COMPROMISSO SANTA ISABEL (CSI)
No Ecléticosexta-feira, julho 31, 2009
quarta-feira, julho 29, 2009
Queridos carrinhos nossos concidadãos*
E lá na Grande Alface, decidimos os senhores de Pinheiro levar o Rititi Boy da Estrela até ao Chiado, empurrando carrinho que é como se passeiam os bebés desde que o mundo ficou motorizado. Ah, que grandes aventuras que gostamos nós de viver! Porque uma coisa é Madrid, uma cidade com passeios largos e mentalidade europeia e outra bem diferente é a nossa querida Lisboa, tão decadente, tão luminosa e tão desconfortável para o caminhante.
Mas comecemos pelo princípio, a saída de casa. Impossível, ficámos presos. Estacionada à porta do prédio eis que estava uma bela de uma carrinha audi A35, com os seus dez metros de comprimento escarrapachados no passeio. Matizo: à porta não, dentro da porta. Porque em Lisboa o conceito de estacionamento vai mais além dos limites lógicos da física, o dono da carrinha achou que a sua viatura estaria mais segura tapando a saída da minha casa. Foi mais ou menos quando Mr. Pinheiro começou aos pontapés à carrinha que eu me dei conta da odisseia em que se ia transformar um simples e simpático passeio pelas ruas da cidade. E como se tira um carrinho de bebé de uma casa lisboeta? À bruta. Apanha-se no carrinho com garra e atitude e poisa-se em cima da viatura que obstaculiza a saída do prédio. Ah, mas assim risca-se o carro, ouço por aí dizer. Pois é, que se *#$***% o carro.
Seguimos: já na rua reparamos que não há passeios livres porque como ficou lá atrás explicado o lugar onde se estacionam os carros é em cima do passeio. Como ainda não tirei o curso de voar na escola de pássaros nem o meu marido gosta de exibir em público a seu superpoder do tele-transporte, não tivemos mais opção que empurrar o carrinho pela estrada, ali da rua de São Bernardo à Alvares Cabral. Um saltinho. Cinco minutos. Claro que não estávamos sozinhos. Taxis, carros, motas e camionetas faziam o favor de nos seguir, qual romaria à nossa senhora dos carrinhos, à trepidante velocidade de 0,010 km por hora. E que linda sinfonia que ouvíamos, senhores! Saiam-me da frente, buuuuu, fora daí seus #####%%, piiiii, e assim ficou o Rititi Boy a conhecer o dialecto da capital. Ah, mas assim entupiam o trânsito, ouço por aí dizer. Pois é, que se ????%% o trânsito.
Mais: a Alvares Cabral é uma grande avenida e o Rato, uma zona central, e a Rua da Escola Politécnica uma arteria das que chamam principal, com o Procuradoria-Geral da República a comandar a via. Pois muito bem, já andei em aldeias do terceiro mundo melhor pavimentadas que estas, por não falar já da lógica de pôr candeeiros no meio do passeio que impedem o normal caminhar ou do estado lamentável da puta da calçada portuguesa. Há partes da calçada, palavra de honra, que parecem remendadas por manetas cegos com ódios concretos aos pais com carrinhos e senhores em cadeiras de rodas. Obras sem sinalizar, cruzamentos tapados por camionetas e polícias que nem se dignam a parar o trânsito quando não se pode passar com o carrinho por culpa de uma betoneira no meio do passeio. Ah, mas o polícia só estava ali para fiscalizar a obras, ouço por aí dizer. Pois é, que se ###** o polícia.
Até à Trindade encontrei um total de sete carrinhos de bebés, sendo de cinco eram empurrados por turistas nórdicos e dois por criadas sem medo a morrer atropeladas por um autocarro psicopata. Nativos, zero, o que também não é de estranhar devido ao pouco interesse que os autarcas municipais mostram por ter as ruas cheias de crianças. O centro de Lisboa, nesse sábado, aliás, estava, como sempre, às moscas, sem famílias, sem crianças que devem estar refundidas na expo ou nalgum centro comercial com estacionamento regulado e elevadores com capacidade para dez carrinhos de bebés. Já podem vir com teorias para reabilitar o centro ou gastar dinheiro em merdas de espectáculos de rua, mas bastava com arranjar os passeios, regular o estacionamento, que a gente ia lá, gozar a cidade, como se gozam todas as capitais europeias. Ah, mas Lisboa é gira porque é caótica, ouço por aí dizer. Pois é, que se =%%%% Lisboa, então.
terça-feira, julho 28, 2009
Bertrand Russell e a CML
Escreve ele:
«Suponhamos que recebeis um cabaz de laranjas e, ao abri-lo, descobris que as de cima estão apodrecidas. Por certo que não direis: "debaixo devem estar sãs para que o equilíbrio seja restabelecido", mas sim: "é provável que tudo esteja estragado"».
Atenção, que não me refiro a grandes obras (como túneis, parques mayeres, terminais de contentores ou de cruzeiros, aeroportos, travessias do Tejo ou casinos), mas sim aos problemas concretos que infernizam o dia-a-dia dos lisboetas - algo a que ambos os candidatos, porventura porque vivem noutro mundo, se têm mostrado completamente insensíveis.
Por sinal, reparo que muitos dos mais entusiastas apoiantes de um ou de outro... não residem em Lisboa. E alguns - como Saramago - nem mesmo em Portugal!
sábado, julho 25, 2009
Largo do Loreto (Chiado) - meados do Séc. XIX
Litografia, Legrand, ca 1850
- Eça de Queirós, O Crime do Padre AmaroTipóias vazias rodavam devagar; pares de senhoras passavam, de cuia cheia e tacão alto, com os movimentos derreados, a palidez clorótica duma degeneração de raça; nalguma magra pileca, ia trotando algum moço de nome histórico, com a face ainda esverdeada da noitada de vinho; pelos bancos de praça gente estirava-se num torpor de vadiagem; um carro de bois, aos solavancos sobre as suas altas rodas, era como o símbolo de agriculturas atrasadas de séculos; fadistas gingavam, de cigarro nos dentes; algum burguês enfastiado lia nos cartazes o anúncio de operetas obsoletas; nas faces enfezadas de operários havia como a personificação das indústrias moribundas...
E todo este mundo decrépito se movia lentamente, sob um céu lustroso de clima rico, entre garotos apregoando a lotaria e a batota pública, e rapazitos de voz plangente oferecendo o Jornal das pequenas novidades: e iam, num vagar madraço.
Entre o largo onde se erguiam duas fachadas tristes de igreja, e o renque comprido das casarias da praça onde brilhavam três tabuletas de casas de penhores, negrejavam quatro entradas de taberna, e desembocavam, com um tom sujo de esgoto aberto, as vielas de todo um bairro de prostituição e de crime.
— Vejam, ia dizendo o conde: vejam toda esta paz, esta prosperidade, este contentamento... Meus senhores, não admira realmente que sejamos a inveja da Europa!
E o homem de Estado, os dois homens de religião, todos três em linha, junto às grades do monumento, gozavam de cabeça alta esta certeza gloriosa da grandeza do seu país, - ali ao pé daquele pedestal, sob o frio olhar de bronze do velho poeta, ereto e nobre, com os seus largos ombros de cavaleiro forte, a epopéia sobre o coração, a espada firme, cercado dos cronistas e dos poetas heróicos da antiga pátria - pátria para sempre passada, memória quase perdida!
(...) E com um grande gesto mostrava-lhes o Largo do Loreto, que àquela hora, num fim de tarde serena, concentrava a vida da cidade.
Animem-se, lisboetas, que não é só na vossa terra!
Para a foto de baixo, tirada no mesmo dia, até se poderia redigir uma legenda ad hoc; ou propor um passatempo com a pergunta «Quem adivinha o que é que a polícia fez?». Mas... valeria a pena?!
sexta-feira, julho 24, 2009
É TEMPO DE RAPAR TACHOS
Usam-se também metáforas biológicas, como a “morte” das ideologias ou o “insuflar vida” na política, para identificar a perda de objectivos utópicos colectivos que resultou do fim da guerra fria, e o actual estado de descrença nas ilusões de futuros risonhos.
Simultâneo ao “esgotamento” do sentido que atinge as propostas e programas partidários (uma metáfora a um tempo financeira e ecológica), desponta uma nova prática política – e um novo campo metafórico – que ganha especial incidência em períodos eleitorais: trata-se de “rapar o fundo do tacho”, “deitar mão” e “lançar a rede” às causas cívicas de modo a atrair votantes cada vez mais recalcitrantes.
Esta prática que nasceu em Portugal com a cooptação de sindicalistas ainda nos anos 70, estendeu-se posteriormente a “personalidades independentes”, em particular a docentes universitários, e chegou enfim aos “representantes da sociedade civil”, geralmente figuras de movimentos associativos e mandatários de anseios e insatisfações de temáticas sociais ou ambientais específicas.
Assistimos este Verão, com um olho na temperatura das águas balneares, na preparação do próximo Outono eleitoral, a um frenético “rapar o fundo do tacho” por parte dos organizadores de candidaturas – sobretudo autárquicas. Vários universitários deixam agora o governo rejubilando-se porque, recorrendo a uma esconsa lei sobre “desempenho de cargos de interesse nacional”, se aprestam a pedir a subida de categoria no regresso às suas escolas (são os cadedráticos cangurus, que saltam sobre os colegas sem terem de provar competência para aceder aos novos cargos).
Outros estarão certamente a preparar o “salto” para a política (será uma metáfora de raiz desportiva ou contrabandista?). Vários associativos cedem à tentação melíflua de “marcar a agenda política” aceitando lugares fracamente elegíveis em listas autárquicas, enquanto outros “lambem as feridas” de tentações passadas.
Face a este “quadro” (uma metáfora artística), e não confiando que os guardiães das mesas de voto respeitem a brancura do meu boletim de voto sem se tentarem a marcar nele uma sorrateira cruz, desde já declaro que vou votar NULO (e, porque uma imagem vale mais que mil metáforas, vou tirar uma fotografia ao boletim com o meu telemóvel, ainda dentro da cabina de voto).
quinta-feira, julho 23, 2009
O cativeiro
O presidente do BPP apresentou soluções. Todas foram reprovadas. Sem outras soluções, o professor Adão da Fonseca fez o que era suposto: apresentou a sua demissão. Estar, mas sem rumo e nada poder fazer também nada pode significar para alguém que queira fazer algo.
Pois bem, o Banco de Portugal obriga o presidente a ficar, mesmo sem soluções. Resta saber qual é a lógica: ou o BPP e o Governo têm soluções alternativas ou é no mínimo imoral chumbar soluções propostas – sem que se saiba porquê – e manter uma Administração em cativeiro (solução de que o Governo parece gostar quando é contrariado). Mas a situação é absolutamente insustentável. Obrigar alguém a ficar contra a sua vontade nunca é boa solução. É claro que o Governo, perante um dossiê tão complexo, quer tudo menos um problema a mais em véspera de eleições e portanto... o que é urgente pode esperar. Como sempre, neste país adiado e desmoralizado, onde pontua a desconfiança.
Ao Banco de Portugal – enquanto acumula falhas na supervisão bancária e se dá ao luxo de nem director de supervisão ter por estes tempos – junta-se agora a 'incapacidade' decisória do Governo. Também não é novidade: muita capacidade de decisão para umas (poucas) coisas, nenhuma para outras.
Capacidade decisória parece ter tido o Governo numa situação que, essa, não é seguramente clara: refiro-me à concessão do terminal de Alcântara à Liscont, sem concurso público e à isenção de taxas que a Liscont deveria pagar à Administração do Porto de Lisboa. Milhões. Ainda bem que o caso foi oportunamente enviado para a Procuradoria-Geral da República.
Isto tudo num ambiente em que o mínimo que apetece dizer é que definitivamente alguns governantes (actuais e ex) têm pouco jeito para os negócios e outros muito, muito, muito.
Mas como pode alguém querer que se perceba esta salgalhada?
É por isto que, sobretudo neste contexto, assistir a que os Tribunais, em Lisboa, sejam atirados para um local sem condições e de difícil acesso não pode deixar de ser lido como um gesto que, se não é, parece, de desprezo pela Justiça, atirando-a, também a ela, para um cativeiro. Porque será?
In Correio da Manhã
quarta-feira, julho 22, 2009
Animem-se, lisboetas, que não é só na vossa terra!
Todas estas fotos foram tiradas na mesma zona.
o que está na passadeira de peões foi atraído pela sombra de uma palmeira que ali existe.
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Mas, pensando melhor, nem isso é certo, pois muitos estrangeiros rapidamente aderem, e com visível gozo, à bagunça reinante!
terça-feira, julho 21, 2009
segunda-feira, julho 20, 2009
Será por falta de "arame"?
É DE COISAS como esta que eu falo, quando refiro a total insensibilidade de 'certos autarcas' quando estão em causa, não as GRANDES obras, mas sim os pequenos problemas, quantas vezes de fácil resolução.
E é com pena que vejo que a maioria dos eleitores se prepara para votar em função - apenas - das suas preferências partidárias, e não daquilo que fazem, fizeram ou tencionam fazer os eleitos a quem pagam o ordenado.
«Há quem não perdoe às rosas o facto de não servirem para salada»
sábado, julho 18, 2009
O que é que se passa aqui?
Se é assim que Lisboa melhora, importam-se de explicar "a coisa", como se fôssemos muito estúpidos?
sexta-feira, julho 17, 2009
GOVERNO FAVORECEU LISCONT!
A Vida Clandestina das Juntas de Freguesia
Passaram-se dias, meses, anos, até que, em 2007, de novo fui à junta. Desde 1996, que fazia ginástica num edifício, outrora pertencente à Mocidade Portuguesa, situado entre o meu emprego e a minha casa. Os balneários cheiravam mal e as máquinas eram escassas, mas a localização era a ideal. Quando me inscrevi, a instituição pertencia à Presidência do Conselho, tendo, em 2004, passado a ser gerida pela junta, a qual assinara um protocolo com o Instituto de Desporto de Portugal. No Verão de 2007, verifiquei que o ginásio fechara as portas. Quis saber o motivo.
O Instituto de Desporto de Portugal, disseram-me na junta, optara por entregar a gestão do «espaço» a uma empresa privada. Admirada, pedi para ver o último relatório de contas da junta. A resposta foi negativa. Perguntei a uma das funcionárias se a instituição não tinha uma revista. Existia um boletim, mas, ao que parece, os «sem abrigo» haviam roubavam todos os exemplares deixados junto à escada. Perguntei qual o dia em que poderia assistir a uma assembleia de «fregueses». Tive de repetir a pergunta, antes de obter uma resposta: «Mas, minha senhora, isso não existe». Uma vez que, há anos, o pudera fazer na Câmara Municipal de Lisboa, considerei que, por analogia, tal aconteceria igualmente aqui. Que não, foi a resposta. Em desespero, interroguei as funcionárias sobre qual o dia em que poderia falar com o Presidente. Novo espanto: «Mas a Sra julga que há um dia certo para ele vir cá?».
Não querendo sair dali sem encontrar um autarca, vagueei pelo átrio, tentando descortinar, pelos editais afixados, de que se ocuparia a junta. Uns papeluchos davam nota de obras coercivas em prédios, outros convocavam jovens de sexo masculino para um extravagante «Dia da Defesa Nacional». Nada que me pudesse interessar: nem era senhoria, nem pertencia ao sexo masculino. Ia já a sair quando uma rapariguinha me disse que me facultaria o telemóvel do Sr. Presidente. Expliquei-lhe que não valia a pena, por não desejar ter, com ele, uma conversa privada. Suponho que para se livrar de mim, a funcionária mais velha sugeriu que me dirigisse à Comissão de Moradores da Lapa, um organismo privado de que aliás sou membro. Era uma proposta de tal forma idiota que abandonei o local.
O meu objectivo inicial, a questão do ginásio, estava ultrapassado. O que pretendia era assistir a uma reunião em que o Presidente da Junta me prestasse contas do que andava a fazer. Através da Internet, descobri a Lei nº 169/99, de 18 de Setembro. Fiquei a saber que este mini-poder se compõe da Assembleia de Freguesia (um mini-parlamento) e da Junta de Freguesia (um mini-governo). No artº 13, estipula-se que a Assembleia de Freguesia tem de apreciar e votar as opções do plano e a proposta de orçamento, mas, pelos vistos, os moradores não são lá bem-vindos. Mas há pior. Conforme estipula o artº 14, a não ser sob determinadas condições, os cidadãos tão pouco podem assistir às sessões extraordinárias, que têm de ser convocadas pelo Presidente da Junta, «em execução de deliberação desta» [Assembleia de Freguesia], por um terço dos seus membros, ou «por um número de cidadãos eleitores inscritos no recenseamento eleitoral da freguesa, equivalente a 30 vezes a número de elementos que compõem a assembleia, quando aquele número de eleitores for igual ou inferior a 5.000 e 50 vezes quando for superior». Em suma, a não ser que me colocasse, a meio da Rua dos Navegantes, ensanduichada entre dois cartazes, a fim de angariar umas centenas de assinaturas, não podia ter acesso a estas reuniões. As juntas de freguesia funcionam em circuito fechado.
É verdade que as suas funções não são exaltantes, mas algumas afectam o nosso quotidiano. Além da certificação de licenças para cães e de atestados de residência, do tratamento de cemitérios, balneários e chafarizes, ocupam-se ainda, por delegação de competências, da manutenção de parques infantis, de escolas do primeiro ciclo e de ginásios. O seu orçamento nacional é reduzido – em 2008, teria andado à volta de 0,16 do Orçamento Geral do Estado – o que não é desculpa para nada.
Eis que, em Março deste ano, comecei a receber mails do Presidente que, dois anos antes, me parecera invisível. Não faço ideia da forma como descobriu o meu endereço electrónico (no écran não aparece a minha morada, mas «Undisclosed-Recipient»). O que sei é não me ter o conteúdo das mensagens impressionado. Fiquei tão só ciente de que, em vésperas de eleições, a junta se entregara a um festim de actividades – da horta pedagógica da Escola Josefa de Óbidos ao Seminário sobre «A Problemática dos Pombos» - que pretendia difundir de forma alargada. Mas não é isto que reivindico, mas a possibilidade de ser atendida, em dia e hora certos, por um indivíduo eleito, que eu possa premiar ou punir na urna. Por muito que lhes custe, as juntas freguesias não são repartições públicas, mas organismos políticos e, como tal, se devem comportar. A lei que as rege é uma vergonha.
quinta-feira, julho 16, 2009
Leitores interpelam Helena Roseta
Os bons exemplos...
Ambas as fotos bem podiam ter sido tiradas em Lisboa. A novidade (pelo menos para mim), foi o aparecimento, este ano, de 'arrumadores de automóveis' junto à avenida marginal. Como todas as pragas. se não for atalhada a tempo, ficará incontrolável. Possivelmente, aqui, é isso que já sucede.
O emBUSte
Relembrando Esopo
Desta vez, não se pergunta «o que é que o agente fez?» - mas desafia-se os leitores a relembrarem, aqui, a milenar fábula «O rei das rãs»: O que é que Esopo diz?
A gestão dos recursos humanos no Reino do Absurdo
A CRER no que disse recentemente António Costa, Lisboa tem mais de 600 (!!) agentes da PSP 100% dedicados ao trânsito!
No Reino do Absurdo
ESTAS 3 fotos foram tiradas com poucos segundos de intervalo. Nelas se vêem lugares vagos com fartura (que os arrumadores se apressam a rentabilizar...) e carros em cima do passeio.
As imagens são de ontem; mas se fossem dos tempos de Santana Lopes, de Carmona Rodrigues (ou de outro qualquer posterior a Nuno Abecassis) haveria alguma diferença?
Compromisso
– As campanhas eleitorais e os processos eleitorais que se seguem exigirão necessariamente uma postura diferente de todos os partidos políticos e movimentos de cidadãos. A ‘engenharia’ pessoal de certos apoios tem de ficar definitivamente arredada em nome do bem comum, que exige que as escolhas sejam firmes, consistentes e até – porque não? – referenciais nas suas áreas de actuação. Poderá ter chegado a vez, os tempos, de os homens realmente sérios serem a regra e não a excepção. Mais por exigência da população a que as organizações políticas têm de responder, sob pena de censura nas urnas. Com o contexto que temos não sobra grande espaço para aventuras e gritarias de listas.
Não é impossível imaginar ou recriar um diálogo entre o Principezinho e a Raposa, adaptando-o à nossa realidade: "Que se passa naquele País?" – perguntaria o Principezinho.
– "Pela primeira vez não sei" – responderia a Raposa, que continuaria: – "Tantos se aproveitam, fingem, fazem teatro e as pessoas continuam a acreditar nelas. Sinto que isto está a mudar, mas não sei para onde nem como."
O Cidadão pura e simplesmente já não se vai rever na teia de jogos e compadrios para um qualquer lugar de qualquer listazinha ou de apoios comprometidos em troca de cómodas administrações. E ele há certas impunidades que também já não são compatíveis com estes tempos. Não vão acabar bem e as responsabilidades vão acabar por ser assacadas, como ultimamente se vai vendo, ainda que de forma tímida.
A Democracia tem de arranjar forças para se regenerar, sob pena de completa ingovernabilidade, de aumento da nossa pobreza e diminuição da nossa liberdade.
Se não temos de ser fatalistas sobre o nosso futuro, também não lhe podemos ser indiferentes e muito menos irresponsáveis. Ainda há pessoas sérias e competentes que não se deslumbram com o Poder e assumem o serviço público. A responsabilidade estará nos projectos e nas escolhas. O resto, incluindo os compromissos pequenos, pessoais, o aproveitamentozinho, o folclore, a demagogia, tudo cerzido numa teia de interesses, esperemos que não seja transformado em regra, já que pedir que acabe é utópico.
Esses compromissos não os queremos. Queremos O Compromisso. Veremos.
In Correio da Manhã
quarta-feira, julho 15, 2009
Uma outra vista da mesma paragem (com fotos tiradas noutro dia) está [aqui].
Os leitores são convidados a comentar o que aqui se vê, e a tentar adivinhar o desfecho da cena.
Assaltada a casa da Rua de Alcolena:
Chegado por e-mail:
«A moradia n.º 28 da Rua de Alcolena, com painéis de azulejos de Almada Negreiros e esculturas de Amaral Paiva, está em processo de classificação patrimonial como imóvel de interesse municipal.
Não obstante, foi arrombada e encontra-se em risco de vandalismo.
Seguem algumas fotografias tiradas a partir do exterior pela Arq. Rita Almada Negreiros, que mostram portas abertas e vidros partidos na zona da marquise (rés-do-chão, à direita).
Apela-se a todos que procurem saber informações junto da Brigada de Obras de Arte da Polícia Judiciária, pelos telefones do piquete 213535380 ou 21 3574566 ou pelo endereço de email do Museu de PJ (Projecto SOS Azulejo): museu.pj@pj.pt
É urgente garantir um policiamento eficiente no local!
Quantos mais formos a pressionar, maior efeito conseguiremos! »
terça-feira, julho 14, 2009
Duas cidades do mesmo país
Uma anedota alfacinha
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Actualização2 (17h50m): ver a cena de outro ângulo [aqui].
segunda-feira, julho 13, 2009
A de cima, mostra a já habitual (mas cada vez menos misterosa...) situação na esquina do Santandar-Totta. Goste-se ou não da solução, não há dúvida que só um par de pilaretes poderá acabar com este escândalo; mas também já ninguém tem dúvidas que quem o devia fazer não tenciona mexer uma palha.
Por caridade!, não nos venham com a conversa-da-treta que é por falta de material ou de dinheiro: a foto de baixo, no viaduto da Refer, mostra como o passeio é sobre-elevado, e com uma altura tal que os pilaretes (existentes de ambos os lados da avenida) não estão lá a fazer nada.