Dois «outsiders» a puxar para eleições em Lisboa
A coincidência não pode escapar a quem observa: Marcelo na RTP 1 no domingo e Jorge Coelho na SIC Notícias hoje advogam a mesma saída imediata para Lisboa: eleições já.
Quem tem acompanhado a coisa pode ter algumas interrogações. A primeira de todas: o que é que fará mover estes dois senhores do comentário? Eles são ambos «outsiders» em relação aos seus próprios partidos. Marcelo fala e no PSD tudo fica com comichão. No PS, é notório o temor reverencial pela opinião de Coelho. Isso vê-se. Mas também se vê que o PS fica inquieto com estes comentários. E com razão. Quem pode garantir que no dia seguinte algo estava melhor? Mais: já alguém sabe o que está a ser investigado? Parece que, ao certo, ao certo, não. Alguém sabe se vai haver acusação? Parece que não. Alguém duvida de que deva ser o PSD a encontrar uma saída para a situação? O PSD tem essa obrigação decorrente do resultado eleitoral. Tem a maioria.
A segunda questão que surge depois de ouvir ambos é a seguinte: será mesmo que, como consta recorrentemente nas redacções e noutros locais bem frequentados (não é piada), Coelho se está a posicionar para a Praça do Município e Marcelo para a São Caetano?
Nota
Pedro Rolo Duarte entrou em delírio total? No «DN» de hoje ele chega a afirmar que isto só lá vai com a «entrega da autarquia à gestão privada». Ele mesmo confessa que isto é um delírio. E é. Mas faço notar que quem manda em Lisboa há cinco anos são exactamente esses: os privados: a banca, os grupos económicos, os investidores, os grandes construtores civis. Ou tem dúvidas? Bragaparques, Bibi, Obriverca, Bernardino Gomes e similares. E também os grandes arquitectos de renome: Renzo Piano, Gehry, Siza, Foster, entre outros.
E o que é que a Cidade lucra com isso?
Rolo Duarte é pago pelo «DN» para terminar em beleza: diz ele que «há doenças para as quais a cura é a morte. Para dar lugar ao renascimento. Esse é, cada vez mais claramente, o caso de Lisboa...». Morte, homem? Santa Maria. Calma.