Passei ontem naquele ex-libris lisboeta em frente às Amoreiras, aliás já referenciado e fotografado no post do Medina Ribeiro. A situação era ainda pior: jeeps volumosos galgavam os montes de terra e entulho que caracterizam o passeio oposto a um centro comercial inserido numa das zonas mais caras da cidade, rodeada de hotéis e lojas de luxo.
Aliás, a envolvente e o percurso para Campo de Ourique e para a D. João V apresentam manifestamente acessos medíocres e atravessamento dissuasor, como retratam as fotografias .
Ali ao lado, pelas 13 horas, Campo de Ourique era um inferno caótico com carros parados/estacionados onde houvesse uma aberta, vulgarmente chamada de passadeira para peões. Sem muita convicção chamei a atenção para o condutor de um monovolume, com arraais assentes em cima dos riscos, que estava a bloquear a passagem. Sem tentar disfarçar o ar de gozo pediu-me desculpa, fazendo o gesto de que ia sair do local. Poucos metros à frente olhei para trás para testemunhar o riso dos ocupantes que, como é óbvio, não abandonaram o lugar. Olhei também para o casaco que trazia vestido, pronto para a lavandaria, depois de uma boa faena no bairro e após ter toureado diversas viaturas. O parque de estacionamento? sem surpresa, praticamente vazio.
Há muita gente a acreditar que noutros locais, à semelhança deste bairro, a indisciplina e o pandemónio rodoviário geram mais negócio. Eu acredito no oposto.
Isabel G.
1 comentário:
Eu até estou em crer que muito boa gente se candidata aos órgãos autárquicos com vontade de encarar os problemas de frente e de lhes dar solução. (E já não digo "prever e antecipar", evitando que os problemas surjam, que isso já é pedir demasiado).
Mas há "qualquer coisa" que, depois, uma vez no poder, os paralisa. As preocupações deles passam a ser outras, e as preocupações com a vida do cidadão-comum deslizam rapidamente para um plano inferior.
Tratarão disso, sim - mas se houver tempo, e sempre com prioridade remota, remotíssima!, como se fosse uma chatice que tivesse de ser encarada.
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