clorótica duma degeneração de raça; nalguma magra pileca, ia trotando algum moço de nome histórico, com a face ainda esverdeada da noitada de vinho; pelos bancos de praça gente estirava-se num torpor de vadiagem; um carro de bois, aos solavancos sobre as suas altas rodas, era como o símbolo de agriculturas atrasadas de séculos; fadistas gingavam, de cigarro nos dentes; algum burguês enfastiado lia nos cartazes o anúncio de operetas obsoletas; nas faces enfezadas de operários havia como a personificação das indústrias moribundas...
E todo este mundo decrépito se movia lentamente, sob um céu lustroso de clima rico, entre garotos apregoando a lotaria e a batota pública, e rapazitos de voz plangente oferecendo o Jornal das pequenas novidades: e iam, num vagar madraço.
Entre o largo onde se erguiam duas fachadas tristes de igreja, e o renque comprido das casarias da praça onde brilhavam três tabuletas de casas de penhores, negrejavam quatro entradas de taberna, e desembocavam, com um tom sujo de esgoto aberto, as vielas de todo um bairro de prostituição e de crime.
— Vejam, ia dizendo o conde: vejam toda esta paz, esta prosperidade, este contentamento... Meus senhores, não admira realmente que sejamos a inveja da Europa!
E o homem de Estado, os dois homens de religião, todos três em linha, junto às grades do monumento, gozavam de cabeça alta esta certeza gloriosa da grandeza do seu país, - ali ao pé daquele pedestal, sob o frio olhar de bronze do velho poeta, ereto e nobre, com os seus largos ombros de cavaleiro forte, a epopéia sobre o coração, a espada firme, cercado dos cronistas e dos poetas heróicos da antiga pátria - pátria para sempre passada, memória quase perdida!
(...) E com um grande gesto mostrava-lhes o Largo do Loreto, que àquela hora, num fim de tarde serena, concentrava a vida da cidade.


AS IMAGENS mostram cenas do dia-a-dia de Lagos: carros nos passeios, peões nas faixas de rodagem, para os contornar.
Repare-se nos carros que se vêem no canto superior esquerdo:

LAGOS, cidade onde vou com frequência e sempre com prazer, tem - pelo menos é essa a minha percepção - sido gerida por autarcas com amor à cidade, um sentimento que nem sempre é correspondido por quem lá anda, nem é devidamente acompanhado pelas autoridades quando é necessário reprimir comportamentos indevidos - a começar pelo estacionamento selvagem, que atinge proporções 'de fazer inveja' aos alfacinhas.

ESTAS fotos (tiradas com poucos momentos de intervalo) vêm no seguimento de outras idênticas, e mostram como boa parte dos condutores (lisboetas, mas não só) já perdeu totalmente o medo à autoridade:
A CRER no que disse recentemente António Costa, Lisboa tem mais de 600 (!!) agentes da PSP 100% dedicados ao trânsito!

ESTA foto mostra uma moto da Polícia Municipal e um automóvel estacionados numa paragem de autocarros. Vê-se também, no poste a meio da imagem, um sinal de trânsito de «Paragem Proibida - Excepto CCFL», mas numa posição tal que o carro parece não estar em contravenção (ao contrário da moto).




